Investimentos, fusões e oportunidades em 2025

Antes de falarmos sobre este ano, é importante compartilhar com o leitor que as start-ups brasileiras conseguiram captar US$ 2,14 biliões no ano passado, uma alta de 13,83% sobre 2023, segundo a pesquisa realizada pelo Distrito e divulgada pelo NeoFeed. O Brasil representou 50% dos aportes realizados na América Latina. As fintechs seguiram liderando os aportes, seguidos pelas healthtechs.

Em 2025, deve haver uma consolidação de M&As em fintechs (principalmente na área de criptos), e o crescimento de edutechs, com novas tecnologias implementadas. A busca por investimento em start-ups em AI deve continuar.

A grande surpresa neste início de ano no mundo todo, foi o lançamento da DeepSeek-R1, um assistente de IA chinesa com 671 biliões de parâmetros, que se mostrou 20 a 50 vezes mais económico que os modelos concorrentes em tarefas como reescrever textos, resumir documentos e revisar códigos. O serviço é gratuito, sem limite de mensagens e está disponível em 69 idiomas. A melhor notícia de todas é que inclui o português, o que pode criar oportunidades para start-ups brasileiras (e as portuguesas também).

Voltando ao mercado brasileiro, a NeoSpace, start-up de inteligência artificial, vendeu participação de 15% do capital para o Itaú Unibanco por US$ 15 milhões (R$ 88,5 milhões). A start-up pretende desenvolver novos modelos de inteligência artificial generativa para o banco.

A Turbi, plataforma 100% digital de aluguer e assinatura de carros, anunciou que teve a maior captação de recursos de sua história no final de 2024, totalizando R$ 322 milhões, combinando a emissão de debêntures [título de crédito representativo de um empréstimo que uma companhia realiza junto a terceiros] e uma ronda Série D. Esse montante possibilitou à empresa a aquisição de uma frota própria de mais de 5 mil veículos. A start-up possui planos ambiciosos para 2025, incluindo um aumento de 40% na receita de locação e a procura de R$ 1 bilião em novos investimentos.

Paytrack, fintech catarinense de soluções para gestão de despesas e viagens corporativas, acabou de fechar a sua série B. A nova ronda de R$ 240 milhões foi liderada pela Riverwood Capital, que no Brasil já investiu em nomes como a CRMBonus, a VTEX, a Dock e a Gupy. Com mais de 7 mil clientes ativos, a start-up geriu aproximadamente R$ 3 biliões em despesas corporativas em 2024.

A Beauty for All, plataforma tecnológica que conecta influenciadores, marcas e consumidores do universo da beleza, acaba de garantir um aporte financeiro de até R$ 15 milhões. A ronda de investimentos foi liderada pela 4Equity e contou com a participação do Mercado Bitcoin, entre outros investidores. Os recursos obtidos serão maioritariamente investidos em iniciativas de media for equity, visando expandir a presença da marca através de parcerias estratégicas com influenciadores, canais de televisão, media out of home e plataformas de anúncios programáticos.

A Rhino, uma plataforma de carros blindados por aplicativo, levantou uma ronda de R$ 10 milhões com a 4Equity Media Ventures, menos de dois meses depois da captação de uma ronda Seed no valor de R$ 18 milhões (US$ 3,2 milhões), liderada por um “grande fundo de investimento europeu” que não teve o seu nome divulgado. A start-up surgiu visando atender a uma demanda por mais segurança nas viagens urbanas pela capital paulista. Desde a sua criação em 2023, já alcançou mais de 150 mil usuários, registando um crescimento de 40% ao mês. Para 2025, a empresa projeta alcançar uma faturação de R$ 50 milhões.

Headline, gestora de VC ligada à XP, liderou um aporte de R$ 15 milhões na Cycles Nutrition, marca que está a entrar no mercado de suplementos nutricionais premium.

A Wellon, healthtech baiana, procura transformar a comunicação entre instituições de saúde e pacientes. A start-up já atendeu mais de 800 unidades de saúde no Brasil e mira faturar R$ 6,5 milhões neste ano.