Consegue poupar dinheiro no final do mês? Dois terços dos portugueses dizem que não.

Dados da consultora Deloitte revelam que 69% dos portugueses afirma não conseguir poupar dinheiro ao fim do mês e metade não consegue fazer face a uma despesa inesperada no espaço de três meses.

Apenas um terço dos portugueses afirma conseguir poupar dinheiro no final do mês. A maioria (69%) afirma não o conseguir fazer face as despesas crescentes. A conclusão é do ConsumerSignals, base de dados da Deloitte Global que reúne informação relativa aos padrões de despesa dos consumidores em países de todo o mundo. Segundo esta plataforma, entre os 17 países analisados, Portugal registou o segundo valor mais alto neste indicador que avalia a poupança.

Os dados mostram ainda que 51% dos portugueses não consegue fazer face a uma despesa inesperada importante nos próximos três meses. Também mais de metade (54%) admite estar a adiar compras de grande dimensão. Nestes dois indicadores, Portugal regista o valor mais alto no último mês entre todos os países analisados. Apenas 34% dizem poder dar-se ao luxo de gastar dinheiro em coisas que lhes trazem alegria – o segundo valor mais baixo entre todos os países inquiridos.

É possível constatar que, ainda em junho, os portugueses gastaram em média 40 euros na sua última compra extraordinária. A grande preferência foi roupa e acessórios, enquanto noutros países europeus como a Alemanha, Espanha, França e Itália, a prioridade foi comida e bebida.

No que diz respeito à inflação, cerca de 83% dos portugueses mostraram-se preocupados com a subida de preços das compras do quotidiano, sobretudo as mulheres – 85%, comparativamente aos homens, 80%. Em Portugal, este número está acima da média global – 72% dos inquiridos a nível global estão preocupados com o aumento dos preços das compras quotidianas, face a 74% há um ano.

No que toca ao peso que as diferentes categorias de bens e serviços ocupam nas intenções de despesa dos consumidores portugueses, a habitação e as mercearias estão no topo da lista para todas as faixas etárias. Neste sentido, em junho, 54% dos portugueses compraram, sobretudo, marcas brancas, especialmente aqueles com baixo e médio poder financeiro, assim como os mais jovens (faixa etária dos 18-34 anos). É uma métrica que demonstra a preferência por preços mais acessíveis, o que poderá estar relacionado com o facto de as compras de supermercado ocuparem uma porção considerável do orçamento mensal.

60% dos portugueses pouparam ao reduzir o desperdício de comida em casa e cerca de 49% adquiriram apenas os essenciais, um valor que registou oscilações relativamente suaves desde março.

O ConsumerSignals é uma plataforma que reúne mensalmente dados relativos aos comportamentos dos consumidores em diferentes áreas. E que conta agora com informação relativa a mil consumidores portugueses, mostrando a sua perceção de bem-estar financeiro, padrões de consumo e poupança e intenções de despesa e compras futuras em setores como alimentação, transportes ou saúde.

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