Ex-jornalista cria start-up e vende-a por 3,4 biliões de dólares

Quando decidiu criar uma start-up em 2015, chinesa Hu Weiwe estava longe de imaginar que acabaria por vender o projeto Mobike por 3,4 biliões de dólares.
Há três anos Hu Weiwei e alguns amigos decidiram fundar uma empresa que permitisse a partilha de bicicletas pagando-se um aluguer reduzido e recorrendo apenas a uma aplicação na internet. Desta forma, as pessoas podem ir de bicicleta para qualquer lado – trabalho, metro, supermercado – sem terem de se preocupar em procurar um local para guardar as bicicletas.
A verdade é que a empresa chinesa cresceu e a ex-jornalista e o grupo fundador concordaram em vender a Mobike ao Meituan Dianping, um gigante de entrega de alimentos, num negócio que avaliou a start-up em 3,4 biliões. Os fundadores e investidores arrecadaram mais de um bilhão em dinheiro, mas Hu Weiwe (de 36 anos) e a sua equipa continuam gerir a empresa.
A mais-valia do projeto para captar os investidores residiu no facto de as bicicletas estarem equipadas com GPS e terem o que os fundadores designam de uma imagem premium. Hu Weiwei criou bicicletas com rodas cor de laranja, que custam cerca de 476 dólares, e equipou-as com GPS. O processo de utilização é feito através de uma aplicação, via smartphone, que permite saber a localização das bicicletas em tempo real. Assim, o utilizador localiza a bicicleta mais próxima e partir de um código QR consegue destrancar o cadeado inteligente e começar a sua viagem, sem ter a preocupação de ter de devolver a bicicleta num ponto de recolha específico.
As bicicletas eram mais caras que as da sua maior rival ( a Ofo) mas o preço acabou por cair e o investimento feito por algumas grandes empresas, entre as quais a Alibaba e a Tencent, ajudou a Mobike a “inundar” as ruas de bicicletas. Foi também um elemento fundamental para que a empresa substituísse as bicicletas que, pelo facto de estarem mal arrumadas, eram confiscadas pelas autoridades. Atualmente, a Mobike e a Ofo respondem por cerca de 90% do mercado de aluguer e partilha de bicicletas na China.
A história de Hu Weiwei é sem dúvida surpreendente. Conjuntamente com Xia Yiping, responsável de uma empresa de tecnologia do setor automóvel, criou a empresa em janeiro de 2015 e, um ano depois, já esta “dominava” as ruas de Xangai com quase dois milhões de bicicletas em circulação. Em junho de 2017, a empresa recebeu um investimento de 600 milhões (a Tencent foi uma das investidoras) e expandiu o negócio para 130 cidades na Ásia, Oceania, Europa e América. Atualmente, a Mobike está presente em cerca de 200 cidades, em 18 países, através da mesma aplicação.
A ex-jornalista Hu Weiwe faz parte de uma nova geração de empreendedores chineses que soube aproveitar a utilização em massa dos smartphones, da internet, dos pagamentos através de equipamentos móveis e ainda a existência de muito capital de risco disponível. Assim, financiadas por multinacionais como a Alibaba e a Tencent Holdings, as start-ups chinesas, como a Mobike, têm apostado na criação e modelos de negócios que muitas vezes acabam por beneficiar aquelas gigantes.