Opinião

Investimentos e novidades no ecossistema de start-ups brasileiro

Daniela Meirelles, empreendedora e business advisor

O mercado de start-ups no Brasil viu novas rondas de investimento em agosto e com foco especial em empresas dos setores de saúde e agronegócio.

As start-ups voltadas para saúde continuam a atrair a atenção devido ao crescimento de soluções digitais e à procura de inovações que melhorem o atendimento e a gestão de pacientes. Já no agronegócio, a procura por eficiência e sustentabilidade tem impulsionado aportes em tecnologias que prometem transformar a produção e a gestão agrícola.

Ambos os setores, saúde e agro, permanecem entre os mais atrativos para investidores, por estarem em crescimento e representarem pilares essenciais para a economia. As start-ups Pipo Saúde, Tepmed e Bem Agro têm recebido aportes consideráveis, reforçando a confiança do mercado nas suas inovações e na capacidade de gerar impacto positivo nas suas áreas de atuação.

Outros setores também tem demonstrado crescimento e recebido aportes, tais como:

  • Coala Saúde, triplicou sua operação expandindo para mais de 140 escolas em todo o Brasil e vem-se firmando no mercado como a primeira plataforma de saúde escolar da América Latina;
  • Vammo, start-up de motos elétricas e infraestrutura para trocas de baterias, recebeu R$ 30 milhões de investimento da EXT Capital;
  • netLex, plataforma brasileira de gestão de contratos, recebeu R$ 126 milhões de investimento da Riverwood Capital;
  • Caliza, fintech para comércio internacional recebeu R$ 45,7 milhões de investimento;
  • Winnin, start-up de análise de dados de consumo de vídeos online recebeu um aporte Série A da Alexia Ventures e da Kaszek;
  • BrandLovrs, plataforma de marketing para criadores de conteúdo, recebeu um aporte de R$ 35 milhões;
  • CRMBonus, plataforma brasileira que utiliza inteligência artificial, recebeu um investimento de US$ 5 milhões da Vivo Ventures.

Já a start-up CloudWalk prepara-se para uma eventual oferta pública inicial (IPO) nos Estados Unidos no fim de 2025.

As fintechs brasileiras mostram sinais de maturidade, enquanto tentam conciliar uma maior independência financeira, uma cautela com gastos e um foco crescente em automação e parcerias. É o que aponta a nova edição da Pesquisa Fintech Deep Dive, produzida pela PwC e pela ABFintechs. 73% das start-ups focadas no mercado financeiro foram fundadas há menos de cinco anos. O perfil “reflete uma amostra de empresas jovens e ágeis, mas ainda em processo de consolidação”.

Segundo o Mapeamento do Ecossistema Brasileiro de Start-ups 2021, da Abstartups, apenas 17% das start-ups no Brasil são fundadas por mulheres. Com o objetivo de mudar esse cenário, a Sororitê está a lançar um fundo de 25 milhões de reais, destinado exclusivamente a start-ups fundadas ou cofundadas por mulheres.

A excelente notícia comemorada pelo mercado no início desse mês foi a decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) acerca das stock options, os planos de opção de compra de ações. (Esse recurso consiste na oferta de ações de uma empresa de capital aberto a seus funcionários por um preço pré-fixado a fim de incentivar sua permanência no cargo). As stock options também podem ser utilizados para atrair novos talentos: a empresa oferece uma participação como espécie de “benefício”. Essa prática é particularmente comum em start-ups que estão a começar a fazer negócios e que costumam ter dificuldade em gerar lucro.

Segundo decisão da primeira seção do STJ, proferida a 11 de agosto, essas ações não podem ser consideradas uma espécie de remuneração, tendo natureza mercantil, de modo que o Imposto de Renda (IR) só incidirá sobre os ganhos que o funcionário detentor tiver quando vender sua participação. Desse modo, o imposto não será cobrado no momento da compra das ações pelo colaborador.

Faltam apenas três meses para o ano de 2024 terminar. Que mais investimentos surjam, assim como boas notícias até o fim do ano.

Fonte:
https://veja.abril.com.br/coluna/radar-economico/como-a-decisao-do-stj-que-desonera-stock-options-beneficia-startups/
https://veja.abril.com.br/economia/startup-de-saude-para-escolas-triplica-operacao-em-menos-de-um-ano/
https://www.bloomberglinea.com.br/startups/rodadas-da-semana-startups-brasileiras-de-saude-e-agronegocio-recebem-aportes/
https://exame.com/future-of-money/fintechs-do-brasil-buscam-equilibrar-independencia-cautela-e-foco-em-automacao-mostra-estudo/

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Daniela Meirelles

Daniela Meirelles

Daniela Meirelles é empreendedora, business advisor, mentora de start-ups e palestrante (Branding, Empreendedorismo e Liderança). Foi fundadora da DBRAND, consultora de branding, marketing e inovação; fundadora/CEO da Yuppy, start-up de media, marketing e eventos; mentora nos programas Startup Rio, Startup Weekend e Founder’s Institute; palestrante; e também atua na organização do II Chapter da Singularity University, no Rio de Janeiro. Tem 15 anos de experiência em marketing, branding e desenvolvimento de novos negócios. Desenvolveu inúmeros projetos para pequenas, médias e... Ler Mais..

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