A start-up que está a ajudar a Daimler e a BMW a combater a Google

A Otonomo está a ajudar a BMW e a empresa mãe da Mercedes a combater a Google num mercado que poderá ascender aos 8.5 biliões de euros.

A recolha e a análise de dados vão tornar o mercado dos automóveis até cinco vezes mais valioso. Atualmente esta indústria vale 1.7 biliões de euros (2 triliões de dólares, na terminologia americana), mas com o valor dos dados a ser cada vez mais precioso – visto que podem ser usados para potenciar outro tipo de indústrias –  o valor pode ascender até aos 8.5 biliões.

Grandes empresas como o Facebook e a Google estão a ganhar terreno no mercado dos dados. Mas qual a razão para este mercado está a ter um crescimento exponencial?

Cada vez mais há mais sensores a recolher dados de todo o lado. A informação conseguida pode ser vendida em bruto a empresas dos  mais variados setores. Como explicou Ben Volkow, o CEO da Otonomo (start-up israelita) numa entrevista recente, “os veículos construídos nos últimos dois anos enviam dados para os servidores que pertencem às marcas de carros com uma frequência entre os 30 segundos e os cinco minutos. Isto inclui elementos como a velocidade, a aceleração, travagem, consumo de combustível, estado da bateria, número de passageiros ou mesmo o que está a tocar no rádio”. Este tipo de informação pode ser vendido a diferentes empresas, desde grandes seguradoras até start-ups de carsharing.

Pegando no exemplo das seguradoras, que, segundo o The New York Times, já estão a usar o mundo da big data de forma a aumentarem o lucro, a Farmers Insurance (uma seguradora com foco em agricultores) dá 3% de desconto aos clientes que usarem uma app para smartphones que recolhe dados individuais. São exemplo disso dados sobre o comportamento ao volante, que inclui informação tão diversa como “se o condutor está a segurar no telemóvel durante uma chamada ou a usar altifalante”.

Havendo mercado para a compra de todo o tipo de dados, as grandes fábricas de automóveis querem a sua fatia do bolo. Segundo o CEO da Otonomo, as marcas de carros “veem isto como uma nova fonte de rendimento. É um mercado muito grande e o timing é bom. Eles estão preocupados com o que possa vir de Silicon Valley”.

Para combater estes dois gigantes, a Daimler e a BMW viraram-se para a Otonomo que prevê que, em 2020, as marcas ganhem mais dinheiro a vender as informações obtidas dos seus carros do que com a venda física dos veículos.

Há cerca de nove meses, como Volkow explicou na referida entrevista, a equipa da Otonomo iniciou contacto com os fabricantes e atualmente já está envolvida em 20 projecto piloto, incluindo nove fabricantes de carros. A Daimler e a BMW fazem parte deste último grupo.

Com mais de cinco milhões de carros conectados, a Otonomo já tem mais de 30 milhões de euros investidos, de um total de três rondas e de sete investidores.

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