Opinião

Despedidas com propósito, vínculos com significado

Pedro Rocha e Silva, Managing Diretor da LLH | DBM Portugal

Uma boa gestão do momento de saída de um colaborador é crucial para as empresas por vários motivos. Não apenas afeta a experiência de quem está a sair, mas também pode ter impactos na cultura organizacional, na reputação da empresa e nos resultados a longo prazo.

Uma saída bem conduzida reduz o risco de críticas negativas junto do mercado de talento, em redes sociais ou plataformas de recrutamento, fortalecendo a reputação da empresa. Mesmo após saírem, esses profissionais podem continuar a referenciar a empresa ou os seus produtos/serviços, caso tenham tido uma boa experiência até ao final, funcionando como embaixadores da marca.

Por outro lado, há que preservar e reforçar o clima organizacional. Uma saída mal gerida pode gerar insegurança ou insatisfação nos colaboradores que ficam, seja pela relação existente com quem saiu seja pelo facto de cada um projetar no futuro o que lhe poderá suceder num contexto similar.

Para além destas questões mais ligadas à saúde e reputação organizacionais, existem outros aspetos mais ligados à necessidade de uma continuidade operacional, que deverão ser acautelados.

Quando um colaborador é envolvido num processo de transição estruturado, é mais fácil minimizar perdas de conhecimento, garantindo que o know-how e informações críticas são transferidas para outros de forma adequada. Uma saída bem gerida implica igualmente dedicar tempo a identificar e capacitar o/a sucessor/a, reduzindo impactos na produtividade.

Mostrar respeito pelo colaborador, mesmo (ou porventura principalmente) no momento da saída, reflete a ética e os valores de uma organização. E cria condições para que no futuro esses profissionais possam regressar à empresa ou colaborar como parceiros externos. Um bom relacionamento facilita esses reencontros.

Procurar apoiar o colaborador a encontrar um novo rumo através de práticas de outplacement revela estarmos na presença de uma empresa ética, responsável e preocupada com o capital humano, o que a posiciona como uma organização moderna e alinhada às práticas de gestão de pessoas mais avançadas.

Uma boa gestão de uma saída é um reflexo de maturidade e profissionalismo da empresa. Quando bem feita, beneficia não só os colaboradores que saem, mas também os que ficam e a própria organização no longo prazo.


Pedro Rocha e Silva é atualmente o Managing Director da LHH|DBM Portugal. Licenciado em Organização e Gestão de Empresas, pelo ISCTE, iniciou a sua carreira na Andersen Consulting, tendo mais tarde passado por empresas como a Watson Wyatt, Portugal Telecom, Heidrick&Struggles e Neves de Almeida HR Consulting.

Desenvolveu maioritariamente a sua carreira na área de Recursos Humanos, com uma experiência relevante nas temáticas de Executive Search, Talent Assessment, Leadership Advisory, Políticas de Remuneração, Modelos de Avaliação de Desempenho e Carreiras, estando atualmente dedicado às áreas do Outplacement e de Preparação para a Reforma.

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