Fraudes aumentaram em Portugal, revela estudo da Deloitte

O Deloitte Fraud Survey Portugal 2021 mostra que são cada vez mais as empresas que consideram que as fraudes estão a aumentar em Portugal.
Mais de metade (58%) das empresas portuguesas acredita que em Portugal o número de organizações envolvidas em situações de fraude aumentou no último ano, uma percentagem que indicia uma tendência crescente relativamente aos valores de 2019 (47%) e de 2020 (52%).
Segundo o Deloitte Fraud Survey Portugal 2021 (pesquisa realizada entre 15 de junho e 12 de julho de 2021), para 59% das empresas inquiridas, a pandemia contribuiu para o aumento de fraude no mercado nacional. Com exceção dos serviços não financeiros, em todos os outros setores os resultados foram coerentes com a análise global. Relativamente aos serviços não financeiros, 45% dos inquiridos considera que a pandemia não teve impacto significativo na ocorrência de fraudes.
A 3.ª edição do Deloitte Fraud Survey Portuga mostra também que o tráfico de influências (68%), a corrupção (53%) e a escolha preferencial de parceiro (47%) continuam a ser as três principais formas de fraude em Portugal. Numa análise regional, constata-se que as empresas situadas na Grande Lisboa e no Norte atribuem maior peso ao tráfico de influências (70% e 69%, respetivamente), do que empresas de outras regiões do país (57%).
Acresce a estas conclusões, o facto de 15% das empresas inquiridas ter declarado que testemunharam situações de fraude no último ano. O desvio de fundos, citado por 43%, foi a identificado como principal situação de fraude.
Por sua vez, os setores de serviços financeiros (47%), bens de consumo (17%) e serviços não financeiros (12%) são apontados como aqueles onde a perceção de situações de fraude é mais comum.
Na origem dos casos de fraude encontram-se também como fatores importantes, a falta de valores éticos, referida por 48% dos inquiridos, bem como os sistemas de controlo ineficientes, para 38%. Juntam-se-lhes ainda a falta de competências internas no controlo de fraude (53%) e a falta de formação dos colaboradores para prevenção de fraude (37%).
Destaque para o facto de cerca de três quartos dos inquiridos do Deloitte Fraud Survey considerar que se as fraudes devem ser denunciadas às autoridades competentes, mesmo que a essa situação tenha um impacto negativo na organização em causa.