Os melhores países para pais que trabalham encontram-se na Europa

O mundo ainda tem um longo caminho a percorrer para que cada casal tenha o tempo de licença necessário para ficar com o mais novo membro da família. Entretanto, há países europeus que vão mais à frente no percurso para melhores condições de parentalidade. Portugal figura no top 10 em licenças de paternidade.
Este é um tema recorrente: os casais têm tempo suficiente para estar com os seus bebés? Devem os pais voltar a trabalhar após o término da licença de maternidade/paternidade? Como podemos apoiá-los mais? É na Europa que os casais encontram melhores condições de parentalidade. Mas, a nível global, ainda há muito espaço para melhorias quando se trata de proteger os novos pais e os casais do mesmo sexo que desejam adotar crianças, de acordo com a Entrepreneur.
A empresa britânica de experiências Red Letter Days realizou recentemente a campanha “Born every minute”, em que analisou dados de nascimentos de 169 países. E investigou o que cada Estado proporciona a quem deseja constituir família: desde as licenças de maternidade e de paternidade aos direitos de adoção conjunta para casais do mesmo sexo. A pesquisa revela como cada nação difere em termos de direitos de maternidade e de paternidade, e quais as nações que oferecem mais aos novos pais.
Dos países examinados, a Índia é o que tem a maior taxa de nascimentos, com 51,6 por minuto. As mães têm direito a 26 semanas de licença com 100% do salário, enquanto os pais têm pelo menos duas semanas de trabalho com o mesmo salário. Na Índia não é permitida a adoção a casais do mesmo sexo.
A China surge em segundo lugar, com 31,1 bebés nascidos por minuto. As mães têm direito a pelo menos 18 semanas com pagamento integral, já os pais não têm qualquer benefício. De acordo com um artigo no Global Times, no início de 2020 um deputado do Congresso Nacional do Povo propôs que a licença de paternidade seja de um mínimo de 42 dias, para que o pai possa assumir mais responsabilidades.
Licenças de maternidade – 10 principais países
País | Licença (semanas) |
Estónia | 62 |
Croácia | 58 |
Bulgária | 58 |
Reino Unido | 52 |
Bósnia Herzegovina | 52 |
Montenegro | 52 |
Albânia | 52 |
Irlanda | 42 |
Macedónia | 39 |
Noruega | Mais 35 |
Licenças de paternidade – 10 principais países
País | Licença (semanas) |
Coreia, República | 52 |
Suécia | 12 |
Eslovénia | 12 |
Islândia | 12 |
Finlândia | 11 |
Espanha | 8 |
Lituânia | 4 |
Portugal | 3 |
Índia | Mais 2 |
França | Mais 2 |
Desigualdade na parentalidade
As estatísticas revelam que o mundo ainda tem um longo caminho a percorrer para que cada pai/mãe tenha o tempo de licença necessário para ficar com o mais novo membro da família. Também há muito progresso a ser feito para casais do mesmo sexo, para que possam usufruir dos mesmos direitos.
Com 27 países a proporcionar a adoção conjunta a casais do mesmo sexo, talvez seja um passo em frente face ao passado, mas ainda há muito espaço para melhorias. Como declarou o ex-Ministro de Estado da Criança e da Família britânico, Edward Timpson, num comunicado à imprensa sobre a adoção por parte da comunidade LGBTQ +, “o que importa na parentalidade de filhos adotivos não é a orientação sexual ou identidade de género, mas a capacidade de amar e de cuidar de crianças necessitadas”.
A parentalidade já não pode ser reduzida a uma definição, sobretudo quando há tantos pais e mães inspiradores no globo. No Reino Unido, por exemplo, estão a ser realizados vários esforços no domínio da política para melhorar a maternidade, incluindo a nova proposta de legislação apresentada pelo membro do Parlamento Maria Miller em maio de 2020 para proteger as mães que regressam de licença maternidade. Conforme relata o The Independent, Maria Miller afirmou que “a vida familiar e a economia vão sofrer se as práticas de trabalho não forem trazidas para o séc. XXI”.