FASTinov inicia expansão europeia depois de ser testada em hospitais nacionais

Tecnologia portuguesa, que dá resposta em apenas 2 horas após confirmação de um diagnóstico de infeção, já foi utilizada no Hospital de Santo António, no Porto, e no IPO Porto, bem como em hospitais espanhóis, mas prepara-se para chegar a Itália e a outros países Europeus.

A FASTinov, empresa de tecnologia médica spin-off da Universidade do Porto, inicia expansão europeia da sua solução de gestão da sepsis, uma condição que leva à morte de mais de 11 milhões de pessoas por ano (uma a cada 3 segundos), segundo um estudo de 2020 da The Lancet, e que requer uma resposta médica muito rápida.

De acordo com um outro estudo de 2022 também da The Lancet, verificou-se recentemente um aumento significativo e preocupante do número de mortes por agentes microbianos frequentemente associados, nomeadamente bactérias multirresistentes – de 2014-2019 aumentou de 0,7 para 1,27 milhões de mortes em 5 anos. Em 2050, e segundo o relatório “Revisão sobre a resistência antimicrobiana” de 2016, esperam-se 10 milhões de mortes por ano devido a infeções por agentes resistentes a nível global.

A tecnologia, desenvolvida por Cidália Pina Vaz, professora catedrática da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, permite a entrega aos clínicos de um antibiograma em apenas 2 horas após confirmação de um diagnóstico de infeção, por contraste às habituais 48 horas. “Assim, os ajustes terapêuticos poderão ser realizados num tempo de resposta sem precedentes em medicina, com melhoria atempada da situação clínica destes doentes críticos, e consequente impacto no sistema de saúde”, explica a empresa em comunicado.

Segundo a empresa, esta tecnologia promove a sustentabilidade do Sistema Nacional de Saúde (SNS), tendo em conta um estudo atualmente em desenvolvimento pela FASTinov e com o envolvimento de diversos profissionais de saúde de hospitais de referência nacionais, que “aponta já, através de dados preliminares, para poupanças  no sistema de saúde na ordem dos 1.400€ a 2.200 euros por cada doente que é testado usando esta tecnologia face ao método convencional”.

A FASTinov já está presente em hospitais portugueses como o Hospital de  Santo António, no Porto, e no Instituto Português de Oncologia do Porto.

“Trabalhando em conjunto com unidades de saúde de referência, estamos a implementar a resposta mais rápida do mundo à sepsis/bacteremia, uma condição grave que afeta doentes em múltiplos contextos, e que requer uma resposta imediata aos doentes que sofram desta condição. Esta conquista é um marco significativo não apenas para o Hospital de Santo António, Porto e IPO Porto, mas também para a inovação médica nacional, dado a tecnologia estar no momento em expansão Europeia”, afirma Nuno Afonso, Presidente e CEO da FASTinov.

Após uma fase de validação em Portugal e em Espanha em mais de 600 doentes, esta tecnologia foi avaliada por vários hospitais nacionais em 2023 em mais de uma centena de doentes, sendo que a sua integração na rotina hospitalar está a cargo da empresa Quilaban. Para além disso, a sua implementação está em expansão, tendo sido já utilizada em hospitais universitários de referência em Espanha (Madrid e Sevilha) e está a ser preparada a sua integração em Itália e em outros países Europeus. EUA será o próximo alvo, garante a empresa.

Comentários

Artigos Relacionados