Opinião
A importância da solidariedade nas empresas em tempos de crise

Num momento em que muitas empresas enfrentam uma crise no setor tecnológico, com algumas restrições/congelamentos orçamentais, a solidariedade pode parecer secundária. No entanto, é nestas fases que o papel social das empresas e o foco com o bem-estar dos seus talentos se tornam ainda mais essenciais.
Apesar de tempos de alguma contenção financeira, há quem opte por contrariar esta tendência, reinventar-se e reforçar o compromisso com a Responsabilidade Social Corporativa, lançando projetos para apoiar diversas causas e instituições.
A ligação entre a solidariedade e a cultura empresarial vai muito além do apoio externo à comunidade. Em tempos de crise, estas ações tornam-se também uma ferramenta estratégica para fortalecer o espírito de equipa e o vínculo dos colaboradores com a organização. Saber que a empresa se preocupa não apenas com os resultados financeiros, mas também com o bem-estar das pessoas e da comunidade envolvente motiva os colaboradores e cria um ambiente de trabalho mais positivo e gratificante.
Enquanto responsável de uma equipa, com a responsabilidade de criar iniciativas que criem envolvência e empatia, posso afirmar que é possível criar uma cultura de solidariedade que não só inspira os colaboradores, como também gera um impacto positivo na sociedade e reforça o sentimento de pertença à empresa, mesmo num momento marcado por uma desaceleração, contenção na contratação e incertezas nos clientes.
Empresas que investem em programas de Responsabilidade Social Empresarial (RSE) conseguem aumentar o envolvimento dos colaboradores, o que, por sua vez, melhora a retenção e a satisfação no trabalho, mesmo em períodos de crise. As iniciativas de solidariedade têm demonstrado que, ao promover uma maior conexão com causas sociais, consegue-se mitigar os efeitos da desmotivação e reduzir a rotatividade. Em tempos de incerteza, proporcionar aos colaboradores um propósito maior, além dos resultados financeiros, é uma das melhores formas de manter a motivação. .
Quando as empresas colocam as pessoas em primeiro lugar, o impacto é transformador, tanto no interior da organização — promovendo maior coesão e produtividade —, como no exterior, ao reforçar o empoderamento da empresa como um agente positivo na sociedade, mesmo em momentos mais difíceis.
*Texto escrito ao abrigo do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990 em vigor desde 2009.