Entrevista/ “O Chivas Venture é um apelo à ação”

Bruno Calvão, Head of Marketing Pernod Ricard Portugal

A 4.ª edição nacional do Chivas Venture realizou-se ontem e deu a vitória à Speak. A propósito da iniciativa falamos com Bruno Calvão, Head of Marketing da Pernod Ricard Portugal, que explicou os objetivos deste projeto internacional.

Ontem foi conhecida a start-up que vai representar o nosso país na competição internacional do Chivas Venture, agendada para Londres. A escolha recaiu sobre a  Speak – num pitch participado por cinco start-ups. Na sequência desta iniciativa, fomos perceber as origens do projeto Chivas Venture, que cumpre este ano a sua 4.ª edição, com uma entrevista a Bruno Calvão, Head of Marketing da Pernod Ricard Portugal, empresa que representa a marca Chivas.

O que esteve na origem do Chivas Venture? Porquê a criação deste programa?
A crença de Chivas sobre combinação de generosidade e sucesso foi iniciada pelos irmãos fundadores, James e John Chivas, que partilharam o seu sucesso com a comunidade local à medida que o seu negócio foi crescendo – através de donativos para a igreja, educação e apoio social. O Chivas Venture vem honrar este legado, apoiando empreendedores sociais de todo o mundo que combinam o lucro com o objetivo, fazendo uso do seu sucesso para melhorar a vida dos outros.

O Chivas Venture assume-se como uma competição aberta a empreendedores sociais que através do seu negócio ajudam a resolver problemas sociais e ambientais. Como é que os projetos nacionais têm reagido a este desafio? Qual tem sido a evolução das inscrições?
A reacção dos projectos nacionais tem sido muito positiva. Todos os anos recebemos dezenas de candidaturas de empreendedores com ideias fantásticas e orgulhamo-nos de, através desta plataforma, conseguirmos ajudar a impulsionar os seus negócios, seja através de prémios monetários, programas de aceleração ou visibilidade junto de pessoas relevantes da área e imprensa. Em Portugal, desde o início do projeto que se tem vindo a verificar uma maior adesão à competição, bem como uma melhoria na qualidade das mesmas. Na edição de 2017, por exemplo, tivemos 30 participações, sendo que este ano já contamos com um total de 72, o que demonstra a evolução que a competição tem vindo a ter.

Porquê problemas sociais e ambientais, atuando a empresa no setor das bebidas?
A marca Chivas Regal tem na sua génese os conceitos de generosidade e partilha e pretende ser condutora de um impacto positivo no mundo. Assim sendo, faz todo o sentido ser a marca a levar a cabo um concurso como o Chivas Venture. Trata-se de uma iniciativa totalmente alinhada com os valores da marca, que ajuda a mantê-la conectada com as novas gerações, apoiando simultaneamente as melhores start-ups do mundo com um impacto social e ambiental positivo.

O presidente e Ceo da Pernod Ricard diz que “o Chivas Venture não é um concurso. É um apelo à ação”.  Em que medida?
O Chivas Venture é um apelo à ação na medida em que desafia e encoraja empreendedores sociais de todo o mundo a acreditarem nos seus projetos e a crescer com eles. No fundo é uma oportunidade para impulsionar os seus negócios, não apenas através de prémios monetários como também dando a oportunidade de estar em contacto com pessoas relevantes da área do empreendedorismo através de programas de aceleração e coaching.

A empresa já integrou (ou investiu) em algum dos projetos/start-ups participantes nas edições anteriores?
Até agora a Pernod Ricard não investiu ou integrou qualquer empresa que tenha participado no concurso.

O financiamento de 1 milhão de dólares cumpre o objetivo de ajudar start-ups? Este montante vai manter-se nos próximos anos?
O Chivas Venture procura apoiar empreendedores sociais que acabam de se iniciar, em fase de startup – a maioria dos quais não está à espera de um investimento significativo. Sentimos que uma fatia de um fundo de 1 milhão de dólares ajuda muitas empresas nesta fase de iniciação a testarem as suas ideias, criar impacto social e proporcionar capital de trabalho para ajudar a um desenvolvimento do negócio.

Para além do investimento financeiro, os finalistas recebem um valor acrescentado, incluindo a participação num Programa de Aceleração de três dias, no qual cada vencedor nacional tem a oportunidade de realizar um pitch sobre o seu negócio perante experts na área, antes de receberem conselhos e feedback. No que se refere aos próximos anos, não existe qualquer indicação de que o valor irá alterar.

Qual a mais valia para as start-ups que participaram nas edições anteriores?
Tal como foi referido anteriormente, para além do investimento financeiro, os finalistas recebem um valor acrescentado, incluindo a participação num Programa de Aceleração no The Conduit – um local em Londres que acolhe uma comunidade diversificada de pessoas apaixonadas pela mudança social. O Programa de três dias em março permitirá aos finalistas participar em sessões de coaching one-to-one e desenvolver atividades de networking que os ajudará a elevar os seus negócios.

Para além disso, na final internacional do concurso, cada start-up recebe visibilidade internacional e reconhecimento pela presença na TNW Conference e pela cobertura mediática e digital gerada durante o evento.

Que avaliação fazem do impacto gerado pelo projeto na economia desde que foi criado em 2014?
Desde o lançamento da competição em 2014, o Chivas Venture já apoiou empresas que melhoraram a vida de mais de 1 milhão de pessoas graças aos 4 milhões de dólares que Chivas já investiu em negócios em todo o mundo. Para além disso cerca de 8.000 empreendedores já se candidataram para receber uma fatia do fundo anual de 1 milhão de dólares e, por isso, o objetivo é continuar a aumentar estes números, apoiando negócios que combinem os lucros com objetivo para que se gere um impacto positivo no mundo.

Qual pode /deve ser papel de empresas como a Chivas Regal na dinamização do ecossistema empreendedor nacional e internacional?
No fundo, os nossos objectivos mantêm-se desde o início: ajudar a elevar empreendedores sociais de todo o mundo, gerando uma mudança tangível, proporcionando financiamento e apoio para que os seus negócios se expandam. Queremos ser um catalisador para fazer crescer este movimento tão importante.

Comentários

Artigos Relacionados

Eugénio Viassa Monteiro, professor da AESE-Business School
Tomás Loureiro, Head of Innovation Intel na EDP