4 lições de liderança para aprender com Simone Biles

A ginasta norte-americana tinha desistido das provas, mas voltou a entrar em competição na passada terça-feira. Saiba o que pode aprender, enquanto líder, com a experiência de Simone Biles nos Jogos Olímpicos de Tóquio.
Simone Biles é a ginasta norte-americana mais premiada de todos os tempos, bem como uma das atletas com maior destaque na sua área. Nos Jogos Olímpicos de Tóquio, todos os olhos estavam voltados para si, já que tudo indicava que a jovem seria a grande vencedora. No entanto, havia sinais de que algo não estava bem.
Depois de ter renunciado a várias provas devido a questões emocionais, a ginasta regressou na passada terça-feira à ação, tendo conquistado a medalha de bronze na final de trave dos Jogos Olímpicos de Tóquio.
A Forbes enumerou 4 lições que os líderes devem retirar da sua experiência nos Jogos Olímpicos.
1. Até os melhores funcionários hesitam
Cada empresa tem as suas estrelas, que são os profissionais de alto desempenho com quem podemos contar para fazer o trabalho mais exigente. Tudo o que fazem tem mestria, da mesma forma que Biles geralmente voltava para casa com um prémio principal.
No entanto, não é realista esperar que todos tenham sempre um desempenho elevado. Para aqueles que são considerados os melhores, pode ser uma situação constrangedora quando acontece pela primeira vez. Sabe porquê? Porque não estão acostumados a não ter sucesso – e assim que a sua confiança é abalada, pode ser difícil recuperá-la.
O que o líder deve fazer? Criar espaço para o treino da resiliência.
A resiliência é a capacidade de reconhecer a adversidade e de se proteger com os meios existentes. Uma maneira de ajudar os colaboradores a fazê-lo é pedir às pessoas que pensem sobre um episódio em que tiveram um contratempo – faça com que se lembrem de como saíram vitoriosos. Para a maioria, será uma lembrança positiva, e saber que isso já foi superado trará a confiança necessária para enfrentar a próxima adversidade. Esta é uma atividade fácil de adicionar ao treino de resiliência ou a um guia de bem-estar.
2. Grandes expectativas podem levar ao esgotamento
Se alguma vez alguém esteve sujeito a expectativas irreais, esse alguém foi Simone Biles. Mas o que acontece quando nos esforçamos para responder a essas expectativas e passamos a viver de acordo com elas? Geralmente, um burnout, seguido de deceção.
Burnout é um estado de exaustão emocional, física e mental causado por stress excessivo e prolongado. Ocorre quando alguém está sobrecarregado, emocionalmente esgotado e incapaz de responder às procuras constantes. Nas empresas, o esgotamento é principalmente o resultado de uma carga excessiva de trabalho, competências incompatíveis, recompensas insuficientes pelo esforço, falta de controlo e ausência de uma comunidade de apoio.
O que o líder deve fazer? Demonstrar a sua gratidão para com a equipa.
A gratidão faz maravilhas e ajuda a elevar a confiança. Os líderes também devem equilibrar o trabalho e a vida pessoal – uma maneira fácil de o fazer é definir expectativas sobre as horas de trabalho. Cada vez mais as empresas estão a olhar para o bem-estar dos colaboradores, dedicando dias ao descanso.
3. É preciso coragem para falar quando as coisas não estão bem
A segurança psicológica é geralmente definida como a capacidade de mostrar o seu verdadeiro “eu”, sem medo das consequências negativas sobre como os outros o veem a si ou a sua carreira. Biles deve estar preocupada com as consequências futuras da sua desistência inicial, mas fez o que era certo para si e para os seus companheiros de equipa.
Durante muito tempo, a segurança psicológica foi ignorada, pouco priorizada não apenas na ginástica, mas também nas empresas. Se as pessoas não se sentem seguras no trabalho, são as empresas que saem a perder. Porque não recebem feedbacks sobre como as coisas não estão a funcionar bem. Também perdem os benefícios de dar voz aos funcionários. E, por último, perdem toda a inovação que surge da habilidade de correr riscos.
O que o líder deve fazer? Assegurar que o fracasso é normal.
Criar ambientes seguros e inclusivos é uma tarefa de todos. As políticas para combater o bullying e aumentar o reconhecimento de ideias são um ótimo começo. Mostrar aos funcionários como é um conflito saudável também pode capacitar as pessoas para falarem abertamente, porque sabem que as divergências serão tratadas civilizadamente.
4. Ótimo desempenho requer ótima saúde mental
O Covid-19 mostrou como a saúde mental é importante e também facilitou as conversas sobre o tema no local de trabalho, mas ainda há um longo caminho a percorrer em algumas empresas. Embora a depressão e a ansiedade geralmente sejam os tópicos que dominem a conversa, é altura de considerar as condições mais subtis, como o esgotamento, a falta de paixão, as expectativas muito altas, entre outras.
Biles entendeu a ligação entre a sua saúde mental e o seu desempenho – e estava certa ao se afastar para proteger o seu corpo e curar a sua mente.
O que o líder deve fazer? Promover o diálogo.
A prática deve começar no topo, com os líderes dispostos a mostrarem as suas vulnerabilidades. Em seguida, inclua todos na conversa. O Facebook, por exemplo, lançou há vários anos uma campanha chamada #OpenUp que incentiva as pessoas a partilharem as suas histórias num espaço seguro. A iniciativa foi representada por borboletas, consideradas um símbolo universal de esperança.