Opinião
Gestão em 2026, transformação digital e liderança consciente
A Gestão atravessa, em 2026, uma transformação mais profunda do que qualquer outra das últimas décadas. Para compreender as mudanças que se anunciam, torna-se fundamental observar ecossistemas onde a inovação empresarial está a avançar mais rapidamente.
Recorro aqui a exemplos de várias geografias que, pela sua diversidade económica e maturidade tecnológica, oferecem sinais claros sobre o que poderá marcar o futuro global da Gestão, nomeadamente a América do Norte, a Ásia, a Índia, a Indonésia e os países escandinavos.
A aceleração tecnológica, a pressão ambiental e as novas expetativas sociais estão a redesenhar organizações, modelos de trabalho e competências. A questão central já não é saber se as mudanças chegarão, mas como as lideramos.
As tendências observadas nos grandes polos globais antecipam um padrão claro. Na América do Norte, o foco nas tecnologias de decisão, desde a inteligência artificial até à análise de dados avançada, está a redefinir a forma como as empresas planeiam, executam e aprendem. Na China, no Japão e em outras economias asiáticas avançadas, a automação e a sustentabilidade, combinadas com uma inovação constante, resultam em modelos industriais mais ágeis e orientados por dados. A Índia e a Indonésia mostram como o crescimento económico pode acelerar através da digitalização inclusiva e do empreendedorismo tecnológico. Já os países escandinavos confirmam que competitividade e responsabilidade social se reforçam quando a tecnologia serve, antes de tudo, a pessoa.
Em 2026, estas realidades convergem em três grandes movimentos. Primeiro, a gestão orientada por dados torna-se a norma, com decisões suportadas por informação em tempo real, modelos preditivos e processos inteligentes. Segundo, surgem novas formas de organização do trabalho, que combinam autonomia, colaboração e flexibilização, exigindo líderes capazes de promover confiança e propósito. Terceiro, a agenda ESG deixa de ser periférica e passa a definir estratégia, investimento e reputação.
Tudo isto reforça a evidência de que a gestão do futuro será mais tecnológica, mas também mais humana. A liderança exigirá domínio digital, visão estratégica e, sobretudo, sensibilidade para gerir pessoas em ambientes de mudança acelerada.
É aqui que a formação assume um papel decisivo. As IES devem adotar modelos pedagógicos que integrem tecnologia, rigor científico e uma ligação constante ao tecido empresarial. Devem formar gestores capazes de atuar em ecossistemas digitais, orientados para resultados, mas atentos às dimensões sociais e ambientais que moldam o mundo em construção.
Em 2026, gerir é antecipar e antecipar é liderar com impacto.








