Opinião
O futuro é hoje!

Hoje em dia, as empresas de recrutamento têm que gerir as operações com os mais modernos produtos de software e, igualmente, construírem fortes bases de candidatos dotadas de marketing automatizado e integrado na plataforma de recrutamento.
A tecnologia é assim o complemento que fará o processo de R&S cada vez mais fino e profissional. Graças a estes desenvolvimentos, podemos manter um bom track record dos perfis identificados e validados pelas equipas. Além destas bases, os softwares oferecem fortes recursos de employer branding, os quais facilitam as comunicações internas e externas, atribuindo ainda uma maior agilidade aos processos de recrutamento.
Surgem novas ações, tais como a publicação direcionada de anúncios de emprego, bem como inovadoras abordagens, através de portais de carreira geridos por acesso móvel e utilização de vídeos. As ferramentas de trabalho são agora uma “extensão de nós próprios”: as redes sociais, o vídeo screening, as Talent CRM (pools de talento) e os softwares integrados – as novas BD’s.
Não é naturalmente possível fazer futurologia, ainda para mais face à velocidade estonteante da evolução tecnológica, mas podemos, de forma simples, aceitar, adaptar e entender que o R&S precisa de um conjunto de soluções integradas que aproveitem as mais modernas tecnologias sociais, móveis e de vídeo.
Também o engagement, que iremos obter num processo de R&S, será maior com o acesso às tecnologias, mas nunca poderá ficar completo se lhe retirarmos o fator humano. A mudança que cria impacto direto na vida das pessoas, não pode (ainda) ser 100% responsabilidade de uma “máquina”.
A Inteligência Artificial já faz parte dos processos de recrutamento e irá ganhar mais força, à medida que o tempo passa. O sucesso destes processos será medido através da forma como vamos complementar o lado humano com a tecnologia. Automação, ferramentas de Machine Learning e Inteligência Artificial estão na linha da frente e no centro das preocupações dos especialistas em recrutamento. É, portanto, natural que exista algum alarmismo com a ascensão da IA e a possível substituição progressiva das pessoas pelos robôs. Mas sendo a dita evolução inevitável, o que deveremos fazer é abraçar essa mudança e desfrutar da mesma.
As novas tendências, funções e responsabilidades estão a surgir a alta velocidade no mercado de trabalho. E a velocidade é vertiginosa! Vivemos já num mundo de linguagem digital, inteligência artificial e com negócios que vão bem para além do status quo tradicional. Estamos a acompanhar e a aprender tudo aquilo que essas tecnologias nos irão trazer e é obrigatório começarmos a acelerar em direção à inovação. Só dessa maneira, na continuada adaptação ao futuro, podemos provar e manter o estatuto de sermos a melhor das alternativas para os nossos clientes.
Pelo que se perspetiva, poderemos até começar a sonhar com a eliminação da discriminação, algo que foi sempre existente no recrutamento. Há melhorias, com os avanços tecnológicos e participação ativa de muitas das partes, mas continuamos a assistir ao “preconceito inconsciente”. Trata-se de uma questão real, e não será culpa dos contratantes, mas sim dos sistemas e processos com os quais trabalhamos para facilitar a tomada de decisão. Só com a regulamentação da tecnologia poderemos reduzir a discriminação – através do blockchain e da retenção de informações irrelevantes no processo de contratação. Num futuro próximo, quando qualquer perfil se candidatar a uma função, as informações extraídas e partilhadas com o possível empregador serão simplesmente as suas skills e experiência, seguidas pelo nível da educação que receberam.