Entrevista/ “O empreendedorismo agarra o impossível e torna-o possível”
Os empreendedores devem sempre ter em mente o produto final, ver oportunidades, agarrá-las e fazer o impossível acontecer. As recomendações são do jovem empreendedor James Sinclair, cofundador da Entrepreneurs Network e CEO da Partyman, que, na semana passada, esteve em Lisboa para participar no evento Click Summit.
A semana passada, em Lisboa, James Sinclair, na casa dos 30 anos, falou ao auditório do Click Summit de empreendedorismo, de como fazer crescer um negócio de sucesso e das regras que usou para construir os seus próprios negócios. Este britânico enérgico e apaixonado pelo empreendedorismo criou o seu próprio negócio muito jovem. Hoje é dono do Partyman, um império nas áreas do entretenimento e lazer com receitas na ordem dos 10 milhões de euros, é fundador da Entrepreneur Network, faz palestras internacionais e fala das suas experiências no mundo dos negócios. O Link to Leaders entrevistou-o e partilha as suas dicas.
Quais os “ingredientes” fundamentais para fazer crescer um negócio?
Um dos ingredientes fundamentais que lembro sempre é que é preciso ter uma boa equipa na sua organização. É preciso pensar como será a equipa. E mesmo que, no momento, não possa ter uma equipa, pense como gostava que ela fosse, se puder pagá-la quando tiver as vendas necessárias para trazer pessoas que quer.
Os grandes empreendedores estão preparados para lidar com stress…
E que características deve ter um empreendedor?
Do que precisa um empreendedor quando está a gerir o seu negócio? Os grandes empreendedores estão preparados para lidar com stress, tem uma grande capacidade de gestão do stress, sabem bem o que querem para o negócio e tem uma boa visão de como o produto final deve ficar. Pensam numa base de planeamento objetiva, Não se limitam a definir estratégias, táticas e planos de batalha. Os empreendedores pensam em liderança em vez de gestão, mas devem entender que a gestão é tão crucial quanto a liderança.
Começou o seu negócio aos 15 anos…. O que faria de diferente se começasse hoje no empreendedorismo?
É interessante esta questão. Mas a verdade é que não faria nada de diferente porque todas as coisas que fiz de errado, ajudaram-me a pensar sobre tudo o que fiz para não voltar a fazê-las no futuro. Mas se na altura soubesse as coisas que sei agora, eis o que faria: escolhia um negócio que fosse sazonal, ou seja que não tivesse altos e baixo ao longo do ano; escolhia um negócio que não implicasse um trabalho tão intenso como o meu e que não fosse tão exigente em termos de capital; e escolheria um negócio com consumidores repetentes, ou seja, pessoas que compram um produto da mesma marca várias vezes ao longo da semana, do mês, do ano.
Como surgiu o projeto Partyman? Que importância assumem as plataformas de social media no sucesso do grupo?
O Partyman é o meu negócio principal e as plataformas de social media são importantíssimas em todos os meus negócios, e especialmente nas minhas redes sociais. Usamos os vídeos como uma ferramenta chave para atrair clientes em vez de os direcionarmos para o website. Por isso, as redes sociais são uma enorme ferramenta de awareness e de call to action, para que nos comprem bilhetes.
Quais as ferramentas mais importantes de um bom empreendedor?
As melhores ferramentas que deve ter são fazer as tarefas de alto valor e não as de baixo valor. Mas perceberem que as tarefas de baixo valor são importantes para o negócio e que é fundamental encontrar as pessoas certas para o fazer para que você possa pensar em coisas maiores, mais à frente.
Assume-se como entrepreneur, entertainer e educador… como combina essas valências?
Considero-me realmente um entertainer, um entrepreneur e agora um educador. O que tento fazer quando ensino negócios como empreendedor à minha equipa é fazê-lo com “edutainer”, ou seja, entretenimento e educação juntos numa espécie de casamento de excelência. É isso que tento fazer quando falo com a minha equipa.
De que forma o ajudam no desenvolvimento dos seus projetos?
Quando falo, quando ensino ou quando me desenvolvo mim próprio, asseguro-me de que invisto sempre para aprender as melhores coisas. Isso passa por ler livros, ver vídeos.. e por fazer.
Os negócios são uma maratona e há que saber no final dessa maratona qual meta.
Que conselhos podem deixar aos empreendedores portugueses que estão a começar? O que devem, e o que nunca devem fazer, para serem bem-sucedidos?
Bom, a coisa principal que muitos empreendedores não fazem é pensar como o seu produto vai ficar quando acabarem. Têm de pensar mais com o produto final, com o resultado final, na cabeça. Essas são as fundações para o sucesso.
Falo sempre disto. Imagine que vai para a universidade e não sabe o que vai ser. A propósito, é o que a maioria das pessoas faz. Se vai para a universidade e pensa, quero ser médico, quero ser veterinário… então todo o trabalho duro que fizer tem um propósito no final, tem uma meta. E isso é muito importante.
Os negócios são uma maratona e há que saber no final dessa maratona qual meta. Não vai querer continuar a correr essa maratona sem um objetivo, sem uma linha de chegada. Se soubermos qual a meta, há uma motivação para acabar.
O que o apaixona no empreendedorismo?
Creio que a razão porque adoro o empreendedorismo é que posso ver uma oportunidade, mergulhar nela e melhorá-la. É isso que eu gosto: Ver oportunidades, agarrá-las e fazer o impossível acontecer. É isso que o empreendedorismo faz. Agarra o impossível e torna-o possível.