Entrevista/ “Estamos a estudar novas geografias e modelos presenciais diferenciadores”

Flávio Horta, fundador da DGT Innovation

O DGT Innovation nasceu no Brasil há 15 anos com a missão de apoiar a transformação digital dos negócios. Hoje está também presente em Portugal. Flávio Horta, CEO do DGT Innovation, falou ao Link to Leaders de um dos eventos que organizou recentemente, o DGT LX, no Taguspark, em Oeiras, dos desafios do mercado e das ambições para 2025.

A  DGT/LX 2025 decorreu durante dois dias, no Taguspark, em Oeiras. A iniciativa reuniu mais de 800 executivos e profissionais, 15 expositores, 65 oradores e 30 apresentações. Especialistas e líderes visionários exploraram o presente e o futuro da tecnologia, e falaram de inovação, marketing, mas também de impacto digital.

“Além do propósito de partilhar conhecimento e fomentar conexões entre empresas e executivos do setor digital, a edição deste ano transmitiu uma mensagem clara de união. O DGT/LX 2025 reforçou a importância de um mercado coeso, capaz de crescer em maturidade e dimensão”, explicou Flávio Horta, publicitário especializado em marketing digital desde 1999, que passou pelo BOL e UOL, Media Factory e que hoje lidera o DGT Innovation.

Para este mês, já têm agendado mais um evento que terá lugar no dia 29 de maio, com o tema “Inteligência Artificial”, e num formato em para 50 participantes.

O responsável continua a acreditar “que, através da organização de congressos, eventos temáticos e da produção de conteúdos online com curadoria especializada, é possível promover conexões reais, gerar conhecimento e acelerar o desenvolvimento conjunto dos mercados”.

Que balanço faz da DGT/LX 2025?

Durante dois dias, a DGT/LX 2025 reuniu cerca de 800 participantes, uma audiência altamente qualificada, onde 78% eram executivos em posições de liderança. O evento contou com 65 oradores que partilharam conhecimento, tendências e inspiração com um público atento e envolvido. Foi com grande honra que recebemos os principais players do mercado nacional, onde partilharam conhecimento não só em palco, mas também na zona de networking.

Empresas como EDP, GALP, L’Oréal, Millennium, Continente, ActivoBank, Hussel, Glovo, Sonae, Diageo, Microsoft, Adidas, Salesforce, Fidelidade, Brisa, Sumol Compal, Vista Alegre, Perfumes & Companhia e Wells marcaram presença, entre muitas outras. Contámos ainda com o apoio institucional do Taguspark e das Câmaras Municipais de Lisboa e Oeiras, o que foi crucial para tornar o evento um espaço de encontro, partilha de conhecimento e valorização da inovação em comunidade.

“O evento juntou profissionais com muita experiência, que proporcionaram reencontros, novas ligações e partilha de experiências”.

Que mensagens foram transmitidas?

Além do propósito de partilhar conhecimento e fomentar conexões entre empresas e executivos do setor digital, a edição deste ano transmitiu uma mensagem clara de união. O DGT/LX 2025 reforçou a importância de um mercado coeso, capaz de crescer em maturidade e dimensão. Um setor mais unido tem maior capacidade de desenvolver soluções tecnológicas e de responder as necessidades dos consumidores e por ainda criar novas oportunidades de emprego. O evento juntou profissionais com muita experiência, que proporcionaram reencontros, novas ligações e partilha de experiências.

Como refere a célebre frase: “Sozinhos vamos mais rápido, mas juntos vamos mais longe” e essa foi, sem dúvida, a mensagem que o evento procurou deixar: de colaboração, sem sentido de comunidade, onde o apoio mútuo e fortalecimento das relações entre empresas pode levar mais longe.

Quais as principais áreas em destaque?

A inteligência artificial foi, sem dúvida, o tema central do evento, transversal a praticamente todas as sessões. No entanto, outros tópicos ganharam destaque como a experiência do cliente, estratégias omnicanal, investimentos e start-ups, ciência dos dados, marketing B2B, storytelling e, claro, o e-commerce.

Qual a importância de eventos como o DGT/LX para o setor e para os profissionais de marketing?

Desde o ano passado que estávamos a trabalhar para que a edição deste ano marcasse um ponto de viragem na história dos eventos DGT Innovation/Digitalks. Apostámos numa curadoria de temas alargada, com conteúdos que vão além do convencional. A minha mudança para Portugal tornou possível uma maior integração e contacto com o mercado, resultando na integração e mobilização de mais de 50 empresas patrocinadoras e parceiras. O evento é um motor que une o setor e fomenta um ecossistema digital mais robusto, inovador e cheio de oportunidades a serem exploradas.

“O futuro passa pela diversificação. Teremos não só grandes eventos como a DGT/LX, mas também encontros de menor dimensão e direcionado a especializados”.

O que esperar do futuro da DGT Innovation?

O futuro passa pela diversificação. Teremos não só grandes eventos como a DGT/LX, mas também encontros de menor dimensão e direcionado a especializados. Já temos cinco eventos agendados a partir de maio, sendo que o primeiro é no dia 29 com o tema “Inteligência Artificial”, num formato em exclusividade para 50 participantes.

O que motivou a vinda do projeto DigiTalks para Portugal?

Em 2017, participei num evento em Lisboa que discutia a maturidade do mercado digital brasileiro e as oportunidades de colaboração com o mercado português. Durante essa visita, tive a oportunidade de me reunir com diversos líderes do setor e percebi o grande potencial de expansão e troca entre os dois países. Na altura, ainda sob a marca Digitalks, hoje DGT LX, identifiquei a oportunidade de contribuir para o fortalecimento desse ecossistema. Acreditava (e continuo a acreditar) que, através da organização de congressos, eventos temáticos e da produção de conteúdos online com curadoria especializada, é possível promover conexões reais, gerar conhecimento e acelerar o desenvolvimento conjunto dos mercados e assim ganhamos todos.

“A economia digital está em pleno crescimento e oferece condições favoráveis para o desenvolvimento de novos negócios”.

Que inovações estão a transformar o mercado português?

Portugal vive um momento de grande dinamismo, posicionando-se como hub estratégico da inovação na Europa. O país atrai empresas tecnológicas, investidores e empreendedores, com políticas de incentivo e uma infraestrutura em expansão. A economia digital está em pleno crescimento e oferece condições favoráveis para o desenvolvimento de novos negócios.

Projetos para o futuro?

Além da consolidação e expansão dos eventos DGT LX, vamos continuar a investir em formatos inovadores, como o DGT Now, uma série de entrevistas no YouTube com líderes empresariais portugueses. Outra novidade é que estamos a estudar novas geografias e modelos presenciais diferenciadores, cuja apresentação de viabilidade será feita no segundo semestre deste ano.

Respostas rápidas:

Maior risco: A velocidade das mudanças num setor tão competitivo como o da tecnologia.
Maior erro: Não ter considerado, desde o início, as especificidades do mercado português, sobretudo no que toca aos grandes grupos de media.
Maior lição: Realizar um grande evento é importante, mas envolver os líderes, hubs e instituições do setor é fundamental.
Maior conquista: Consolidar, em definitivo, o principal evento de negócios digitais e tecnológicos do Brasil em Portugal.

 

 

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