Dealroom revela que ecossistema de start-ups de Lisboa vale mais de 21 mil milhões de euros

O estudo “The State of Lisbon’s Startup Ecosystem 2022”, da Dealroom, constata que o ecossistema de start-ups da capital portuguesa está avaliado na ordem dos 21,4 mil milhões de euros.
Divulgado esta semana, o estudo da “The State of Lisbon’s Startup Ecosystem 2022”, realizado pela Dealroom em parceria com a Made of Lisboa (Câmara Municipal de Lisboa), traça o perfil do ecossistema de start-ups da capital portuguesa. E uma das conclusões é que este ecossistema vale 21,4 mil milhões de euros, um valor de 26 vezes mais desde 2016, o que representa bem a atratividade do ecossistema. As empresas realocadas, contribuem para mais de 90% da criação de valor.
A par disso, o relatório destaca o facto de Lisboa ter criado um forte pipeline de empresas bem-sucedidas e promissoras, algumas das quais se mudaram para o exterior.
Por outro lado, releva a análise da Dealroom, este ano as start-ups, e até à data, levantaram 333 milhões de euros, montante que ultrapassou largamente os cerca de 97 milhões registados em 2021.
Ainda no panorama de investimento, este ano 94% do total de financiamento angariado pelas start-ups de Lisboa (os tais 333 milhões de euros), foi investido em start-ups atualmente sedeadas na capital.
Este crescimento foi impulsionado por rondas de série C, como as realizadas pela PowerDot (que levantou 150 milhões) e pela FRVR (69 milhões). Por sua vez, também este ano o investimento VC em early stage atingiu o seu nível mais alto ao subir 1,9 vezes desde 2020.
Segundo o estudo, os investidores internacionais também têm desempenhado um papel importante no ecossistema lisboeta, já que contribuíram para 80% do investimento total realizado e para 70% das rondas angariadas pelas start-ups sediadas em Lisboa.
Apesar disso, destaque também para o impacto dos investidores locais (no apoio e promoção do sucesso da próxima geração de start-ups no ecossistema), que este ano levantaram 77 milhões de euros em novos fundos. Venture Capitalist como a Indico, Faber, Shiling, Maze ou Armilar foram alguns desses protagonistas.
Outro aspeto focado foi o papel do ensino universitário na criação de start-ups. Refere a análise que as melhores universidades de Lisboa – com destaque para o Instituto Superior Técnico, a Universidade Nova e a Católica – serem “terreno fértil” para fomentar o talento empresarial nacional e no estrangeiro. Cita os exemplos de start-ups criadas por Alumni como a Sensei, Aptoide, Talkdesk, Outsystems, Unbabel, UpHill, Goparity, LOQR ou Coverflex, entre muitas outras. Conclui, inclusive, que as universidades de Lisboa estão a fomentar a próxima geração de talento empreendedor.
Refira-se ainda que mais de 70% das vagas em start-ups sediadas em Lisboa são para empregos não tecnológicos, com as vendas destacadas a canalizarem 35% das vagas, seguidas de marketing e comunicação. As posições tecnológicas representam apenas 22% das ofertas de emprego abertas.
O “The State of Lisbon’s Startup Ecosystem 2022” salienta ainda o facto de muitas empresas estrangeiras, scaleups e unicórnios estarem a estabelecer escritórios em Lisboa e aponta como exemplos a Cloudflare, Bolt ou Glovo, no caso dos unicórnios, APIAX, GuestCentric ou Dashlane, no caso das scaleups estrangeiros, ou ainda de multinacionais como a Microsoft, a Google ou a Amazon.