Como tornar uma empresa global, segundo o CEO da Voxpro

Dan Kiely, cofundador e CEO da empresa irlandesa Voxpro, conta como o seu negócio começou com uma equipa de seis e passou para uma de milhares de funcionários.
A maioria dos negócios começa com uma pequena dimensão local, antes de se tornar relevante para alcançar mercados maiores. Em tempos de crescimento e prosperidade económica, muitas empresas de menor dimensão prosperam localmente e não equacionam a possibilidade de internacionalização. No entanto, poderão surgir alturas de maior pressão económica, em que o mercado local fica mais instável, e torna-se premente avaliar a possibilidade de entrar em outros mercados.
Para Dan Kiely, CEO da Voxpro, uma empresa de Outsourcing que oferece soluções de suporte técnico em vários idiomas para grandes empresas globais, escalar uma empresa para o mercado internacional é um grande passo que traz mudanças significativas a qualquer organização.
“A empresa precisa não só de ter a equipa certa que partilhe a sua visão, valores e ambição, mas também precisa de criar uma mentalidade internacional no grupo de colaboradores. Esta abordagem é muito importante para garantir que a equipa reconhece claramente a necessidade de adotar alterações constantes e passe a pensar nos negócios numa perspectiva internacional. A transparência ao comunicar estas alterações é muito importante, assim como esclarecer a equipa sobre como as funções individuais podem ser afetadas. Ter essa visão internacional partilhada é um factor essencial para qualquer empresa que pretende crescer globalmente” aconselha o empresário.
Uma grande diferença entre ter uma empresa local e internacionalmente é a cultura, explica Kiely, referindo-se à Voxpro. As diferentes culturas de distintos mercados podem trazer mais complexidade ao processo de negócios. Para superar esta situação, o CEO aconselha a ter um parceiro local.
Outra forma de dominar o factor cultural é o recrutamento de talentos multiculturais. Desenvolver e aproveitar uma força de trabalho diversificada e multicultural permite alcançar uma flexibilidade que outras empresas não possuem, já que muitos colaboradores estão disponíveis para trabalhar em delegações internacionais. Se algum membro da empresa – em qualquer função – tiver conhecimento valioso sobre um novo mercado onde pretende expandir o negocio, é importante utilizar o conhecimento desse recurso.
No entanto, Kiely afirma que a internacionalização tem sempre riscos inerentes e certamente serão cometidos erros ao longo do percurso. Por isso, “é importante avaliar factores como qualidade da infraestrutura e serviços (em especial nos países em desenvolvimento), flutuações cambiais, leis e regulamentos locais, ou mesmo o clima político pois poderá ter repercussões económicas inesperadas. É importante aprender com os erros e avaliar os riscos para colher as recompensas desse investimento”, frisa.
Quando se tem o negócio certo, a mentalidade certa na equipa, existe uma pesquisa de mercado e a empresa está disposta a assumir riscos, os negócios não têm fronteiras ou limites, conclui o CEO da Voxpro, que está sediada em Cork, na Irlanda, mas que possui escritórios em Dublin e em São Francisco.