Opinião
Acredito que Portugal é um dos melhores países para investir
Em 2019 cerca de 27 milhões de turistas visitaram o nosso país. Apesar da situação que se vive a nível mundial, sabemos que o mundo não vai parar e que vamos acabar por resolver. Basta olharmos para o que aconteceu com as vacinas e vermos como surgiram várias no espaço de um ano.
Quando tudo voltar ao normal vamos receber turistas, ansiosos por sair de casa, por descobrir novos destinos, ou voltar “onde já foram felizes”, e aproveitar tudo que o não puderam nos últimos meses.
Vejo constantemente que, quando se fala de Portugal lá fora, todos adoram o nosso país. Há quase 20 anos que vivo no Canadá, um país com 38 milhões de habitantes, onde convivem pessoas de mais de 128 países e chegam, em média, 300 mil emigrantes por ano. Lá, quando falo sobre Portugal com gregos, egípcios, italianos, todos adoram o nosso país. Todos elogiam a beleza e a segurança de Portugal e de como são bem recebidos pelos portugueses. Falam com o coração e mostram sempre vontade de voltar.
Estes testemunhos mostram-me que temos um património impossível de copiar. E é com essa convicção que continuo a avançar, tal como fiz nos últimos meses.
Investir em Portugal, contribuir para o nosso património, aos portugueses. Este era um desejo de há muitos anos. Esse é o lado emocional que me move. Depois há a perspetiva racional da decisão. Esta é a quarta empresa que crio. No Canadá já fundei três e vendi as duas primeiras. A terceira continua a crescer. Tudo o que fiz até agora ensinou-me a fazer melhor na próxima vez. E nunca me arrependi das decisões que tomei. Não nos podemos arrepender, mesmo quando alguma coisa corre menos bem.
Quando entro num projeto não penso sequer em parar no princípio ou no meio. O objetivo é chegar ao fim. Naturalmente, esta visão é também resultado da minha personalidade. Há um lado positivo em manter uma certa “obstinação”, quando queremos empreender. É esse foco que me faz olhar para a frente, para o objetivo.
Cheguei a ter ofertas para vender o Santa Justa Hotel Rural antes de o acabar, mas nunca vi isso como uma verdadeira opção. O objetivo dos últimos meses tem sido concretizar um projeto para o qual acredito que haverá procura. No confinamento houve quem tivesse optado por parar todos os processos. Nós optámos por pensar e desenvolver mais os projetos dos espaços exteriores do hotel e a construção de uma piscina interior.
Foi essencial o apoio da Welcome Hospitality Management (WHM), empresa que atua na gestão de ativos hoteleiros, para o sucesso de um investimento complexo de gerir à distância. Foi um caminho difícil. Há muitos emigrantes que querem investir no país, mas sem este apoio desistem com os primeiros obstáculos.
Num investimento como o de Santa Justa Hotel Rural, de cerca de 3 milhões, precisamos de ter assegurados capitais próprios de 50%, no mínimo, ou então repensar a ideia. Este projeto tem comparticipação do Turismo e tem também uma forte participação de capitais próprios. Mesmo em investimentos que parecem mais seguros, defendo que nenhum negócio devia começar assente na ideia de que a receita de “amanhã” será para pagar as despesas de “ontem”. Qualquer negócio pensado assim é provável que vá dar mau resultado. É este o meu lema.
Portugal é e continuará a ser um dos locais mais procurados por turistas. Os prémios que temos recebido a nível mundial mostram bem como lá fora valorizam o que encontram aqui, deslumbram-se com o que visitam, com as experiências que têm, com as pessoas que encontram. E é por acreditar nesta ideia que já estou à procura de mais locais para abrir o próximo hotel.