EIT Health InnoStars Connect: start-ups chamadas a intervir para salvar recém-nascidos

Em 2024 registaram-se 255 mortes de crianças com menos de um ano em Portugal, segundo dados do INE. O EIT Health InnoStars e o Grupo Chiesi procuram soluções capazes de alterar o curso desta realidade. Investigadores, start-ups e PME portuguesas podem candidatar-se até 13 de junho.

Quase 1 em cada 10 recém-nascidos na Europa é admitido numa unidade de cuidados intensivos neonatais, sendo que a Síndrome do Desconforto Respiratório, SDR, também designada de Doença da Membrana Hialina continua a ser uma das principais ameaças para os bebés prematuros. Para fazer face às complicações da SDR e melhorar os cuidados perinatais, o EIT Health, que faz parte do Instituto Europeu de Inovação e Tecnologia (EIT), um organismo da União Europeia, lança a segunda edição do InnoStars Connect programme, uma iniciativa baseada em desafios para instituições de investigação, start-ups, hospitais, universidades e PME para codesenvolver soluções inovadoras com o Grupo Chiesi.

“O InnoStars Connect é um exemplo poderoso de como os desafios do mundo real podem desencadear uma inovação significativa e colaborativa”, afirmou Sarah Haddadin, Innovation Lead e Gestora de Programa do EIT Health InnoStars RIS.

“No EIT Health, a nossa principal missão é construir as ligações que transformam ideias em impacto – reunindo start-ups, investigadores, prestadores de cuidados de saúde e a indústria para resolver problemas do mundo real, como mortes neonatais evitáveis e sistemas hospitalares ineficientes. Com esta iniciativa, estamos a dar aos inovadores do sul, leste e centro da Europa a plataforma, o apoio e as parcerias que precisam para promover mudanças reais”, acrescenta.

As organizações selecionadas através do InnoStars Connect juntar-se-ão à maior rede de inovação de saúde da Europa, obtendo acesso a orientação especializada, apoio personalizado e financiamento para ajudar a dar vida às suas soluções de saúde. Serão escolhidas dez equipas para co-desenvolver e pilotar as suas ideias em conjunto com os parceiros do desafio, o Grupo Chiesi, com a orientação de especialistas do sectores farmacêutico e da saúde.

Cada equipa receberá um montante fixo de 10 mil euros, dos quais 6 mil euros serão dedicados ao desenvolvimento de soluções, 3 mil euros para a deslocação a um bootcamp e mil euros para orientação e treino. Depois de trabalharem os seus projetos durante o programa, as melhores equipas apresentarão as suas soluções aos líderes europeus do setor da saúde na grande final do EIT Health InnoStars.

Além do enfoque nos cuidados pré-natais e neonatais, o InnoStars Connect inclui também uma segunda vertente de inovação. Em colaboração com a ULS de Coimbra, o EIT Health InnoStars está a procurar soluções digitais para transformar a programação hospitalar. O objetivo é otimizar os fluxos de trabalho clínicos e melhorar a experiência dos doentes através de sistemas inteligentes e automatizados que tratem das atualizações em tempo real, reduzam os atrasos e evitem as duplas marcações.

As candidaturas terminam a 13 de junho.

Novas ferramentas para diagnóstico, monitorização e prestação de cuidados

Como parte do projeto, o Grupo Chiesi procura soluções inovadoras para melhorar os resultados dos recém-nascidos afetados por doenças respiratórias graves como a SDNR e a DBP. Apesar dos avanços médicos, estas doenças continuam a ser as principais causas de mortalidade neonatal e de complicações a longo prazo.

O convite à inovação abrange um vasto leque de áreas, incluindo o diagnóstico precoce através de biomarcadores e modelos preditivos, a administração inteligente e sustentável de medicamentos, as terapias regenerativas e as ferramentas digitais, como as aplicações móveis de saúde e a monitorização remota. As prioridades incluem o reforço das Unidades de Cuidados Intensivos Neonatais (UCIN) com tecnologias inteligentes, a melhoria da nutrição dos bebés em risco e a expansão do acesso a cuidados de elevada qualidade em locais com poucos recursos.

O Grupo Chiesi também procura soluções mais amplas nos cuidados pré-natais e neonatais – tais como a gestão do risco de parto prematuro, a redução da reinternação hospitalar e a possibilidade de deteção precoce de doenças como a pré-eclâmpsia através de aplicações e wearables.