Opinião
Chegou o tempo de redescobrir o Centro de Portugal
A atividade turística tem motivos para encarar o futuro com confiança, depois dos meses extraordinariamente difíceis que teve de enfrentar. O tecido empresarial turístico, no Centro de Portugal como no país, foi dos mais atingidos na fase aguda da pandemia de covid-19, que obrigou à suspensão das operações. Com as fronteiras fechadas, o fluxo de turistas foi interrompido e as atividades pararam.
O pior, no entanto, já passou e a retoma é uma realidade, se bem que não de forma igual para todos. Em junho, assistiu-se a um apreciável número de reservas de alojamentos e restaurantes e as perspetivas para o verão são claramente promissoras. Se não houver surpresas negativas na evolução da doença, será possível salvar este verão. Ou, pelo menos, impedir que as perdas sejam tão graves como parecia inevitável há um par de meses.
Há que agradecer aos nossos concidadãos nacionais por esta evolução animadora. Os portugueses sentiram que tinham de contribuir energicamente para a retoma da economia e estão a fazê-lo. Depois de meses confinados em casa, retomaram o curso das suas vidas numa normalidade possível, em que as exigências de segurança obrigam a precauções extra. Recomeçaram a frequentar restaurantes, a reservar alojamentos, a passear – e a consumir – em família.
Para que tal fosse possível, era essencial assegurar condições de segurança ao nível da oferta. Os empresários da região Centro não se pouparam a esforços: arregaçaram as mangas e dotaram os seus estabelecimentos e atividades de todos os requisitos exigidos – e, em muitos casos, foram além deles. Não surpreende, portanto, que sejam já milhares as empresas turísticas deste território que conquistaram o direito a exibir o selo “Clean & Safe”, o qual, muito justamente, proporciona aos turistas a garantia de segurança que eles procuram.
O Turismo Centro de Portugal cumpriu a sua função. Num período tão difícil, todos nesta entidade redobraram o seu empenho, reforçando os canais de comunicação com os empresários. Nunca como nesta fase houve tantas solicitações e pedidos de esclarecimentos, as quais foram sempre respondidas.
Paralelamente, apostámos numa campanha intensiva de promoção, segmentada em momentos diferentes e alicerçada em plataformas audiovisuais complementares, na televisão, rádio e meios digitais.
Numa primeira fase, a 19 de março, avançámos com a campanha “Haverá Tempo”. Então, apelámos aos portugueses para que ficassem em casa, dizendo-lhes que “haveria tempo” para conhecer ou regressar ao Centro de Portugal. A mensagem era a de que vivíamos tempos que nos obrigavam a parar, para depois recomeçar. A 18 de maio, estreámos a campanha “Chegou o Tempo”, que é o seguimento lógico da campanha anterior. Com este mote, lançado no dia em que restaurantes, cafés, museus e outros estabelecimentos puderam reabrir, dizemos que chegou um tempo diferente: aquele em que, mantendo o rigor, podemos recuperar o tempo perdido, abraçar quem mais amamos, socializar, passear em família e visitar os destinos que prometemos conhecer assim que fosse possível viajar em segurança.
Com esta campanha, quisemos convidar os portugueses a visitar o Centro de Portugal como se fosse a primeira vez, com a garantia de que terão à espera uma região segura, autêntica, pessoal e sustentável. A campanha tem como base dois filmes – “Chegou o Tempo” e “A Vida é Agora” –, o segundo dos quais já venceu um prémio num festival internacional de cinema de turismo, em Riga.
Os resultados não podiam ter sido mais positivos, com reflexos na retoma da procura. Os portugueses estão a descobrir, ou a redescobrir, uma região fantástica, a maior do seu país, que muitas vezes não recebe o devido reconhecimento de quem cá vive. Chegou o tempo de o paradigma mudar.