A diferença entre uma boa ideia e um bom negócio

De certeza que já teve uma boa ideia para abrir um negócio “disruptivo” e  diferente de todos os outros. Mas será que essa ideia é exequível?

Se é certo que para estabelecer um bom negócio é preciso ter espírito de empreendedor e uma boa ideia, também é frequente dizer-se que um bom negócio não se faz só de uma boa ideia.

Se tem o espírito empreendedor incutido já deve ter pensado várias vezes em formas de melhorar um negócio já existente ou de criar um novo. O fator crítico que muitas vezes falta aos empreendedores na criação de um novo projeto não passa pela falta de ideias, mas sim pelo sentido de oportunidade.

Todos somos capazes de ter ideias boas, mas o que distingue um grande empreendedor é a capacidade de tornar estas conceções reais, criando um negócio que satisfaz as necessidades de um grupo de pessoas e que , ao mesmo tempo, tenha potencial para fazer dinheiro.

Veja se a sua boa ideia se adequa a estes quatro pontos:

Relevância: Uma boa ideia tem de ser relevante para resolver um problema ou satisfazer uma necessidade de um grupo de pessoas. Por vezes até preenche uma necessidade que os clientes ainda não sabem que têm (neste caso o desafio é, por norma, comunicar ao cliente a existência do seu produto/serviço).

Inovação/Singularidade: O que é que o seu negócio tem de diferente de todos os outros? Algo na sua oferta tem de ser diferente do que já existe. Até pode estar inserido no mesmo mercado que os seus competidores, mas tem de haver algo que o distinga da sua concorrência, que torne o seu projeto mais atrativo do que todos os outros. Pode ser no preço, na qualidade, na rapidez de entrega ou na facilidade que o cliente tem de chegar a si, mas tem de haver um ponto de diferenciação que torne o seu negócio mais apelativo.

Foco: Será que os consumidores vão perceber e aceitar a sua oferta? Tem de ser capaz de fazer com que o mercado se foque no seu produto e de o fazer entender o porquê de querer aquilo que está a vender. Isto traduz-se na oferta de benefícios suficientemente atrativos para que tenha um mercado a comprar os seus produtos.

Lucrativo: A ideia só é viável se o negócio for lucrativo. Portanto, é de extrema importância que entenda à partida como é que a sua ideia vai gerar dinheiro.

Digamos então que teve uma boa ideia de negócio. Antes de se lançar “de cabeça” para uma nova etapa é importante que perceba as diferenças entre uma boa ideia e um bom negócio.

A sua ideia pode pressupor que existe uma quota do mercado que está recetiva a receber o seu produto/serviço. Independentemente disto, este seu novo negócio pode falhar porque:

– Ao contrário das suas expetativas, não existe mercado suficiente para a sua oferta;
– Há mercado suficiente, mas os concorrentes que já estão inseridos no mesmo espaço podem rapidamente copiar a ideia e eliminá-lo do jogo;
– A procura pelo seu negócio é forte inicialmente, mas por alguma razão desce para o patamar em que já não consegue ter lucro;
– A procura é sazonal e não possibilita uma sustentabilidade anual;
– Não é capaz de produzir a sua oferta a um custo que seja baixo o suficiente para competir com os seus adversários;
– Falta-lhe temperamento, conhecimento, competências ou interesse para gerir um projeto;
– Não consegue financiar o seu negócio para o lançar ou mantê-lo enquanto ainda não gera lucro;
– O negócio está vulnerável a muitos riscos para que consiga garantir a sua sobrevivência a longo-prazo.

Não veja estes pontos como uma desmotivação para lançar um projeto novo. Encare-os antes como informação que lhe pode ser útil para lançar o seu negócio da melhor maneira possível.

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