A Europa tenta resgatar as start-ups tecnológicas

Os países europeus estão a fazer tudo para salvar as suas start-ups de tecnologia, numa altura em que o velho continente, como aliás, o resto do mundo, enfrenta uma crise económica por causa da pandemia de Covid.

Por toda a Europa, mobilizam-se os esforços das entidades oficiais para apoiar os ecossistemas empreendedores dos respetivos países, que se esforçam-se para resgatar a sua indústria tecnológica, enquanto as start-ups lutam pela sobrevivência. A CNBC avança com alguns exemplos europeus desse esforço como é o caso da  França. De acordo com aquela entidade, o país liderou os apoios ao lançar um plano de liquidez de 4 mil milhões de euros para apoiar o cash flow das start-ups. O pacote inclui refinanciamento de curto prazo, investimento em rondas de financiamento já planeadas e pagamento antecipado de alguns créditos tributários.

Na Alemanha, o governo anunciou um apoio de 2 mil milhões de euros para assistência financeira a start-ups para ajudar a manter as jovens tecnológicas em funcionamento. Também está a considerar um fundo de longo prazo de cerca de 10 mil milhões de euros para start-ups maiores.

Na União Europeia  (UE) estes dois países albergam os setores de tecnologia com melhor financiamento. Só no ano passado,a  Alemanha e a França, segundo dados da Dealromm, atraíram 7 mil milhões de dólares (6,4 mil milhões de euros) e 5,2 mil milhões de dólares (4,7 mil milhões de euros) em capital de risco, respetivamente.

Porém, é o Reino Unido, agora já fora da UE, que lidera o financiamento em capital de risco para empresas  tecnologia privadas – o ano passado o valor registou 13,2 mil milhões de dólares (12,2 milhões de euros). O Reino Unido está também a enfrentar pedidos da sua própria indústria para apoiar start-ups que sem a ajuda do Estado colapsariam nos próximos meses.

A interrupção da atividade económica causada pela pandemia do Covid-19 está na origem desta situação, já que várias start-ups viram as suas receitas a diminuir ou desaparecer, por um lado, e, por outro, também os investidores de capital de risco estão a retrair-se nos investimentos. O governo britânico implementou um sistema de empréstimos de emergência para apoiar pequenos negócios, mas algumas start-ups, as que ainda não dão provas de ser lucrativas, não terão acesso ao programa.

Fundos de apoio

Todos os governos europeus estão a sentir pressão para apoiar as empresas digitais mais afetadas nos últimos dias. Segundo a Sky News, no Reino Unido, vários grupos de lobby do setor escreveram ao ministro das Finanças a pedir a criação de um fundo de 300 milhões de libras (344,9 milhões de euros) para os ajudar a suportar as operações. O fundo de apoio alocaria empréstimos que depois se converteriam em participações acionistas na próxima ronda de financiamento da start-up. A ideia foi apoiada pela indústria, assim como venture capitalist como, por exemplo, o conhecido Brent Hoberman, cofundador da Lastminute.com.

Por outro lado, o grupo de lobby Allied for Startups, sediado em Bruxelas, quer convencer a Comissão Europeia a coordenar melhor os programas de assistência às start-ups. Este grupo de influência considera que as start-ups europeias não devem estar em desvantagem só porque estarem em diferentes países. A Allied for Startups quer que a Comissão Europeia intensifique e ajude os todos os Estados-membros a direcionar os apoios de forma eficaz através da partilha das melhores práticas, garantindo que os recursos sejam alocados de forma inteligente para todos, através das melhores ferramentas disponíveis.

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