Investigadores desenvolvem tecnologia que usa o corpo humano para recarregar dispositivos eletrónicos

Imagine poder carregar o seu telemóvel só de colocá-lo no bolso? Uma tecnologia desenvolvida por investigadores da Universidade Nacional de Singapura permite fazê-lo, ao “transformar” o seu corpo num carregador sem fios.
Um grupo de investigadores da Universidade Nacional de Singapura (NUS) desenvolveu uma tecnologia que utiliza o corpo humano como meio de transmissão de energia, permitindo que um único dispositivo alimente vários equipamentos eletrónicos.
De acordo com a CNN, a tecnologia desenvolvida permite, por exemplo, que um smartwatch ou telemóvel no bolso recarregue outros dispositivos, usando o corpo humano como meio de transmissão de energia.
Num estudo publicado este mês no Nature Electronics, a equipa de investigadores explica que o carregamento sem fios, muitas vezes, é limitado pela presença de um corpo sólido, que é designado em inglês de “body shadowing” (sombreamento do corpo, em tradução livre). Em vez de tentar eliminar o problema, os investigadores passaram a considerar o corpo como um possível condutor, recorrendo a uma tecnologia chamada de “body-coupling” (associação ao corpo).
Através desta tecnologia, o utilizador colocaria alguns recetores e transmissores suficientes para cobrir a área do corpo e um transmissor num único aparelho. O sistema, então, usaria a energia desse aparelho para carregar até dez outros dispositivos que estiverem em contato. Assim, só seria necessário recarregar ou o telemóvel ou o relógio, por exemplo.
Jerald Yoo, coordenador do projeto e professor associado do Departamento de Engenharia Elétrica e da Computação da Universidade Nacional de Singapura, disse à revista BioSpectrum Asia que a descoberta pode permitir um dia a eliminação das baterias.
“As baterias estão entre os componentes mais caros dos aparelhos do tipo wearable e acrescentam volumes ao design. O nosso sistema único tem potencial para omitir a necessidade de baterias, permitindo que os fabricantes reduzam a dimensão dos aparelhos e os custos de produção significativamente”, referiu.
“O que é ainda mais animador, sem as restrições das baterias, o nosso desenvolvimento pode permitir uma nova geração de wearables, como acessórios para jogos, diagnósticos remotos e adesivos para eletrocardiogramas”, acrescentou Yoo.
A equipa de investigadores irá continuar a trabalhar na otimização do sistema, que ainda não tem previsão para ser usado comercialmente.