Garage Pitch: ideias, investidores e conselhos

Entre na “garagem” e preste atenção aos conselhos dos mentores e investidores do Garage Pitch 901, um programa feito na Tim’s Garage e que conta com a organização do Link to Leaders.

O Garage Pitch 901 foi lançado no último dia da Web Summit, oito de novembro. Desde que foi criado, sob o mote “porque grandes negócios começam em grandes garagens”, já foram lançados seis episódios – que incluem 18 projetos das mais variadas áreas de atividade. O objetivo deste artigo é apresentar cada um dos projetos, mas também listar os melhores conselhos dados pelos investidores e mentores.

1.º Episódio

Biocherry

Negócio:
Produtora biológica de vários tipos de tomate cherry – alguns inexistentes no mercado. O projeto nasceu da necessidade de criar um snack saudável para a filha do fundador, Paulo Vieira da Silva, levar para a escola.

Conselhos:
Raquel Strada (apresentadora e fundadora do Blue Ginger): encontrar uma embalagem apelativa.
Pedro Lopes (fundador e CEO do Infinite Book): Pensar num modelo de subscrição para o negócio.

SendEAT

Negócio:
Plataforma digital de entrega de comida ao domicílio presente em Aveiro, Lisboa e Porto. O ponto diferenciador da SendEAT em relação a outras plataformas, segundo José Gramaxo, fundador, é a transparência em todo o processo de entrega da comida e a abordagem para B2B (business to business).

Conselhos:
Tim Vieira (CEO da Bravegeneration): criação de “pratos do dia” com o objetivo de aumentar a fidelização dos clientes e melhorar o tempo de entrega dos pedidos, visto que os restaurantes já têm essa preparação.

People Scorecard

Negócio:
Software que permite aos gestores conhecer com mais profundidade os seus colaboradores e equipas de trabalho. O People Scorecard nasceu pelas mãos de Vanessa Miranda, que afirma que “os gestores não sabem responder a questões elementares relativamente aos seus colaboradores”. A ideia é informatizar as competências dos colaboradores, de forma a criar uma ponte digital (e facilitadora) entre os gestores e os recursos humanos. O grupo-alvo da People Scorecard são empresas com mais de 50 colaboradores.


2.º Episódio

GOiN

Negócio:
Plataforma agregadora de eventos de cultura, arte, desporto, bem-estar, negócios e networking que se assumiu global desde o primeiro dia. Em apenas alguns cliques, a GOiN dá acesso à informação e também possibilita o pagamento de bilhetes. O ponto de diferenciação entre a start-up de Hugo Castro e as empresas que operam no mesmo setor passa pelo combate à fraude nos bilhetes eletrónicos e no marketing direcionado

Conselhos:
Carlos Oliveira  (partner da Leadership Business Consulting): encontrar uma forma melhor de escalar o projeto e focar o projeto em menos áreas, de forma a não dispersar.

Tripwix

Negócio;
A Tripwix trabalha para um público que quer férias de luxo focadas na experiência e não no local. Itália, México, Espanha, Turquia e, claro, Portugal, são os cinco países que já disponíveis na plataforma liderada por Francisco Bessa e criada em 2016 num programa de aceleração da Fábrica de Startups.

Conselhos:
Carlos Oliveira: focar a plataforma em algum tipo específico de turismo, de forma a tornar-se uma das melhores em nichos de mercado.

Pet Universal

Negócio:
Desenvolve, integra e implementa sistemas de informação e aplicações para organizações, marcas ou projetos do setor animal. O Hopi é a última invenção da Pet Universal, que permite que cada animal hospitalizado tenha uma ficha de internamento digital. Este software-as-a-service, criado pela equipa de Luís Pinto, opera 100% online.

Conselhos:
Carlos Oliveira: focar o projeto nos animais e não nos veterinários.
Tim Vieira: abrir parcerias com associações e começar a vender o serviço, mesmo ainda não estando nas perfeitas condições.


3.º Episódio

City Check

Negócio:
A City Check é uma nova forma das famílias explorarem locais turísticos desconhecidos. A app liderada por Tomás Caeiro tem como objetivo promover um bom ambiente familiar através de jogos interativos e didáticos. O produto é gratuito, mas contém features pagas e publicidade sob a forma de curiosidade.

Conselhos:
Ricardo Luz (empresário): conflito entre o conteúdo que existe na app e o conteúdo publicitário sob a forma de curiosidade – pode diminuir a confiança dos utilizadores.

IZI Repair 

Negócio:
Agregador de oficinas de referência que pretende aumentar a confiança dos consumidores nos serviços automóveis. Este marketplace permite ainda fazer uma simulação em tempo real das reparações, manutenções e inspeções necessárias. Leia a entrevista de Vítor Soares ao Link to Leaders.

Conselhos:
Ricardo Luz: facilidade em copiar o modelo que a IZI Repair apresenta.
Tim Vieira: encontrar parceiros que acrescentem valor ao negócio, como a DriveU (um serviço de deslocação de veículos).

Breadfast

Negócio:
Serviço de entrega de refeições a alojamentos locais. Em agosto, em declarações ao Link to Leaders, Mário Tarouca, cofundador da Breadfast, revelou que o objetivo passa por “desejar o bom-dia da forma mais deliciosa e fresca, todos os dias, aos residentes locais, evitando os inconvenientes de ter de sair do quentinho e vestirem-se para ir à rua. Também queremos revolucionar a experiência do pequeno-almoço com produtos típicos e tradicionais portugueses com uma frescura ímpar”. O negócio começou com uma necessidade real da equipa fundadora que geria alguns Airbnb’s e que, ao procurar por serviços como este, descobriu que não havia qualquer tipo de soluções do género. Esta start-up portuguesa adquiriu recentemente um concorrente direto.

Conselhos:
Tim Vieira: juntar material turístico, como mapas e guias às entregas e promoções noutro tipo de experiências.
Isabel Neves (presidente do Business Angels Club de Lisboa): criar mais valor através da introdução de parcerias com marcas.


4.º Episódio

Mesativa

Negócio:
O objetivo deste projeto é modernizar as mesas tradicionais utilizando a Internet of Things. Parte da mais-valia é poder incluir material promocional do estabelecimento – melhorando as vendas dos locais em que os produtos se encontram – e publicidade exterior. Por agora, o modelo de negócio assenta no aluguer das mesas interativas.

Conselhos:
Paulo Andrez (business angel e administrador do DNA Cascais): testar junto de clientes e obter dados reais sobre a forma como as mesas interativas podem aumentar as vendas.
Pedro Mendes (diretor do IPAM Lisboa): potencial dificuldade em encontrar mercado na medida em que nos encontramos numa altura em que o debate sobre a distração digital está a ganhar mais tração. No entanto, aconselha que criem um modelo de negócio em que os clientes ganhem dinheiro com as mesas, em vez de o gastar.
Tim Vieira: utilizar as mesas em estabelecimentos de restauração para facilitar os pedidos dos clientes.
Pedro Rebordão (manager for promotion & innovation da Lispolis ): introduzir um sistema de gamificação para os negócios ganharem mais conhecimento sobre os seus clientes.

serFarma

Negócio:
A serFarma alia a tecnologia à saúde e tem como objetivo melhorar a qualidade de vida dos doentes assegurando a efetividade, segurança e o uso adequado dos medicamentos. A ideia é combater a automedicação com informação personalizada. A plataforma funciona tanto no formato B2B, como B2C, e já tem perto de oito mil utilizadores.

Conselhos:
Paulo Andrez: utilizar sistemas de inteligência artificial, tal como o IBM Watson, para criar valor na plataforma.

Bistrô Bekas

Negócio:
Isabel da Nova quer trazer o sabor da cozinha ancestral de novo para cima da mesa de todos os portugueses. Os produtos, de origem orgânica, começaram por ser vendidos em feiras onde as pessoas só os podiam comprar depois de provarem.

Conselhos:
Paulo Andrez: tentar vender/oferecer os produtos a chefs de cozinha conhecidos em troca de promoção da marca.

5.º Episódio

ProdTo

Negócio:
A ProdTo apresenta-se como o Spotify do mundo da comida e liga consumidores a produtores. A equipa de Bernardo Sousa de Macedo desenvolveu ainda a funcionalidade de apresentar receitas associadas a listas de compras, de forma a diminuir o tempo despendido no planeamento e no supermercado. O projeto quer colocar o foco nos produtores, de forma a que estes ganhem mais notoriedade e visibilidade do que aquela que lhes é dada pelos retalhistas .

 

Ihcare

Negócio:
Esta start-up de base tecnológica aposta no desenvolvimento e comercialização de soluções inovadoras na área da saúde. O sistema showercare é a última solução desenvolvida pela empresa de Diana Pires e tem em vista o incentivo da higiene – bem como a diminuição da propagação de infeções – dos banhos dados aos doentes. O modelo de negócio para este sistema envolve capitalizar cada banho, com um custo fixo de nove euros.

Conselhos:
Tim Vieira: mudar o modelo de negócio para um formato de subscrição ou aluguer, de forma a que não haja um custo fixo por banho.

Social Grid

Negócio:
Marketplace onde as marcas podem encontrar os influencers digitais que melhor se adequam às campanhas que querem desenvolver. Os principais clientes são agências de comunicação, que utilizarão a Social Grid como uma ferramenta, e as pequenas organizações.

Sebastião Lancastre (CEO da Easypay): diminuir os custos do serviço para se tornarem mais apelativos no mercado.   


6.º Episódio

Supper Stars

Negócio:
A ideia da Supper Stars passa por ter acesso aos serviços de um chef de cozinha em casa ou no escritório. Segundo Tiago Ribeiro, fundador do projeto, “é aliada a tecnologia ao lifestyle para levar as melhores experiências gastronómicas ao cenário mais exclusivo”. Este serviço custa cerca de 35 euros por pessoa e inclui o serviço de limpeza, arrumação e, claro, de cozinha.

3DWays

Negócio:
Fabrico e distribuição de impressoras 3D de gama profissional que não requerem conhecimentos técnicos aprofundados para serem utilizadas. A equipa de Francisco Tenente encarrega-se também de fabricar produtos com características adaptadas às necessidades dos clientes.

Conselhos:
Tim Vieira: apostar fortemente nas vendas mesmo antes de receber investimento.

Pro Drone

Negócio:
“As pás estão para as turbinas eólicas como os pneus estão para os carros.” É assim que André Croft apresenta o seu negócio de drones que inspecionam pás eólicas de forma autónoma, sem haver necessidade de mão humana em todo o processo. Os aparelhos foram treinados para inspecionar as turbinas eólicas e identificar quaisquer erros que existam.

Conselhos:
David Cristina (senior investment da Fosun): começar a vender a solução enquanto continuam a fazer o desenvolvimento de outras tecnologias.

 

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