Estão a ver-te. À espera que caias.

Não te iludas. Há sempre quem esteja a observar, à distância, à espera do teu fracasso. Não é inveja. Não é ódio. É simplesmente o comportamento humano de quem nunca teve coragem para arriscar.

Esperam pelo momento em que desistas, em que deixes a “loucura” da start-up para ires arranjar um emprego “a sério”. Esperam pelo crash inevitável da tua “grande ideia”, tal como previram no café, entre risos disfarçados de conselhos.

Mas ninguém te fala do lado negro.
Ninguém te diz que vais sangrar em silêncio. Vais trabalhar noites inteiras para lançar um produto que ninguém vai usar. Vais investir dinheiro que não tens. Vais perder amigos. Vais perder relações. Vais chorar no carro, sozinho, depois do Demo Day, a perguntar-te se fazes ideia do que estás a fazer. Vais questionar-te todas as semanas, às vezes todos os dias, se estás a ficar louco.

E sabes que mais? Ainda bem.

Porque se isto não te destrói, vais sair do outro lado completamente diferente. Vais construir uma versão de ti próprio que não tem medo de nada. Porque já viste o abismo, já provaste o fracasso, já sentiste o gosto amargo de lançar para o vazio, e sobreviveste.

Isto não é para pessoas normais.
O empreendedorismo não é para os equilibrados, os que só arriscam o seguro, os que aceitam um “não” como resposta final. É para os obcecados, para aqueles que quando ouvem um “não” reagem com um “vais ver”. É para quem transforma rejeição em combustível e derrota em motivação.

Muitos acham que uma start-up é um lifestyle, um mood de Instagram. Não é. É uma guerra diária. Uma luta contra a mediocridade, contra a dúvida, contra ti próprio. Vais duvidar do teu produto, da tua equipa, da tua ideia, e vais duvidar de ti. Mas se, mesmo assim, continuas, é porque tens algo dentro de ti que não aceita desistir.

A maioria não vai aguentar. Vão cair. Vão voltar ao conforto do salário no final do mês, ao emprego das 9 às 18, à rotina. Não há mal nisso. Nem todos nasceram para esta dor. Mas se tu consegues olhar para tudo isto, o cansaço, a ansiedade, a incerteza, o medo do fracasso, e ainda assim acordas todos os dias com vontade de lutar, então bem-vindo.

Bem-vindo à festa da dor.
Este jogo é para os resilientes. Para quem prefere tentar e falhar a nunca tentar. Se não tens medo de te queimar, de falhar em público, de ser motivo de chacota, então estás no sítio certo.

Agora, pára de ler artigos motivacionais.
Vai lá fora.
Constrói.
Queima-te.
Cresce.
E volta mais forte.

Vamos construir. Vamos partir tudo. Porque se isto não te partir, vai fazer de ti alguém absolutamente imparável.