Até que ponto conhece os seus parceiros de negócios?

Ter ou não ter um parceiro de negócio? A decisão nem sempre é fácil e pode ser uma faca de dois gumes: por um lado, pode abrir novos horizontes para o negócio, por outro pode expô-lo a grandes riscos.
Criar um negócio é um momento de muitas decisões para um empreendedor entre as quais saber se vale a pena ou não ter um sócio. Muitas vezes esta é uma encruzilhada decisiva para o sucesso de uma pequena start-up, porque as estatísticas revelam que este tipo de parcerias facilmente falham. Ou seja, se concretizada de forma correta, uma parceria pode impulsionar o negócio para novos patamares, adicionando não apenas alguém que partilha trabalho, mas também novas perspetivas, novos conhecimentos e, potencialmente, um novo suporte financeiro. Mas também podem ser desastrosas.
Por isso, os especialistas afirmam que existem etapas que devem ser tidas em conta se decidir arranjar um sócio para o seu projeto. A forma como o faz e o perfil da pessoa/empresa que escolhe podem fazer a diferença entre o sucesso e o desastre absoluto, alerta a CNBC.
Acordo escrito
Embora a maioria das parcerias funcione, 70% falham em 10 anos, de acordo com o Bureau of Labor Statistics dos EUA. Para aumentar as hipóteses de sucesso – e para tornar as coisas menos dolorosas se a parceria falhar – os especialistas dizem que é crucial ter um acordo formal com o seu parceiro desde o início.
“Existem muitos acordos que são negociados apenas com base em apertos de mão e na boa fé. Infelizmente, isso muitas vezes leva a algumas situações bastante complicadas quando as coisas descarrilam”, refere a advogada Andrea Tarshus à “American Greed”, citada pela CNBC. Mais, segundo ela um acordo por escrito deve especificar a estrutura jurídica do negócio. Esta etapa é importante para compreender as diferentes formas que uma empresa pode assumir, porque, em alguns casos, um ou mais sócios podem ter de assumir responsabilidade pessoal ilimitada se houver um problema. Mais um motivo pelo qual os especialistas dizem que deve consultar-se um advogado antes de se abrir um negócio. Também é boa ideia incluir salvaguardas como limites sobre o valor que um sócio pode movimentar, gastar ou levantar por conta própria.
Confie, mas verifique
Pode achar que conhece o seu parceiro de negócios, mas estaria disposto a apostar tudo o que tem nele? Se não, verifique tudo cuidadosamente, incluindo referências e perfil de crédito. Também pode ser uma boa ideia se cada um dos parceiros concordar em se submeter a uma verificação de antecedentes criminais. “Verificação de antecedentes criminais, de referências, análise do currículo e até a partilha das declarações fiscais dos últimos três a cinco anos dar-lhe-ão uma visão mais aprofundada acerca da capacidade dos seus potenciais sócios para administrar e gerir os fundos da empresa, explicou também Andrea Tarshus.
Se o seu parceiro não estiver disposto a levantar o véu, isso pode já ser um alerta, dizem os especialistas. Mas quem procura um sócio também deve estar aberto à partilha de informações. Andrea Tarshus considera que, “se uma pessoa não deseja partilhar, mostrar as suas vulnerabilidades ou permitir que se conheça a sua vida privada, então deve ser muito cauteloso no estabelecimento de relações comerciais”.