Entrevista/ “As start-ups tecnológicas têm agora uma enorme oportunidade de desenvolvimento e crescimento”

Isabel Neves, presidente do Business Angels Club de Lisboa

O novo coronavírus está a provocar a nível global uma crise com forte impacto na saúde dos povos. Mas também está a ter consequências na vida das empresas, incluindo na das start-ups. Se para algumas pode ser uma oportunidade para crescerem, para outras será o reinventar do seu negócio. Saiba o que pensa Isabel Neves, presidente do Business Angels Club de Lisboa, sobre este tema.

“Sobreviverão aquelas que forem capazes de responder aos desafios e que derem melhor resposta às necessidades de um mundo em mutação. Sobreviverão aquelas, cujas equipas demonstrem flexibilidade e capacidade de adaptação. Sobreviverão aquelas que melhor ajustarem as suas necessidades de financiamento aos recursos existentes”, afirmou Isabel Neves, presidente do Business Angels Club de Lisboa, em entrevista ao Link To Leader, sobre o futuro das start-ups.

A advogada explica ainda quais os setores mais afetados e quais as start-ups que “terão agora oportunidade de crescimento e desenvolvimento”. E deixa um conselho aos jovens empreendedores.

Conseguirão as start-ups portuguesas adaptar-se às consequências do Covid-19?
Todos temos de estar preparados para enfrentar a crise económica e social que se seguirá, agravada pelas consequências do Covid-19. Algumas start ups portuguesas estão de parabéns pela forma como manifestaram de imediato uma enorme capacidade de intervenção, de trabalho,adaptação e criatividade.

Vimos alguns exemplos disso com o movimento TEch4Covidis; com empresas, start ups e politécnicos a trabalharem na criação de protótipos de ventiladores, entre outros que muito gostaria de enumerar. Mas obviamente que as start ups portuguesas, como as demais empresas, sofrerão consequências e não posso ser optimista ao ponto de dizer que “vamos todos ficar bem” …

Sobreviverão aquelas que forem capazes de responder aos desafios e que derem melhor resposta às necessidades de um mundo em mutação. Sobreviverão aquelas, cujas equipas demonstrem flexibilidade e capacidade de adaptação. Sobreviverão aquelas que melhor ajustarem as suas necessidades de financiamento aos recursos existentes.

“As start-ups tecnológicas têm agora uma enorme oportunidade de desenvolvimento e crescimento, designadamente devido à maior apetência para o uso das aplicações moveis, serviços e transacções digitais, tecnologias de comunicação, biotecnologia  e obviamente a área da saúde  e bem-estar”.

Quais serão os setores mais afetados e quais as start-ups que poderão tirar “maior partido” da situação?
Os setores mais afetados serão sem duvida aqueles cujos produtos ou serviços estejam dissonantes com as necessidades de consumo. Não podemos esquecer que estamos perante uma crise mundial e que todos os mercados estão afetados. Os tempos são de mudança, os hábitos de vida vão mudar muito e haverá necessidade de reajustar padrões de consumo e de comportamento.

As start-ups tecnológicas têm agora uma enorme oportunidade de desenvolvimento e crescimento, designadamente devido à maior apetência para o uso das aplicações moveis, serviços e transacções digitais, tecnologias de comunicação, biotecnologia  e obviamente a área da saúde  e bem-estar.

Que conselhos dá aos fundadores das start-ups?
O conselho de sempre : estejam atentos às tendências económicas, sociais e políticas no Mundo. Essa análise estratégica é um fator chave para podermos antever cenários de crise, cenários de crescimento, procura do mercado, necessidades de consumo e desse modo adaptar e ou reajustar a oferta. Nos tempos mais próximos muita criatividade, flexibilidade e resiliência.

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