As start-ups holandesas que querem garantir um futuro sustentável

As grandes empresas estão a investir para garantir um futuro sustentável, mas também as start-ups estão a fazer o seu trabalho, trazendo ideias inovadoras. Conheça as soluções apresentadas pelas start-ups holandesas para a área do ambiente e sustentabilidade numa das maiores competições internacionais.
O Postcode Lotteries Green Challenge é um dos principais eventos para start-ups ecológicas que apresentam soluções sustentáveis ao mundo. Esta competição anual foi inspirada pelo ex-presidente Bill Clinton e conta com o apoio de Richard Branson, fundador do grupo Virgin.
A competição anunciou recentemente as 25 start-ups que passaram pela primeira triagem da iniciativa e que foram selecionadas de um total de 1167 candidaturas de todo o mundo. De entre as 25 empresas finalistas do Postcode Lotteries Green Challenge, cinco vão chegar à final em setembro. O vencedor será anunciado em outubro e receberá um grande prémio no valor de 500 mil euros.
O Silicon Canals noticiou as start-ups holandesas que concorreram ao Postcode Lotteries Green Challenge e que estão a revolucionar o ecossistema empreendedor com as suas soluções na área do ambiente e sustentabilidade.
A Field Factors, fundada por Karina Peña, criou uma solução compacta para o tratamento, armazenamento e reutilização de águas pluviais, chamada Bluebloqs. O sistema utiliza a água da chuva para controlar problemas como as enchentes pluviais, que acontecem devido a chuvas intensas, e questões como a escassez de água e redução de lençóis freáticos devido a secas.
A Basilisk é outra empresa holandesa no grupo das 25 selecionadas. O trabalho da green start-up formada por Henk Jonkers e Bart van der Woerd incide sobre o betão, um dos materiais mais utilizados na construção e que usa muitos recursos para ser produzido. Esta start-up desenvolveu uma tecnologia de autocorreção autónoma para estruturas de betão, que recorre a microrganismos inofensivos para preencher as fissuras que aparecem nas estruturas ao longo do tempo. Estes microrganismos são misturados com o betão e quando em contacto com água produzem calcário e preenchem as aberturas. Isto significa menores custos de manutenção e menor pegada de CO2.
A Krusli tem como objetivo enfrentar o problema do desperdício alimentar. Segundo a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), anualmente um terço dos alimentos produzidos no mundo para consumo humano é perdido ou desperdiçado. Para colmatar este problema, a start-up desenvolve produtos de pequeno-almoço a partir de resíduos como grãos de cerveja, farelo de trigo, chips, que de outra forma não seriam usados. Os produtos também usam nozes partidas que não entrariam nos padrões de qualidade de outras empresas. Atualmente existem quatro sabores diferentes e todos eles com menos de 10 gramas de açúcar.
A remoção de ervas daninhas de um campo de cultivo requer esforço e os métodos tradicionais muitas vezes são prejudiciais para o ambiente e difíceis de usar em extensões grandes de terreno. Neste sentido, a Odd.bot fundada por Martijn Lukaart, propõe uma solução robótica disruptiva que, quando se massificar, poderá impedir que 170 mil litros de herbicidas químicos sejam usados nos próximos sete anos. Este robote tem como objetivo permitir uma produção agrícola mais sustentável, removendo as ervas daninhas “manualmente” e mantendo os custos de mão-de-obra baixos.
A horticultura em estufas é uma forma eficaz de aumentar a produção de alimentos e criar facilmente culturas que exigem condições especificas. Todavia, este método é intensivo em recursos e, atualmente, usa combustíveis fósseis para suprir as necessidades energéticas. A start-up Solho, criada por Adriano Desideri e Emiliano Casati, desenvolveu uma solução chamada SPRHOUT (Solar PoweRed Horticultural Off-grid UniT). O SPRHOUT utiliza energia solar para responder às necessidades energéticas de uma estufa, seja a produção de calor, eletricidade ou refrigeração. O sistema energia proposto pela start-up aparenta ser economicamente viável para sistemas energéticos fora da rede, graças à sua capacidade de armazenamento de energia.
A água é um recurso extramente valioso, porém existem poucas fontes de água que possibilitam usar este recurso com pouco esforço. A pensar neste problema, a start-up Sponsh, de Lourens Boot, Catarina Esteves e Kurt Hamming, descobriu uma forma de recolher água do ar à nossa volta. A empresa desenvolveu um tecido inteligente sensível à temperatura que não requer nenhuma fonte de energia e é capaz de recolher a água do ar. Durante a noite, quando há mais humidade no ar, as suas fibras incham. Quando a temperatura sobe durante o dia, o tecido contrai e liberta a água captada.