Flexibilidade continua a ser chave na retenção de trabalhadores

Os empregadores sentem que têm mais poder na relação com os trabalhadores, no entanto, a flexibilidade a continua a ser determinante retenção, conclui o survey do ManpowerGroup.

Nos últimos anos, os profissionais passaram a valorizar mais a flexibilidade e autonomia no trabalho, um maior equilíbrio entre a vida pessoal e profissional e empresas alinhadas com os seus valores, e que priorizem as suas necessidades individuais.

Foi com este perfil do “novo” mundo laboral em mente, que uma das  mais recentes pesquisa do ManpowerGroup, o “The Age of Adaptability”, mostra que 81% dos trabalhadores afirmou que a pandemia afetou a sua forma de pensar sobre o trabalho, com três em cada 10 trabalhadores e 42% dos millennials a querer um maior equilíbrio entre a vida profissional e pessoal. Além disso, 31% dos trabalhadores aceitariam outra função no mês seguinte se esta oferecesse uma melhor combinação de trabalho e estilo de vida, acrescenta o estudo do ManpowerGroup.

Apesar destas tendências, a maioria dos empregadores considera que, na relação com os trabalhadores, a balança de poderes está cada vez mais a inclinar-se para o seu lado. Ou seja, apesar do peso que os trabalhadores têm conquistado no local de trabalho, atualmente, mais de 66% dos profissionais ainda sentem que os seus empregadores têm todo o poder para determinar onde trabalham.

Esta dinâmica está a criar uma luta pelo poder já que 66% dos empregadores em Portugal e 65% a nível global consideram que estamos perante uma transferência de poder para os empregadores na negociação de vários aspetos das condições de trabalho dos profissionais.

A flexibilidade de horários é uma das vertentes em causa já que 55% dos empregadores nacionais considera ter o poder de definir os horários de trabalho dos colaboradores e, de forma ainda mais acentuada, a definição do local de trabalho, enquanto 64% dos empregadores acredita deter também o maior poder de negociação neste âmbito.

É no setor da Saúde e Ciências da Vida que os empregadores (71%) consideram ter maior poder de decisão sobre o local onde os colaboradores trabalham, tal como acontece com a flexibilidade de horários, com a percentagem a atingir os 63%.

Por sua vez, nos setores das Tecnologias de Informação e Energia e Utilities essa perceção é menos acentuada, com 58% e 57% dos empregadores, respetivamente, a considerar um maior poder quanto à localização e 48% e 52% a revelar o mesmo sentimento no que respeito à definição de horários de trabalho.

Face aos desafios inerentes à gestão de equipas em modelos de trabalho remoto, assiste-se ao aumento do número de empresas que estão a impor modelos 100% presenciais ou um número crescente de dias no escritório. Mas estas medidas não estão isentas de riscos, nomeadamente ao nível da capacidade de atração e retenção do talento.

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