Apenas 4% dos líderes da cadeia de abastecimento estão prontos para o futuro, diz a Accenture

81% dos líderes da cadeia de abastecimento afirmam que a pandemia foi o maior teste de stress da sua organização, segundo um novo estudo da Accenture, que concluiu que o progresso é prejudicado pela falta de visibilidade durante o processo, bem como pela falta de recursos, e tecnologia.

A pandemia acelerou a transformação digital, mas o que não significa que a mudança seja fácil. 94% das empresas do ranking Fortune 1000 sofreram disrupções na cadeia de abastecimento provocadas pela Covid-19. De acordo com uma nova pesquisa da Accenture, 81% dos líderes da cadeia de abastecimento dizem que a pandemia tem sido o maior desafio das suas organizações e que estão a enfrentar mudanças tecnológicas “em escala e a velocidade sem precedentes”.

Além disso, apenas 4% dizem estar “prontos para o futuro”, enquanto 34% esperam estar preparados até 2023. A pesquisa destaca ainda a necessidade de as empresas se atualizarem, referindo que as organizações “prontas para o futuro” são duas vezes mais eficientes e três vezes mais lucrativas do que as que não seguirem o mesmo caminho.

“A pandemia expôs o quanto a cadeia de abastecimento pode contribuir para o sucesso ou o insucesso de uma empresa”, afirma o estudo da Accenture, que acrescenta que o Covid-19 “revelou vulnerabilidades ocultas e, no processo, colocou os Chief Supply Chain Officers (CSCOs) na vanguarda da mudança – os dias em que o seu único foco se resumia à gestão de custos acabaram”.

A Accenture usa a categoria “future-ready” (pronto para o futuro) para indicar o nível mais alto de maturidade operacional, em comparação com “estável”, “eficiente” e “preditivo”. 4% dos líderes da cadeia de abastecimento que se enquadram nesta categoria quebraram silos e criaram visibilidade em tempo real. Além disso, transformaram as formas de trabalho e requalificaram os seus recursos para acompanhar o ritmo e adaptar-se às mudanças.

Os desafios da evolução
No geral, os líderes da cadeia de abastecimento citaram a pouca coesão da estratégia e da tecnologia como o seu maior desafio. “Embora a cadeia de abastecimento já tenha sido um fluxo linear de bens e serviços, hoje existe na forma de redes altamente integradas de centenas ou milhares de fornecedores”, disse Manish Sharma, CEO do grupo de Operações da Accenture, que lidera uma equipa de mais de 145 mil profissionais em todo o mundo, à VentureBeat. Sharma frisa que os primeiros dias da pandemia apenas exacerbaram essa tendência. “A noção de visibilidade em tempo real assumiu um novo significado e urgência para as empresas”, reitera o CEO.

Apesar dos desafios, a pesquisa concluiu que os líderes da cadeia de abastecimento estão bastante confiantes na capacidade da sua organização para usar dados, automação, inteligência artificial e outras tendências do futuro próximo. Além disso, a maioria dos Chief Supply Chain Officers considera que a maturidade das operações da sua organização melhorou, pelo que estão otimistas quanto ao progresso dos próximos três anos.

A Accenture contou na pesquisa com a parceria da Oxford Economics para analisar 1.100 executivos em todo o mundo, 44% dos quais eram de nível C ou equivalente. Os participantes abrangeram 13 setores e 11 países.

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