Empreendedores: checklist de due diligence para encontrar o investidor ideal

Como pode o empreendedor garantir que os seus valores estão alinhados com os seus potenciais investidores? O escritório de advogados norte-americano Ballard Spahr ajuda-o nesta missão, partilhando uma checklist de procedimentos de diligência devida (due diligence) que deve seguir antes de fechar um acordo.
Não importa em que fase se encontra a sua empresa. A captação de investimento assume-se, por vezes, como um processo difícil e exaustivo. No entanto, isso não significa que deva ceder e aceitar capital de quem oferece.
Assim como os investidores despendem tempo em diligência e a conhecer o empreendedor, a sua visão e a sua paixão, o empreendedor também deve esforçar-se para conhecer o seu investidor antes de aceitar qualquer capital. Afinal, aceitar capital de um investidor significa assumir um compromisso que provavelmente durará anos.
De acordo com o Anuário de 2022 da National Venture Capital Association (com base em dados recolhidos do Pitchbook), existem atualmente 2.889 empresas de capital de risco nos EUA. Essas empresas investiram aproximadamente 333 mil milhões dólares (316 mil milhões de euros) em 14.441 empresas durante o ano fiscal de 2021. Espera-se que esse número recorde de investimentos continue em 2022.
Até ao momento, durante o primeiro trimestre de 2022, as empresas de capital de risco investiram cerca de 70 mil milhões de dólares (64 mil milhões de euro) em quase 5 mil empresas. Este valor não inclui os 52,5 mil milhões (50 mil milhões de euros) de investidores não tradicionais e o 1 bilião investidos por business angels durante o mesmo período.
Então, como podem os empreendedores garantir que os seus valores estão alinhados com os seus potenciais investidores? Primeiro têm que definir os seus objetivos e valores pessoais. Se a sua visão para a empresa for diferente da dos seus potenciais investidores, a sua parceria pode não ser tão frutífera e produtiva quanto deseja.
Segundo o escritório de advogados norte-americano Ballard Spahr, eis algumas questões que deve pensar primeiro:
Qual é o objetivo do seu projeto?
Quais os princípios e ideologias que são mais importantes para si e para a sua equipa?
Qual o controlo da empresa que está disposto a ceder (percentagem de propriedade, cargos no conselho, envolvimento na gestão)?
Quão rápido e distante está determinado a escalar e a fazer crescer o seu negócio?
Quais são os seus objetivos e plano de exit?
Está disposto a que o seu projeto seja comprado mais cedo ou a permanecer na empresa durante algum tempo?
Que valor (além de capital) espera dos seus investidores?
De seguida, visualize o perfil de investidor ideal para sua empresa. Os investidores podem ser passivos ou ativos no negócio. O investidor ideal é aquele que é capaz de apoiar os seus objetivos multifacetados e não prejudicar a sua visão, aconselha a Ballard Spahr.
Para o ajudar nesta missão, o escritório de advogados partilhou uma checklist de due diligence. Se responder a todas as questões afirmativamente, avance sem medo, aconselha a Ballard Spahr na Technical.ly.
- O investidor entende o negócio da sua empresa?
- O investidor trabalhou com outras empresas do mesmo setor ou similares ou com modelos de negócios semelhantes ao da sua empresa?
- O investidor tem profundo conhecimento operacional ou experiência de investimento e trabalha com empresas que o podem ajudar a percecionar vários ângulos?
- Conta com membros na equipa que não são de investimento e que o podem ajudar com apoio operacional?
- Tem investimento suficiente para apoiá-lo em várias ronda de financiamento? O investidor pretende acompanhar os investimentos ou, se não conseguir, pode conectá-lo a outros investidores que têm essa disponibilidade?
- O investidor oferece uma perspetiva diversificada e em evolução para a empresa?
- O investidor tem uma ampla rede que colocará à disposição da sua empresa?
- Solicite referências de empreendedores que constam da carteira do investidor, incluindo fundadores de empresas do seu portefólio que tiveram sucesso e aquelas que falharam.
- Tem empresas no seu portefólio que podem tornar-se seus concorrentes?
- Quais são as experiências de outras start-ups que apoiou? Como foi a cooperação quando as coisas estavam a correr bem e o que aconteceu quando se deparou com problemas?
- As empresas com as quais trabalhou angariaram dinheiro facilmente nas rondas subsequentes e tornaram-se lucrativas ou foram vendidas a players estratégicos?
- Além do dinheiro, o investidor ofereceu valor real (ou seja, contactos com potenciais clientes, serviços terceirizados de Chief Financial Officer (CFO), consultoria em demonstrações financeiras, apoio na contratação de funcionários ou apoio estratégico ou operacional ou são investidores passivos que procuram apenas atualizações periódicas?
- Quem será o seu ponto de referência para questões/perguntas e aprovações que possa precisar obter do investidor?
- O investidor estará disponível para reuniões, conselhos, feedback e para discutir atualizações do negócio à medida que avança nas várias fases do seu ciclo de vida?
- Finalmente, num mundo cada vez mais digital – quem é o investidor?