Opinião

Inteligência Artificial?

Paulo Doce de Moura, Investment Advisor do Banco Carregosa

A Inteligência Artificial é a capacidade que uma máquina para reproduzir competências semelhantes às humanas como é o caso do raciocínio, a aprendizagem, o planeamento e a criatividade.

A Inteligência Artificial permite que os sistemas técnicos percebam o ambiente que os rodeia, lidem com o que percebem e resolvam problemas, agindo no sentido de alcançar um objetivo específico. O computador recebe dados (já preparados ou recolhidos através dos seus próprios sensores, por exemplo, com o uso de uma câmara), processa-os e responde.

Os sistemas de Inteligência Artificial são capazes de adaptar o seu comportamento, até certo ponto, através de uma análise dos efeitos das ações anteriores e de um trabalho autónomo.

Recentemente, assistimos a uma multiplicação de propostas e medidas relacionadas com a Inteligência Artificial nos programas eleitorais de praticamente todos os partidos políticos.

Entre elas, está:

– A educação e qualificação dos portugueses em competências tecnológicas e digitais;

– A integração de ferramentas de Inteligência Artificial na Administração Pública, no Serviço Nacional de Saúde e na Investigação;

– A implementação da estratégia digital da União Europeia, no domínio da Inteligência Artificial;

– A criação de uma Agência Nacional para a Inteligência Artificial.

O reconhecimento da importância da Inteligência Artificial é desde logo positivo, e é importante que estas propostas, se traduzam em ações concretas.

A Inteligência Artificial não é só uma ferramenta tecnológica: é uma força transformadora que já se encontra a evoluir indústrias, a impulsionar a eficiência e a fomentar a inovação. A Inteligência Artificial não é o futuro, é o presente. Por isso, é importante que o compromisso com a Inteligência Artificial seja assumido como uma prioridade nacional. O próximo Governo deve integrar a Inteligência Artificial na sua agenda de forma significativa, garantindo que Portugal não só acompanhe, mas também lidere a revolução tecnológica global.

É essencial estabelecer um ecossistema de IA que apoie empresas com investimentos substanciais em investigação e também criar incentivos para a inovação e colaboração entre o setor público e privado. Além disso, a formação e a educação em competências digitais devem ser ampliadas, preparando os jovens estudantes, mas também os trabalhadores no ativo, para os desafios e oportunidades que a Inteligência Artificial traz.

A par destas medidas de caráter mais económico, devem ser abordadas as implicações éticas da Inteligência Artificial, assegurando que a tecnologia seja desenvolvida e aplicada de forma responsável e sustentável.

A transparência e o diálogo aberto entre os decisores políticos, as empresas, a indústria, a academia e a sociedade são fundamentais para garantir que as políticas de Inteligência Artificial sejam bem informadas e alinhadas com as necessidades. A Inteligência Artificial não deve ser uma questão exclusiva de especialistas ou elites tecnológicas: deve ser um campo de interesse e participação pública.

É crucial que Portugal integre a Inteligência Artificial como uma ferramenta de progresso económico, mas também como um meio de promoção de bem-estar e inovação sustentável.

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Paulo Doce de Moura

Paulo Doce de Moura

Paulo Doce de Moura exerce funções no Banco Carregosa e foi diretor do BNP Paribas Personal Finance. Estudou Relações Internacionais-Económicas e Políticas, na Universidade do Minho e Direção Geral de Empresas no Programa Avançado de Gestão para Executivos na Universidade Católica Portuguesa. Foi presidente de Direção da AIESEC (Association Internationale des Étudiants en Sciences Économiques et Commercialles) na Universidade do Minho, Coordenador Distrital Economia, Trabalho e Inovação no Conselho Estratégico Nacional e membro da Assembleia de Freguesia do Lumiar. Escreveu... Ler Mais..

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