5 dicas para atrair um business angel para o seu projeto

Conseguir atrair a atenção, e o investimento, de um business angel é a ambição de qualquer empreendedor em fase inicial de um projeto. A tarefa nem sempre é fácil, por isso aqui ficam algumas dicas.

Nos últimos tempos o investimento dos business angels tempos têm atraído cada vez mais interesse público, em parte devido a programas televisivos internacionais, como o Shark Tank, que lhes deram visibilidade. Os business angels são investidores credenciados e com elevado património líquido que compram participações em empresas de rápido crescimento. Segundo o Center for Venture Research, da Universidade de New Hampshire, nos Estados Unidos, o número de business angels ativos nos EUA cresceu 16%. em 2018, para 334.565, em relação ao ano anterior, embora o volume total de capital investido (cerca de 23 mil milhões de dólares – 20,6 mil milhões de euros) tenha diminuído ligeiramente. O número de empreendimentos que receberam financiamento  business angels no ano passado aumentou cerca de 7%, para 66.110, em relação ao ano anterior.

Mas embora estes indicadores sejam relevantes, os empreendedores querem saber como contactar com um business angel e como atrai-los para o seu negócio. A CNBC listou cinco dicas para ajudar os empreendedores entrar no mundo do investimento dos business angels.

  1. Começar por procurar grupos de business angels

Os grupos de business angels têm proliferado nos últimos anos e são compostos por investidores com os mais variados níveis de experiência. Estes grupos têm-se desenvolvido, em parte, porque permitem que os membros partilhem o seu capital para fazer negócios maiores e trabalhem em conjunto para avaliar oportunidades.

Os empreendedores devem procurar grupos de BA nas plataformas que juntam investidores e start-ups. Muitos grupos investem em start-ups limitados a certas áreas geográficas e/ou setores específicos. Por exemplo, o North Ontario Angels do Canadá é uma dessas organizações que liga os empreendedores da região com investidores credenciados. Os membros do grupo investiram mais de 101 milhões de dólares (90,4  milhões de euros) em empresas em fase inicial maioritariamente no setor de tecnologia.

Outros grupos de business angels têm uma preocupação social, como é o caso da Pipeline Angels que procura  aumentar o número de mulheres no campo de investimento, assim como fornecer capital para mulheres e empreendedores sociais. Desde abril de 2011, quase 400 membros do grupo formaram-se no seu bootcamp de investimentos. Ao todo, os seus membros investiram 6 milhões de dólares (5,3 milhões de euros) em cerca de 70 empresas, incluindo, por exemplo, a Unruly Studios.

Com tantos business angels, como pode um empreendedor identificar os mais respeitáveis e adequados ao seu negócio? Nada melhor que verificar as referências do BA procurando alguns dos empreendedores que já tenham sido financiados por ele. Também é possível procurar informação em plataformas como o PitchBook ou o Crunchbase, para obter informações sobre investidores específicos. Outra forma mais tradicional passa pela leitura de livros sobre o tema para se familiarizar com as atitudes, comportamentos e características dos business angels em geral. Tal como um investidor investiga e se informa sobre o empreendedor, o inverso também deve acontecer.

  1. Avaliar outras mais-valias para o projeto, além do capital

Antes do empreendedor falar com um investidor, deve fazer o “trabalho de casa”, isto é deve investigar não só sobre o papel dos BA e suas considerações, mas também de que forma o seu projeto pode beneficiar dessas experiências e ligações individuais.

É frequente os business angels fazerem parte do conselho de administração das start-ups que integram o seu portefólio e, geralmente, dão conselhos estratégicos à equipa de gestão. Podem, por exemplo, ajudá-las a entrar em novos canais de vendas, ou integrar verticalmente as suas operações celebrando acordos com fornecedores ou distribuidores. Também podem ajudar as empresas do seu portefólio a atrair novos investidores, ou seja, os investidores não são apenas uma fonte de capital, agregam valor e trazem aconselhamento e experiência.

  1. Os business angels só olham para as empresas com grande potencial

O investimento dos business angels é arriscado e é altamente ilíquido. Um estudo descobriu que, nos EUA, os os BA perdem parte ou todo o dinheiro em mais da metade dos negócios por causa de falhas na empresa, de acordo com a Angel Capital Association.

Habitualmente, os business angels não veem o retorno dos seus investimentos até que as empresas que integram o seu portefólio entrem em bolsa ou sejam compradas. Em troca dos riscos que correm e por investirem o seu capital por longos períodos sem possibilidade de o reaver, os business angels procuram retornos volumosos, por isso evitam pequenas empresas com potencial de crescimento limitado.

Segundo a Angel Capital Association, os business angels procuram investir em empresas inovadoras com potencial para crescer para centenas de funcionários e 50 milhões de dólares (44,7 milhões de euros) em vendas num período de três a sete anos após o início da operação.

  1. Demonstrar o potencial e não falar apenas dele

Ao avaliar start-ups, os business angels tendem a procurar empresas que tenham seguidores entre clientes ou potenciais clientes – por outras palavras, empreendimentos que ganharam alguma tração no mercado. Os BA não querem apenas ouvir falar de uma boa ideia ou um plano de negócios, já que os avanços tecnológicos tornaram relativamente barato fazer um negócio prosperar. Eles querem perceber como é que aquele negócio tem potencial. Além de mostrar métricas como receitas e lucros, os empreendedores também podem mostrar que há um mercado forte para seus produtos ou serviços, identificando clientes piloto ou beta.

  1. Procurar um business que tenha uma visão alinhada 

Depois de fazer um acordo com um business angel, o empreendedor deixa de ser o seu próprio chefe para ter de ter que responder a alguém. Desta forma, faz sentido procurar um investidor que não traga apenas informações valiosas e ligações para a equação, mas que também partilhe os mesmos objetivos que a start-ups, como uma possível timeline para a venda da participação no negócio.

A maioria dos fundadores é independente e apaixonada pelos seus projetos, mas têm de estar conscientes de que a partir do momento em que recebem investimentos externos e vendem parte do capital, não estão mais sozinhos: têm outras pessoas a quem responder e a participar no negócio.

Comentários

Artigos Relacionados