As 10 start-ups mais “quentes” de Lisboa, segundo a Wired

Conheça as 10 start-ups mais “quentes” do ecossistema lisboeta, segundo a revista norte-americana Wired.

A revista Wired publicou recentemente um conjunto de listas das 10 start-ups mais “quentes” de várias capitais europeias. Lisboa não ficou de fora e juntou-se a Paris, Londres, Tel Aviv, Berlim e Estocolmo no “Europe’s 100 Hottest Startups 2018” da publicação norte-americana.

Os destaques ao ecossistema português passam pela introdução do Golden Visa – que tem como objetivo atrair start-ups de toda a Europa para se instalarem em território luso -, a entrada das iniciativas da Mercedes e da Volkswagen para criar centros de inovação e incubação em Lisboa e, como não poderia deixar de ser, a quantidade de talento disponível no país.

É relevante referir que dos 10 projetos distinguidos pela Wired, seis utilizam diretamente a inteligência artificial nos seus produtos ou serviços. Além disso, apesar desta lista incluir as 10 start-ups mais “quentes” de Lisboa, apenas quatro têm a sede da empresa na capital portuguesa. As restantes estão nos Estados Unidos (5) e em Londres (1).

Prodsmart

Fundada por Gonçalo Fortes e Samuel Martins, a Prodsmart vende software de automação virtual que converte smartphones e tablets em sensores, de forma a dotar as fábricas tradicionais de “inteligência”.

Ao utilizar o produto desta start-up, os clientes podem contar com uma análise em tempo real do que se passa nas linhas de produção e, desta forma, reduzir os gastos e aumentar a eficiência do sistema.

Investimento levantado: 1,6 milhões de euros.

James

A James nasceu em 2013 pelas mãos de João Menano, Samuel Hopkins e Pedro Fonseca. Anteriormente conhecida por CrowdProcess, esta start-up permite que os gestores de risco de crédito e os bancos criem, validem, lancem e monitorizem modelos preditivos de alta performance e que entrem em conformidade com as novas regulações.

A necessidade do serviço prestado pela James prende-se com a constante mudança da regulação do mercado dos empréstimos. Isto implica que os sistemas das entidades que operam neste meio também se tenham de manter a par das últimas atualizações.

Para que não o tenham de fazer, esta start-up introduz um algoritmo de inteligência artificial que realiza os updates nos recursos dos bancos e que é capaz de reconhecer padrões nos dados analisados.

Investimento levantado:  3,35 milhões de euros.

Talkdesk

Nascida de uma hackaton de 48 horas organizada pela Twilio, os cofundadores Cristina Fonseca e Tiago Paiva desenvolveram uma das start-ups mais reconhecidas do ecossistema português. Este projeto nasceu para diminuir os custos operacionais de relocalizar ou expandir call centers.

O software criado por esta start-up permite abrir um novo espaço sem os custos tradicionais. Para entrarem em funcionamento no novo centro de contacto, os clientes da Talkdesk só precisam de uma ligação à internet, colocando, assim, de parte o material físico, telefones e downloads tradicionalmente necessários.

Tiago Paiva, o CEO do projeto, foi recentemente distinguido como sendo um dos 50 melhores CEO’s do mundo na área de Saas (software-as-a-service).

Investimento levantado: 21 milhões de euros.

Codacy

Fundada por Jaime Jorge e João Caxaria, a Codacy nasceu de uma necessidade real: a frustração de rever manualmente incontáveis linhas de código de outros engenheiros e software developers.

A partir deste problema, os dois cofundadores criaram uma plataforma automatizada que está diretamente ligada a sistemas já existentes e que se sincroniza com ferramentas como a GitHub Entreprise. O objetivo é haver uma constante monitorização e procura de erros nas linhas de código. Este processo é feito automaticamente, o que significa que pode melhorar a produtividade dos developers.

Investimento levantado: 5,75 milhões de euros.

Veniam

Susana Sargento e João Barros lançaram a Veniam quando ainda eram professores nas universidades do Porto e de Aveiro, respetivamente. Na altura, o primeiro projeto consistiu em desenvolveu tecnologia capaz de transformar carros normais em hotspots de internet. O duo de professores juntou-se aos antigos líderes da Zipcar para lançarem o produto desenvolvido como um serviço de wi-fi no Porto e em Singapura.

Os próximos passos da Veniam passam por fazer uma conexão entre os carros autónomos, com o objetivo de criar uma rede deste tipo de veículos. A ideia visa fazer previsões mais acertadas na condução autónoma porque, apesar deste tipo de carros já conseguir analisar o que se passa à sua volta, não conseguem prever o comportamento das outras viaturas.

Investimento levantado: 23,1 milhões de euros.

Sensei

Criada por Joana Rafael, Vasco Portugal e Paulo Carreira, a Sensei é uma start-up que pretende dotar as lojas físicas de inteligência artificial que, através de vídeo em tempo real, apresenta uma análise detalhada do que se passa na loja. A análise vai desde a performance de vendas ao tráfego de clientes.

A grande meta é criar perfis dos clientes para que os lojistas conheçam ao máximo o seu público-alvo. O projeto tem o apoio do gigante do retalho alemão METRO, da portuguesa Sonae e da Bright Pixel.

Investimento levantado: 1 milhão de euros.

DefinedCrowd

Esta é outra start-up reconhecida no ecossistema nacional. Este projeto, cofundado por Daniela Braga e Amy Du, foca-se em treinar com a máxima eficiência algoritmos de inteligência artificial.

Um dos produtos mais conhecidos deste projeto é o Neevo, uma plataforma que liga empresas que precisem de alimentar algoritmos de inteligência artificial, com pessoas que queiram receber dinheiro em troca de alguns testes simples.

Investimento levantado: 11,1 milhões de euros.

Heptasense

Lançada em janeiro do ano passado por Ricardo Santos e Mauro Peixe, a Heptasense nasceu da necessidade de ajudar as pessoas mais velhas a “navegar” pela vida moderna. Para tal, os dois cofundadores desenvolveram um software de inteligência artificial que aprende gestos humanos e emoções. O produto da Heptasense liga câmaras, detetores de movimento e ecrãs táteis para medir as respostas humanas.

O projeto, que começou por ter como objetivo ajudar os outros, rapidamente ganhou notoriedade e é hoje utilizado pela BMW e por autoridades aeroportuárias norte-americanas para finalidades de segurança.

Investimento levantado: Os dois cofundadores recusaram investidores e, até à data, contaram com o dinheiro dos contratos com os clientes para desenvolverem o projeto.

Aptoide

Nascida para competir diretamente com a Google, a Aptoide pretende ser a alternativa ideal à Play Store da maior empresa da Alphabet. Criada por Paulo Trezentos, esta loja digital já conta com mais de 750 mil aplicações mobile e mais de 1,5 milhões de utilizadores ativos diariamente.

Surpreendentemente, este foi o único projeto desta lista que recorreu a uma ICO (Initial Coin Offering) para se financiar. Esta iniciativa valeu-lhe 14,4 milhões de euros.

Investimento levantado: 18,6 milhões de euros (incluindo a ICO).

Probe.ly

Criada em 2016, a Probe.ly nasce da luta de Nuno Loureiro contra hackers. Para melhorar a segurança de um sistema, o software desenvolvido pelo fundador do projeto está constantemente realizar ataques para perceber qual é a reação das defesas das empresas.

Com o software da Probe.ly é possível estar constantemente a analisar os pontos fracos dos sistemas de segurança online e, ao contrário dos seus competidores – que vendem os seus produtos diretamente a profissionais de segurança -, este é destinado a developers, que só precisam de compreender a linguagem do programa desenvolvido pela equipa de Nuno Loureiro.

Investimento levantado: 625 mil euros

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