Opinião

Evangelismo

Jason Nadal, lead innovation and evangelist da Microsoft Portugal

Esta é uma palavra que traz muitas imagens mentais. Frequentemente, as pessoas relacionam-na a um sem número de religiões em todo o mundo e associam-na à necessidade de um grupo de pessoas profetizar as suas crenças específicas para quem está ao seu redor.

O evangelista, o profissional que possui o trabalho de convencer, está enraizado numa causa que é maior do que ele próprio, focado no seu público e ávido por encontrar mais pessoas que estejam ansiosas por ouvir, aprender e adotar aquela fé.

A noção que hoje deveria estar ultrapassada, é a de que evangelismo é convencer a qualquer custo, às vezes com consequências implacáveis – uma espécie de takeover.

“Está aqui para me converter?”, não é uma reação – algo humorística – incomum, quando falo com pessoas de outras culturas sobre a nossa indústria e sobre o que nossa equipa faz. Sim, a reação ao termo é, tipicamente, uma pequena gargalhada – ainda assim amigável, porque evoca essas imagens históricas.

Embora possa ser encarada como uma escolha de palavra pouco feliz – se nos focarmos apenas nas imagens mentais que criei – acho que, se olharmos mais fundo e formos mais longe, entendemos o verdadeiro significado do vocábulo e porque é que ele se encaixa na perfeição ao que fazemos todos os dias…

A versão tecnológica do Evangelismo é moderna, criada em torno do conceito de ter uma paixão assolapada por relações interpessoais e a consciência de que existimos com um sentido de missão: viver e estar para os outros.

No mundo dos rápidos avanços tecnológicos, as mentes brilhantes que desenvolvem a próxima geração de serviços – desde o divertido jogo do telefone, até à salvação de sequências de genoma humano – devem ter um outro grupo de pessoas presente, para guiá-los perante a maravilhosa confusão de opções. Sim, é maravilhoso e é uma confusão fascinante, se tentarmos olhar para tudo por conta própria! Não se trata de obrigar alguém a utilizar uma tecnologia específica ou forçar uma abordagem de tudo ou nada. Não hoje, não com as incríveis opções de software aberto e proprietário que temos por onde escolher e plataformas de nuvem onde criar. Para que um evangelista no espaço tecnológico seja verdadeiro, é preciso ter profundamente inscrita no seu ADN essa vontade de servir. E isso é, exatamente, o que a equipa da qual faço parte implementa diariamente. Somos como um pequeno grupo Jedi®! Nove especialistas em conectar pessoas e estar próximos delas – sejam start-ups, grandes organizações, estudantes ou empresas de software.

Agora que tentei esculpir uma definição moderna de evangelismo, vou ocupar o espaço dos próximos artigos a dar exemplos de compromissos divertidos em torno do ecossistema de inicialização e como ajudar as vossas empresas a prosperar verdadeiramente através da inovação.

Com a abundância de artigos disponíveis nos media e na Internet, estou muito feliz por me terem dedicado uns minutos do vosso tempo. Se gostaram do que leram, partilhem com outras pessoas. Vou escrever uma coluna na Link to Leaders ocasionalmente. Por isso, se têm ideias para futuros artigos, não hesitem em contactar-me!

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Jason Nadal foi responsável pela área de Desenvolvimento e Empreendedorismo (DX), na Microsoft Portugal, designada a área do evangelismo. A seu cargo tem a relação com as audiências técnicas, com os objetivos de aproximar a empresa dos programadores, criadores de start-ups e estudantes, e de garantir que estes têm ao seu alcance a tecnologia e o software necessários ao desenvolvimento e criação de soluções e aplicações tecnológicas inovadoras. Ele próprio já fundou três start-ups. Atualmente é Chief Revenue Officer da Centrado Advising.

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