Opinião

A importância da solidariedade nas empresas em tempos de crise

Catarina Monteiro, People Experience Lead da KWAN

Num momento em que muitas empresas enfrentam uma crise no setor tecnológico, com algumas restrições/congelamentos orçamentais, a solidariedade pode parecer secundária. No entanto, é nestas fases que o papel social das empresas e o foco com o bem-estar dos seus talentos se tornam ainda mais essenciais.

Apesar de tempos de alguma contenção financeira, há quem opte por contrariar esta tendência, reinventar-se e reforçar o compromisso com a Responsabilidade Social Corporativa, lançando projetos para apoiar diversas causas e instituições.

A ligação entre a solidariedade e a cultura empresarial vai muito além do apoio externo à comunidade. Em tempos de crise, estas ações tornam-se também uma ferramenta estratégica para fortalecer o espírito de equipa e o vínculo dos colaboradores com a organização. Saber que a empresa se preocupa não apenas com os resultados financeiros, mas também com o bem-estar das pessoas e da comunidade envolvente motiva os colaboradores e cria um ambiente de trabalho mais positivo e gratificante.

Enquanto responsável de uma equipa, com a responsabilidade de criar iniciativas que criem envolvência e empatia, posso afirmar que é possível criar uma cultura de solidariedade que não só inspira os colaboradores, como também gera um impacto positivo na sociedade e reforça o sentimento de pertença à empresa, mesmo num momento marcado por uma desaceleração, contenção na contratação e incertezas nos clientes.

Empresas que investem em programas de Responsabilidade Social Empresarial (RSE) conseguem aumentar o envolvimento dos colaboradores, o que, por sua vez, melhora a retenção e a satisfação no trabalho, mesmo em períodos de crise. As iniciativas de solidariedade têm demonstrado que, ao promover uma maior conexão com causas sociais, consegue-se mitigar os efeitos da desmotivação e reduzir a rotatividade. Em tempos de incerteza, proporcionar aos colaboradores um propósito maior, além dos resultados financeiros, é uma das melhores formas de manter a motivação. .

Quando as empresas colocam as pessoas em primeiro lugar, o impacto é transformador, tanto no interior da organização — promovendo maior coesão e produtividade —, como no exterior, ao reforçar o empoderamento da empresa como um agente positivo na sociedade, mesmo em momentos mais difíceis.

*Texto escrito ao abrigo do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990 em vigor desde 2009.

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