Estudo: As cidades mais caras do mundo são…

Zurique é a cidade mais cara da Europa e Hong Kong a do mundo. Estas são apenas duas das muitas conclusões a que chegou o 24.º estudo anual da Mercer-Cost of Living, revelado hoje. Um barómetro para quem pretende trabalhar e viver fora do seu país de origem
Numa altura em que o cenário empresarial mundial vive tempos de mudança e em que as multinacionais procuram talento, esteja este onde estiver, oferecendo pacotes de benefícios para expatriados nas suas missões internacionais, é cada vez mais prioritário saber quanto custa viver noutro país.
Com o objetivo de encontrar algumas respostas para quem equaciona viver e trabalhar ou, quem sabe, criar um negócio fora do seu país de origem, a Mercer fez mais uma edição do seu estudo sobre o custo de vida em alguns pontos do globo, o “Cost of Living Survey”. Até porque, destaca o estudo, a instabilidade no mercado imobiliário e nos preços de bens e serviços, assim como a baixa inflação, são fatores de grande impacto no contexto empresarial e na atratividade de muitas cidades a nível mundial.
Por exemplo, quatro das cinco cidades mais caras do mundo para expatriados estão situadas no continente asiático: Hong Kong (que ultrapassou Luanda, até agora a mais cara do mundo), Tóquio, Singapura e Seul.
Lisboa também não ficou fora desta análise global. De acordo com o “Cost of Living Survey, a capital portuguesa subiu 44 posições no ranking, passando da 137.ª posição, em 2017, para o 93.º lugar este ano. Esta é a maior subida de sempre de Lisboa, desde a realização deste estudo, no que concerne ao custo de vida para os expatriados. Na origem desta subida estão fatores relacionados com as variações do euro face ao dólar assim como uma subida generalizada dos preços nos setores da habitação, restauração e dos combustíveis.
Diogo Alarcão, CEO da Mercer Portugal, lembra que “com a evolução tecnológica e a importância de uma força de trabalho conectada globalmente, a transferência de talento permanece uma componente chave na estratégia das empresas multinacionais”. Contudo, “se por um lado, a mobilidade da força de trabalho permite às organizações conseguir uma maior eficiência, utilizar o melhor talento e serem eficientes do ponto de vista dos custos em projetos internacionais, por outro lado a volatilidade dos mercados e o crescimento económico moderado em muitas partes do mundo faz com que as empresas avaliem com algum cuidado os pacotes de remuneração para expatriados”, refere este responsável.
Europa, Médio Oriente e África
São duas as cidades europeias que constam no top 10 das cidades mais caras. Zurique, na Suíça, ocupa a terceira posição do ranking global, e permanece a cidade europeia mais cara, seguida de Berna (10.ª).
Genebra (11.ª) caiu quatro lugares relativamente ao ano passado, sobretudo devido à tendência de queda do mercado imobiliário na cidade.
Globalmente, houve uma subida no ranking de todas as cidades da Europa Ocidental fruto da valorização das moedas locais face ao dólar norte-americano, bem como ao aumento do custo de bens e serviços. Na Alemanha, cidades como Frankfurt (68.ª) e Berlim (71.ª) registaram algumas das maiores subidas, 49 lugares, tal como Munique (57.ª) que subiu 41 posições.
Comparativamente ao ranking do ano passado, Londres subiu 10 lugares, ocupando agora a 19.ª posição, Paris (34.ª), subiu 28 lugares, Roma (46.ª), 34 lugares, Madrid (64.ª), 47 lugares, e Viena (39.ª) trinta e nove lugares.
Pela contrário, na Europa Central e Oriental foram alguns as cidades que caíram no ranking Mercer: Moscovo (17.ª), São Petersburgo (49.ª) e Kiev (173.ª) caíram quatro, 14 e 10 posições, respetivamente. A desvalorização da moeda local face ao dólar norte-americano é uma das razões apontadas.
No Médio Oriente, Tel Aviv (16.ª) mantem-se como a cidade mais cara para expatriados, seguida pelo Dubai (26.ª), Abu Dhabi (40.ª) e Riyadh (45.ª), enquanto a capital do Egito, Cairo, é a mais barata da região para expatriados.
A cidade africana mais cara continua a ser Angola (6.ª posição), seguida de N’Djamena (8.ª), Libreville (18.ª), no Congo.
Continente americano
A recuperação europeia levou a que algumas cidades norte-americanas caíssem no ranking. Foram os casos de Nova Iorque que caiu quatro lugares, ocupando agora a 13.ª posição, de São Francisco (28.ª) e Los Angeles (35.ª) que desceram, respetivamente, sete e 12 posições.
Mais a norte do continente americano, e apesar de maioria das cidades canadianas ter descido no ranking, a cidade mais bem classificada, Toronto (109.ª), subiu 10 lugares, devido a um aumento dos custos referentes ao arrendamento de habitação para expatriados.
Na América do Sul, São Paulo (58.ª) classificou-se como a cidade mais cara, apesar da queda de 32 posições face ao ano anterior. Santiago (69:ª) segue como a segunda cidade mais cara. A maioria das outras cidades da América do Sul caiu no ranking, apesar do aumento dos preços dos bens e serviços em países como o Brasil, Argentina e Uruguai.
Ásia e Pacífico
Hong Kong, que ocupa a primeira posição do ranking global, emergiu como a cidade mais cara para expatriados devido, em parte, à descida de Luanda no ranking. Tóquio, ocupa a 2.ª posição, Singapura a 4.ª, Seul a 5.ª, Xangai a 7.ª e Pequim, a 9.ª. Por sua vez, Mumbai (55.ª) é a cidade mais cara da Índia, seguida de Nova Deli (103.ª) e Chennai (144.ª).
Noutros locais na Ásia, Banguecoque, na Tailândia, subiu 15 posições, ocupando agora a 52.ª posição. Kuala, na Malásia, subiu 20 lugares, 145.ª, enquanto Hanoi, no Vietnane, caiu 37 posições (137.ª).
Este ano, as cidades australianas caíram no ranking: Brisbane (84.ª) e Perth (61.ª) desceram 13 e 11 posições, respetivamente. Sidney é a cidade australiana mais cara para expatriados: ocupa a 29 posição do ranking.
Concebido para ajudar as empresas multinacionais e os governos a definirem estratégias para os seus colaboradores expatriados, o estudo da Mercer é um dos mais abrangentes do mundo: inclui mais de 375 cidades. Este ano, o ranking contempla 209 cidades, em cinco continentes, e determina o custo comparativo de mais de 200 itens em cada local, incluindo alojamento, transporte, comida, roupa, bens domésticos e entretenimento.