ESA quer simular condições de vida no espaço e paga 5 mil euros aos candidatos

E se o seu novo emprego fosse ficar deitado durante 10 dias? O desafio é da Agência Espacial Europeia que paga cerca de 5 mil euros para simular condições de vida no espaço.
Integrado num estudo que visa simular condições do espaço na Terra, a Agência Espacial Europeia (ESA) está a recrutar pessoas que, durante 10 dias, queiram ficar deitadas num colchão de água. O aliciante deste desafio é que a ESA paga cerca de 5 mil euros aos interessados em participar na experiência.
Designado Vivaldi III, o estudo implica que os voluntários tenham de passar dias numa cama de água, sem colocar os pés no chão. Ajudar os cientistas a entenderem como o corpo humano reage à microgravidade é objetivo desta experiência da ESA que ocorre na Clínica Espacial Medes, em Toulouse, França. Apesar do atrativo financeiro, a experiência comporta alguns inconvenientes uma vez que implica que o candidato fique imerso numa espécie de banheira, mas sem estar em contato direto com a água. Ou seja, fica coberto por um tecido impermeável, que o mantém seco enquanto fica suspenso na água. Conhecida como imersão seca, esta técnica serve para recriar a sensação de ausência de peso e de gravidade, criando a sensação de que o corpo está a flutuar.
Ann-Kathrin Vlacil, da ESA, explica que “ao prolongar a duração da imersão seca e compará-la ao repouso inclinado, estamos a refinar o nosso entendimento de como essas simulações reproduzem a vida no espaço, seus diferentes efeitos fisiológicos e como se complementam”.
Submersos até ao tronco, mas com os braços e a cabeça fora de água, os participantes experimentam algo próximo ao que os astronautas sentem na Estação Espacial Internacional (ISS). Como durante a ausência de gravidade, o corpo dos astronautas sofre várias alterações, entre as quais perda de massa muscular, esta técnica permite que investigadores possam medir os efeitos físicos decorrentes desse ambiente.