Adecco identifica novo desafio do trabalho

Pode a concentração dos trabalhadores estar em risco? A Adecco partilha técnicas de foco para reforçar a produtividade em contextos híbridos e remotos.
Com a proliferação do trabalho híbrido ou remoto, a capacidade de concentração dos trabalhadores tem vindo a ser questionada, com vários estudos internacionais a revelarem que o tempo médio de foco contínuo diminuiu drasticamente nos últimos anos. A realidade é que no novo contexto de trabalho, caracterizado por reuniões virtuais, multitasking e notificações constantes, a concentração tornou-se um dos maiores desafios à produtividade. Acresce que a fragmentação do tempo, a ausência de pausas estruturadas e a pressão para responder rapidamente a tudo, tem um impacto direto no desempenho, no bem-estar e, a longo prazo, na saúde mental das equipas.
Esta diminuição da atenção não é um fenómeno isolado. Segundo estudos recentes, o tempo médio de concentração contínua ronda os 25 minutos, com um aumento claro de interrupções autoinduzidas, como verificar emails ou redes sociais a meio de tarefas complexas.
Perante esta nova face do mundo do trabalho, a Adecco Portugal chama a atenção para os riscos deste fenómeno, e partilha estratégias para manter a atenção plena num ambiente cada vez mais marcado pela fragmentação e excesso de estímulos digitais.
Segundo a Adecco, os profissionais em regime de teletrabalho relatam maiores níveis de distração, cansaço mental e dificuldade em manter a atenção em tarefas complexas, situação que requer que as empresas tenham uma abordagem ativa, mas também o desenvolvimento de estratégias pessoais de gestão do foco.
Desta forma, partilha cinco técnicas práticas para melhorar a concentração:
Estruturar o dia com blocos de foco
Trabalhar por ciclos de tempo definidos (como a técnica Pomodoro) ajuda a manter a atenção e evitar o cansaço prolongado.
Eliminar distrações digitais
Desativar notificações, silenciar grupos de mensagens e criar ambientes de trabalho digitais limpos pode ter um impacto imediato.
Criar rituais de início e fim de dia
A ausência de fronteiras físicas entre casa e trabalho deve ser compensada com rotinas que criem transições claras.
Fazer pausas reais e intencionais
O cérebro precisa de tempo para descansar. Pausas curtas e regulares aumentam a capacidade de foco e previnem o esgotamento.
Reforçar momentos de colaboração presencial ou digital de qualidade
A concentração também depende de ligações humanas. Reuniões mais curtas, bem preparadas e com propósito claro evitam desperdício de tempo e energia.
Vânia Borges, diretora de Recursos Humanos da Adecco Portugal, salienta que “manter o foco é, cada vez mais, uma competência estratégica. E as empresas que conseguem promover ambientes de trabalho saudáveis, com tempo protegido para tarefas profundas, vão destacar-se na nova economia da atenção”.