Investidores usam algoritmo para encontrar as start-ups mais promissoras

Conheça o algoritmo de inteligência artificial que é utilizado por uma firma de capital de risco para melhorar as hipóteses de concretizar um investimento bem-sucedido.
A inteligência artificial (IA) é um dos temas mais apetecíveis para os investidores. Os avanços deste tipo de tecnologia estão a inundar os mais variados setores e a possibilidade de substituir trabalhadores já se alastrou para os empregos de colarinho branco.
Dentro deste universo, as últimas notícias incidem na EQT Ventures, uma firma de investimento de capital de risco que está a utilizar inteligência artificial com o objetivo de identificar start-ups desconhecidas com grande potencial.
A tecnologia que apoia a firma, intitulada Motherbrain, tem como base um algoritmo de machine learning que atua de uma forma supervisionada e não-supervisionada. Nesta última, o algoritmo procura padrões na informação das start-ups sem precisar de guias externos nem de mão humana. No modelo supervisionado, é necessário treinar o algoritmo para que este encontre características semelhantes às que o seu criador procura.
No caso da EQT Ventures, o algoritmo é utilizado para procurar projetos potencialmente interessantes e que ainda estão fora do radar do público, dos média e, mais importante, das outras firmas de investimento.
A primeira a ser selecionada pela Motherbrain foi a AnyDesk, uma start-up que cria software para trabalhar à distância. Apesar de não estar à procura de um investimento, o cofundador do projeto, Philipp Weiser, referiu à publicação Fast Company que ficou surpreendido quando lhe disseram que tinham sido encontrados por um algoritmo. Em maio deste ano, o projeto recebeu um investimento de cerca de 6.5 milhões de euros da EQT Ventures.
Apesar de ainda ser relativamente cedo para aferir se o investimento vai ter retorno, o que a EQT Ventures afirma é que alimentou o algoritmo com as características que são transversais às melhores empresas tecnológicas. Se isto for verdade podemos vir a ter notícias da AnyDesk em breve.
Para ter a certeza de que encontra as melhores start-ups do mundo, a Motherbrain aplica algumas métricas fundamentais que as empresas têm de cumprir para serem relevantes para a pesquisa, entre as quais informação financeira positiva, a atividade nas redes sociais, os rankings na Internet e nas suas apps (caso tenham). No entanto, apesar de metade do algoritmo funcionar de forma autónoma, os seus criadores têm de estar continuamente a “injetar” nova informação para que não percam as próximas grandes oportunidades do ecossistema.
No caso da AnyDesk, a métrica que despertou a atenção da inteligência artificial foi a tração que a start-up estava a ter na Internet.
Com este ativo na firma de capital de risco, a equipa de luxo da EQT Ventures – que conta com pessoas com backgrounds ligados a grandes empresas como o Spotify, a King (criadora da app Candy Crush) e o Booking.com – está um passo à frente das outras firmas que atuam no mesmo espaço.
Em declarações à Fast Company, Henrik Landgren, antigo vice-presidente de analytics do Spotify e atualmente um dos membros da EQT Ventures, introduziu o problema de haver milhões de empresas em que se pode apostar. “Mas como é que se sabe com quem falar? A maneira antiquada é falar com os que nos abordam através das redes, mas a maneira mais moderna é a de utilizar a última tecnologia, a informação e os algoritmos para fazer uma abordagem mais incisiva aos que têm mais probabilidades de se tornarem bons investimentos”.