Entrevista/ “A formação contínua é o novo normal”

“A nossa missão é que cada executivo saia não só com conhecimento, mas com uma aplicação concreta que transforme a sua organização”, afirma Marta Pimentel, diretora executiva da Formação de Executivos da Nova SBE.
Empenhada em que os seus programas sejam desenhados “para acompanhar o profissional ao longo da vida, com trajetórias personalizadas, adaptadas à evolução da sua carreira”, a Nova SBE Executive Education atua como facilitadora do diálogo entre os dois universos [academia e empresarial], integrando o conhecimento académico com os desafios reais das organizações, como explica Marta Pimentel. A diretora executiva da Formação de Executivos da Nova SBE considera que “a formação executiva tem-se tornado uma alavanca estratégica para quem quer liderar em contextos complexos”.
Quais são as principais apostas da Nova SBE Executive Education para a formação executiva em 2025?
A Nova SBE Executive Education aposta num portefólio baseado em quatro pilares com impacto direto: inovação, flexibilidade, aplicabilidade e impacto. Estes valores não são apenas conceitos, mas práticas reais que moldam a experiência de aprendizagem dos nossos participantes e respondem aos desafios das organizações.
Por exemplo, no tema da liderança e gestão da mudança – áreas críticas para empresas em transformação – apoiamos as empresas com programas feitos à medida para capacitar as suas lideranças no reposicionamento estratégico e gestão de equipas em contextos de elevada incerteza.
No campo tecnológico, a aposta em Inteligência Artificial tem tido uma procura crescente e um aumento significativo da oferta das diferentes escolas de negócio.
Na perspectiva de impacto, alargamos a nossa intervenção junto das pequenas e médias empresas. A iniciativa Nova SBE VOICE Leadership é um dos exemplos que foi desenvolvido para apoiar o aumento da produtividade e competitividade das PMEs do tecido empresarial português. Através da mesma, pretendemos impactar o PIB Nacional em +2% até 2026.
E porque sabemos que o tempo é um dos maiores recursos escassos dos executivos, temos apostado em soluções flexíveis – desde talks de duas horas a programas de Pós-Graduação semestrais e Mestrados Executivos de um ano – disponíveis em formatos presenciais, online e blended, e até deslocalizados.
A formação contínua é o novo normal. Os nossos programas estão desenhados para acompanhar o profissional ao longo da vida, com trajetórias personalizadas, adaptadas à evolução da sua carreira.
Como tem evoluído a oferta formativa da Nova SBE Executive Education com as tendências e tecnologias emergentes?
Temos integrado progressivamente a tecnologia nos conteúdos, mas com foco em impacto. Exemplo disso é a parceria com Harvard e o lançamento do Digital Data Design Institute em Portugal, que permite aos nossos participantes aceder à investigação mais avançada em IA e transformação digital.
Algumas empresas, através do programa “Managing with AI”, têm capacitado os seus quadros de topo para decisões baseadas em dados, com impacto direto na eficiência operacional. Além disso, programas como “Generative AI: Innovation Sprint” têm sido utilizados por equipas de marketing para testar protótipos de campanhas usando IA generativa, encurtando ciclos de inovação e reduzindo custos em fase de experimentação. A nossa missão é que cada executivo saia não só com conhecimento, mas com uma aplicação concreta que transforme a sua organização.
“(…) a formação executiva tem se tornado uma alavanca estratégica para quem quer liderar em contextos complexos”.
Qual a mais-valia que a formação executiva pode trazer a um profissional que ambiciona elevar a sua carreira?
Cada vez mais, as carreiras são feitas em várias etapas, múltiplas organizações, setores de atividade e países, o que exige uma necessidade de desenvolvimento de competências adequadas a diferentes realidades. Neste sentido, a formação executiva tem se tornado uma alavanca estratégica para quem quer liderar em contextos complexos.
Para cada nova competência desenvolvida, é importante obter a respetiva certificação, que assegura que este conhecimento existe e é aplicado, sendo especialmente pertinente no contexto de alta mobilidade interna e externa. Muitas competências que acumulamos ao longo da vida são portáteis, pelo que esta validação se torna cada vez mais relevante.
Como analisa a atual relação entre academia e o setor empresarial?
A rápida transformação dos mercados e a crescente exigência de inovação obrigam as empresas a reavaliar estratégias, ajustar estruturas e antecipar cenários de futuro. Num contexto altamente dinâmico, a colaboração com a academia tornou-se um fator crucial para garantir competitividade e sustentabilidade. Hoje, essa relação é uma parceria ativa e estratégica.
Um exemplo concreto são os Management Retreats, uma nova gama de soluções da Nova SBE Executive Education que visam apoiar empresas a repensar o seu rumo e a adequar-se de forma ágil a novos contextos. Estas iniciativas promovem a troca de experiências e a co-criação entre academia e setor empresarial, impulsionando resultados concretos e duradouros.
De que forma a Nova SBE Executive Education espera contribuir para aproximar estes dois universos?
A ligação entre estudantes, empresas e professores é feita através de projetos que vão além da sala de aula tradicional, com projetos reais. Nos Consulting Labs e em metodologias de Project Based Learning, equipas de alunos trabalham com empresas e start-ups, o que lhes permite aplicar conhecimentos teóricos em desafios concretos de negócio e desenvolver planos aplicáveis à realidade.
O ecossistema de inovação – Nova SBE Innovation Ecosystem – é outro caso demonstrativo desta aproximação, em que membros corporativos desenvolvem jornadas de inovação aberta junto dos alunos, faculty e comunidade em geral. Esta interação proporciona um ambiente fértil para a troca de ideias e fomenta soluções criativas, servindo tanto para inspirar novas abordagens empresariais como para enriquecer a investigação académica.
Também os Mestrados Executivos incluem work projects, nos quais os participantes aplicam os seus projetos diretamente nas empresas onde trabalham. Paralelamente, a Nova SBE co-constrói programas customizados para ajudar a alavancar negócios. Em suma, a Nova SBE Executive Education atua como facilitadora do diálogo entre os dois universos, integrando o conhecimento académico com os desafios reais das organizações.
Quais os ingredientes para o sucesso da Nova SBE Executive Education?
Existem fundamentalmente três ingredientes para o sucesso de uma business school: a qualidade e atualidade do seu conhecimento e soluções, a capacidade de gerar conexões relevantes no ecossistema que a frequenta e a possibilidade de avalancar a carreira dos seus participantes e alunos.
A diversidade de participantes é outro fator-chave: pessoas de diferentes setores e países trocam experiências, criam redes de confiança e frequentemente estabelecem parcerias de negócio entre si.
E claro, o reconhecimento internacional da Nova SBE reforça a credibilidade dos seus alumni, abrindo portas em processos de recrutamento ou progressão interna para quem investe no seu desenvolvimento contínuo.
(…) demonstra a capacidade da escola em contribuir para o desenvolvimento de práticas e padrões de excelência na formação de executivos a nível mundial”.
De que forma os bons resultados nos rankings têm contribuído para a vossa projeção internacional?
Estar nos rankings do Financial Times não é apenas um selo de qualidade: tem um impacto direto. Os bons resultados conferem à Nova SBE uma maior visibilidade no panorama global, posicionando também a Nova SBE Executive Education como uma referência em formação de executivos.
Este destaque internacional abre portas para estabelecer parcerias estratégicas, atrair novos clientes e fomentar a colaboração com organizações de diferentes setores. De facto, uma boa posição em rankings torna-se um fator decisivo para conquistar a confiança de stakeholders globais, num mercado cada vez mais exigente e competitivo.
Além disso, participamos ativamente em redes como a UNICON, EFMD, AACSB e PIMS, reforçando o compromisso da Nova SBE Executive Education com a melhoria contínua do setor da educação executiva. Integrar estes fóruns internacionais e ocupar posições de liderança nos mesmos demonstra a capacidade da escola em contribuir para o desenvolvimento de práticas e padrões de excelência na formação de executivos a nível mundial.
Com a crescente digitalização também do ensino, que tendências prevê para formação executiva? Qual a estratégia da Nova SBE Executive Education nesta matéria?
A crescente digitalização do ensino está a transformar profundamente a formação executiva, acelerando a adoção de metodologias híbridas e interativas. A personalização da aprendizagem é uma das grandes tendências. Estamos a usar dados e analytics para adaptar os percursos de aprendizagem aos objetivos de cada participante. Também constituem tendências a combinação de experiências presenciais e virtuais e o recurso a ferramentas de inteligência artificial para otimizar conteúdos e estratégias pedagógicas.
Ao abraçar a digitalização em toda a sua atividade, a instituição posiciona-se na linha da frente para formar líderes cada vez mais fluentes em ferramentas e processos tecnológicos. Esta abordagem transversal, que abrange desde a conceção dos currículos até à experiência do aluno, reforça a capacidade de adaptação ao futuro e permite à Nova SBE Executive Education contribuir de forma decisiva para a evolução do ensino executivo.