Opinião

O futuro é hoje!

João Bernardo Gonçalves, Manager da Michael Page

Hoje em dia, as empresas de recrutamento têm que gerir as operações com os mais modernos produtos de software e, igualmente, construírem fortes bases de candidatos dotadas de marketing automatizado e integrado na plataforma de recrutamento.

A tecnologia é assim o complemento que fará o processo de R&S cada vez mais fino e profissional. Graças a estes desenvolvimentos, podemos manter um bom track record dos perfis identificados e validados pelas equipas. Além destas bases, os softwares oferecem fortes recursos de employer branding, os quais facilitam as comunicações internas e externas, atribuindo ainda uma maior agilidade aos processos de recrutamento.

Surgem novas ações, tais como a publicação direcionada de anúncios de emprego, bem como inovadoras abordagens, através de portais de carreira geridos por acesso móvel e utilização de vídeos. As ferramentas de trabalho são agora uma “extensão de nós próprios”: as redes sociais, o vídeo screening, as Talent CRM (pools de talento) e os softwares integrados – as novas BD’s.

Não é naturalmente possível fazer futurologia, ainda para mais face à velocidade estonteante da evolução tecnológica, mas podemos, de forma simples, aceitar, adaptar e entender que o R&S precisa de um conjunto de soluções integradas que aproveitem as mais modernas tecnologias sociais, móveis e de vídeo.

Também o engagement, que iremos obter num processo de R&S, será maior com o acesso às tecnologias, mas nunca poderá ficar completo se lhe retirarmos o fator humano. A mudança que cria impacto direto na vida das pessoas, não pode (ainda) ser 100% responsabilidade de uma “máquina”.

A Inteligência Artificial já faz parte dos processos de recrutamento e irá ganhar mais força, à medida que o tempo passa. O sucesso destes processos será medido através da forma como vamos complementar o lado humano com a tecnologia. Automação, ferramentas de Machine Learning e Inteligência Artificial estão na linha da frente e no centro das preocupações dos especialistas em recrutamento. É, portanto, natural que exista algum alarmismo com a ascensão da IA e a possível substituição progressiva das pessoas pelos robôs. Mas sendo a dita evolução inevitável, o que deveremos fazer é abraçar essa mudança e desfrutar da mesma.

As novas tendências, funções e responsabilidades estão a surgir a alta velocidade no mercado de trabalho. E a velocidade é vertiginosa! Vivemos já num mundo de linguagem digital, inteligência artificial e com negócios que vão bem para além do status quo tradicional. Estamos a acompanhar e a aprender tudo aquilo que essas tecnologias nos irão trazer e é obrigatório começarmos a acelerar em direção à inovação. Só dessa maneira, na continuada adaptação ao futuro, podemos provar e manter o estatuto de sermos a melhor das alternativas para os nossos clientes.

Pelo que se perspetiva, poderemos até começar a sonhar com a eliminação da discriminação, algo que foi sempre existente no recrutamento. Há melhorias, com os avanços tecnológicos e participação ativa de muitas das partes, mas continuamos a assistir ao “preconceito inconsciente”. Trata-se de uma questão real, e não será culpa dos contratantes, mas sim dos sistemas e processos com os quais trabalhamos para facilitar a tomada de decisão. Só com a regulamentação da tecnologia poderemos reduzir a discriminação – através do blockchain e da retenção de informações irrelevantes no processo de contratação. Num futuro próximo, quando qualquer perfil se candidatar a uma função, as informações extraídas e partilhadas com o possível empregador serão simplesmente as suas skills e experiência, seguidas pelo nível da educação que receberam.

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