Chefes terríveis: o que pode aprender com os filmes

A maioria das pessoas sabe o que é ter um péssimo superior hierárquico. Infelizmente, eles estão disseminados pelos locais de trabalho. Mas ver um mau chefe num filme pode ser divertido! Especialmente porque, no grande ecrã, eles costumam receber a paga do que fazem.

As pessoas gostam de ver maus chefes nos filmes talvez porque se identifiquem com o funcionário insatisfeito e perseguido que tem de lidar com a tirania de um líder tóxico. Ou então até podem torcer secretamente pelo chefe idiota, porque, apesar de todas as suas falhas e erros, ainda tem alguns aspetos que o redimem. Ou talvez seja apenas porque chefes desagradáveis ​​e mesquinhos deem ótimos filmes.
Seguem-se seis dos piores chefes do grande ecrã, numa seleção da Entrepreneur, e as lições que podemos aprender com os seus erros.

O Insustentável Peso do Trabalho
Neste filme, Bill Lumbergh é o típico chefe idiota que detestamos. O enredo é uma das melhores sátiras da vida quotidiana na selva de cubículos que compõe grande parte da América corporativa. Pete Gibbons é um programador desmotivado, preso a um trabalho de escritório monótono, repleto de tarefas irracionais e em grande parte irrelevantes. O filme é hilariante e muito perspicaz, e tem-se mantido atual desde que estreou, em 1999.

A reter: pare de microgerir! Os bons chefes energizam o ambiente e motivam quem trabalha (para) com eles. Se há um mantra que o filme repete é como as ações idiotas de um chefe controlador podem sugar a vida de uma empresa. A cultura empresarial é criada de cima para baixo. Respeite os funcionários e pare de interferir com o tempo livre deles.

O Diabo Veste Prada
No mundo da moda, Miranda Priestly é o exemplo da chefe tirana, que “quer, pode e manda”. A trama gira em torno de Andy, uma jovem recém-licenciada e aspirante a jornalista que consegue um emprego pelo qual “milhões de raparigas matariam” na revista “Runway”, da qual Miranda é editora-chefe. Inicialmente Andy debate-se com Miranda, que é totalmente abusiva com a sua equipa, mas começa   lentamente a encontrar o seu caminho e a aprender a lidar com situações desconfortáveis.

A reter: com Miranda, aprendemos que incutir medo nos subordinados não é uma boa estratégia a longo prazo. Eventualmente, os seus melhores e mais brilhantes funcionários ficam fartos ​​do comportamento ameaçador e fogem para empregos melhores.

A Rede Social
Muitos de nós estamos familiarizados com este enredo: Mark Zuckerberg estuda na Universidade de Harvard quando cria um site do campus chamado Facemash ao invadir o banco de dados da faculdade. Após ser contratado por dois veteranos para outro projeto, ele cria o conceito do Facebook (que inicialmente apelidou de Thefacebook). Zuckerberg acaba por concretizar a sua visão, mas não sem antes ser processado e trair alguns amigos pelo caminho.

A reter: nem sempre se trata de de quem é a ideia, mas de quem a pode executar da melhor forma. No final, foi Mark Zuckerberg quem lançou o Facebook. Mais ninguém teve a capacidade de fazer acontecer. Ele teve sucesso porque descobriu como fazer o serviço. Mas o filme também mostra um Mark Zuckerberg arrogante e paranoico que prejudicou os amigos para chegar ao sucesso. Embora a autoconfiança seja crucial para ultrapassar situações difíceis, ser excessivamente arrogante acaba por custar dinheiro e amigos.

Das 9 às 5
Nesta comédia clássica, três colegas de trabalho (Judy Bernly, Doralee Rhodes e Violet Newstead) tentam vingar-se do chefe chauvinista, Franklin Hart Jr., que maltrata as subordinadas. As três mulheres acabam por sequestrar o chefe. Como seria de esperar, no final todos têm o que merecem. Este filme retrata um dos piores tipos de chefe: aquele que não tem integridade e tenta manipular todos à sua volta em benefício próprio.

A reter: Uma das lições deste filme é não ser um “intolerante sexista, egoísta, mentiroso e hipócrita” (nas palavras imortais de Judy Bernly). Criar um ambiente tóxico resulta em produtividade reduzida, maior rotatividade e falta de lealdade. Infelizmente, Hart não é demitido, mas durante a sua ausência o trio mostra que é muito mais eficiente a gerir o escritório.

O Advogado do Diabo
Neste filme o diabo (que dá pelo nome de John Milton) atrai Kevin Lomax, um advogado de defesa moralmente flexível, para um emprego numa grande sociedade de Nova Iorque. À medida que o enredo se desenvolve, o carismático e persuasivo Milton puxa Lomax cada vez mais para a sua armadilha. Lomax, que outrora fora motivado por um desejo de excelência profissional, torna-se implacável e cruel.

A reter: mantenha-se fiel à sua bússola interior. Defina claramente quem é e o que representa, e nunca permita que alguém ou qualquer quantia o mude. Um pouco de humildade ajuda-o a manter os pés na terra.

Vingadores: Guerra Infinita” e “Vingadores: Endgame
No que diz respeito a vilões, é difícil bater Thanos. Afinal, matou metade das criaturas vivas em todos os universos conhecidos – atitude cruel e impiedosa que faz com que seja rotulado de megalomaníaco insensível. Isto de ser o vilão supremo e o arquiteto de todas as calamidades do mundo dá má reputação enquanto chefe.

A reter: os chefes que são monstros tirânicos acabam por descobrir que todo o poder do mundo não vale nada assim que um número suficiente de pessoas (super-heróis ou não) se sinta motivado para o derrubar. Mas há também alguns aspetos importantes que podemos reter deste estilo de liderança: Thanos nunca se desvia da missão estabelecida. Está sempre preparado para defrontar a competição num frente a frente. E nunca tem falta de autoconfiança, embora provavelmente devesse estar mais atento à arrogância

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