Entrevista/ “Queremos ser os maiores potencializadores de talento tecnológico em Portugal”

João Magalhães, fundador e CEO da Code for All_

“As empresas que não apostam na formação, que não se preparam para o médio e longo prazo dos seus setores, acabam por perder competitividade e relevância no mercado”, assegura João Magalhães, fundador e CEO da Code for All.

Começou com a ambição de requalificar profissionalmente as pessoas, ajudando-as a enfrentar a alta taxa de desemprego, mas rapidamente a atual Code for All_ (que começou como Academia de Código) ajustou a sua oferta formativa “para preparar os alunos não só para os desafios de hoje, mas também para os do futuro”. Hoje a escola de formação tecnológica fundada há 15 anos por João Magalhães assume o papel de fazer “a distinção entre modas passageiras e as competências que serão fundamentais no futuro, garantindo que os nossos alunos se mantêm relevantes no mercado de trabalho ao longo do tempo”, afirma o também CEO. Lembra ainda que as “empresas que não escutam as necessidades e prioridades dos seus colaboradores arriscam-se a perder talento. ”

Nesta entrevista, João Magalhães fala do valor da formação tecnológica na vida das empresas, e de como estas se têm adaptado a esta nova realidade, das tendências de reskilling e upskilling dos profissionais, bem como do dinamismo do seu setor de atividade.

Desde a fundação em 2015 (na altura ainda como Academia de Código) até agora, o que é que mudou mais no seu setor de atividade?

Desde que lançámos a Academia de Código, o setor de bootcamps e formação tecnológica tem sofrido uma transformação significativa. Inicialmente, os bootcamps eram uma novidade, algo desconhecido no mercado português e internacional, onde o foco principal era requalificar pessoas para enfrentar uma alta taxa de desemprego.

Hoje, a realidade é diferente. A procura por formação tecnológica aumentou exponencialmente, não apenas para encontrar emprego, mas para alcançar uma vida profissional mais gratificante e alinhada com as exigências de um mercado em constante evolução.

O setor em si evoluiu de forma a incorporar novas tecnologias, como a Inteligência Artificial, e adaptar-se a mudanças rápidas provocadas por eventos globais, como a pandemia. Temos estado na linha da frente desta evolução, ajustando os programas de formação para preparar os alunos não só para os desafios de hoje, mas também para os do futuro.

Além disso, o feedback das empresas que inicialmente tinham dúvidas sobre a qualidade dos formandos dos bootcamps, tornou-se cada vez mais positivo, reconhecendo o valor da formação intensiva e prática. Hoje, o conceito de bootcamp é amplamente reconhecido e respeitado, o que é uma mudança substancial desde os nossos primeiros dias.

Por fim, o crescimento do setor reflete-se no nosso impacto. A Code for All_ expandiu em termos de alcance, comunidade e ambição, e continuamos comprometidos em liderar o setor de formação tecnológica em Portugal e além-fronteiras. O setor de bootcamps não é apenas uma resposta à falta de profissionais de tecnologia. Tornou-se uma peça fundamental na construção do futuro de profissionais de todas as áreas.

“À medida que novas tecnologias (…) emergem, percebemos que a formação contínua é essencial”.

Qual o papel de empresas como Code for All_ na formação de talento nacional?

O nosso papel papel é garantir que quem escolhe os nossos cursos sai preparado para enfrentar o mercado de trabalho atual e o futuro. À medida que novas tecnologias, como a Inteligência Artificial, emergem, percebemos que a formação contínua é essencial. Esta evolução levou-nos a expandir o nosso leque de formação, passando de Academia de Código para Code for All_, refletindo o nosso compromisso em ser uma escola de aprendizagem para todos.

De acordo com o World Economic Forum, cerca de 1.000 milhões de pessoas terão de mudar de ocupação até 2030, e estamos aqui para prepará-las para essa transição. Um exemplo claro da nossa abordagem é o bootcamp de cibersegurança, onde identificámos uma tendência crescente e a traduzimos em formação prática e relevante.

O nosso papel é fazer a distinção entre modas passageiras e as competências que serão fundamentais no futuro, garantindo que os nossos alunos se mantêm relevantes no mercado de trabalho ao longo do tempo. Além disso, estamos sempre atentos às necessidades das empresas, ajustando os nossos cursos em função do feedback que recebemos. O nosso objetivo é formar profissionais que não só atendam às exigências atuais, mas que também estejam capacitados para contribuir para o crescimento e inovação das organizações onde trabalham. Assim, contribuímos para um ecossistema de talento que é robusto e adaptável às constantes mudanças do mercado.

Têm realizado diversas parcerias para promover o ensino de programação e código junto de vários públicos. Quais os resultados dessa estratégia?

Orgulhamo-nos de ser uma empresa de impacto social, reconhecida com o selo B Corp. As nossas parcerias têm sido fundamentais para abrir novas oportunidades e eliminar as barreiras que muitos enfrentam no acesso à formação tecnológica. Começando pela barreira financeira, temos trabalhado para facilitar o acesso aos nossos cursos através de parcerias estratégicas. Através da Quotanda, por exemplo, os alunos podem financiar os seus estudos sem necessidade de um valor inicial de entrada, efetuando apenas pagamentos mensais de 160 euros ao longo de quatro anos, sem juros. Outras parcerias, como com a Fundação José Neves e o Montepio, também contribuem para tornar a formação mais acessível, reduzindo as dificuldades financeiras que muitos enfrentam.

Em relação à complexidade percebida da Programação, desenvolvemos workshops e iniciativas de sensibilização, como a realizada com a Moda Lisboa, para mostrar que a tecnologia é uma competência ao alcance de todos. Queremos desmistificar o processo de aprendizagem e encorajar mais pessoas a explorar o mundo da Programação.

Outra barreira importante que abordamos é a incerteza em relação à mudança de carreira. O programa Reboot MC, desenvolvido em parceria com a MC, especialista em retalho alimentar do Grupo Sonae, exemplifica o nosso compromisso em ajudar profissionais a fazer essa transição. Este programa de reskilling e upskilling tem permitido que muitos colaboradores da MC desenvolvam novas competências em Programação, respondendo de forma mais eficaz às necessidades do setor.

Por fim, expandimos a nossa oferta com cursos online pós-laborais, o que significa que qualquer pessoa, independentemente de onde esteja, pode beneficiar da nossa formação sem precisar de abandonar o seu emprego atual. Esta flexibilidade é crucial para permitir que mais pessoas adquiram novas competências tecnológicas, ajustando-se às suas realidades e compromissos diários.

“Áreas como Programação e Cibersegurança não só têm uma alta procura no mercado, como também oferecem grandes oportunidades de crescimento ao longo do tempo”.

Que tipo de pessoas vos procura mais? Quem quer mudar de profissão, quem quer reforçar competências?

O perfil das pessoas é cada vez mais diversificado, refletindo a amplitude da nossa oferta formativa. Nos bootcamps, temos notado uma diminuição na média de idades, com mais jovens a verem nos nossos cursos uma alternativa ao ensino tradicional. A presença de mulheres também tem aumentado, o que é crucial para promover uma maior diversidade no setor tecnológico. É difícil definir um único tipo de pessoa que nos procura, porque procuramos ser inclusivos e abrangentes, com um processo de seleção e aconselhamento livre de preconceitos.

No entanto, vemos motivações distintas entre os nossos alunos. No início, muitos vinham de uma situação de desemprego e procuravam uma rápida integração no mercado de trabalho. Hoje, percebemos que a motivação mudou: as pessoas procuram um emprego com mais significado, que ofereça perspetivas de carreira sólidas a médio e longo prazo. Áreas como Programação e Cibersegurança não só têm uma alta procura no mercado, como também oferecem grandes oportunidades de crescimento ao longo do tempo. No que diz respeito ao upskilling, temos observado uma grande diversidade de perfis. No entanto, o que une estas pessoas é a busca por relevância no seu trabalho atual e a preparação para os desafios do futuro. Muitos dos nossos alunos procuram adquirir novas competências tecnológicas para se manterem atualizados e prontos para aplicar o que aprendem de imediato nas suas funções. Esta constante procura por relevância e preparação é uma marca dos nossos alunos de upskilling.

Quais os cursos mais procurados?

Temos expandido significativamente a oferta para acompanhar as necessidades do mercado. Além dos novos cursos de introdução a dados com SQL e gestão de produtos digitais, temos colocado um grande foco em Inteligência Artificial, com destaque para o curso de IA no setor jurídico, que foi um grande sucesso. No entanto, os bootcamps de Programação Full-Stack continuam a ser os mais procurados. Isso deve-se ao nosso compromisso em manter estes bootcamps sempre atualizados.

Se oferecêssemos o mesmo bootcamp que lançámos em 2015, não responderíamos às necessidades atuais. Por isso, fazemos um esforço constante para adaptar os conteúdos, como a recente adição de um módulo de Inteligência Artificial, garantindo que os nossos alunos estejam sempre prontos para aproveitar as oportunidades tecnológicas em constante evolução.

A Code for All_ afirma já ter reconvertido a carreira de mais de dois mil profissionais. Quais os números para este ano?

Estamos neste momento a finalizar as inscrições para os bootcamps de Programação Full-Stack e de Cibersegurança de setembro e outubro, que têm registado uma procura muito elevada, com algumas turmas já perto de esgotar. Embora seja cedo para fazer um balanço completo, este ano destacaremos também o número de alunos dos nossos cursos de introdução e especialização que nos procuraram com a ambição de melhorar a sua carreira atual. Até à data, mais de 200 pessoas já completaram estas formações de upskilling este ano, refletindo o impacto crescente da nossa oferta em diferentes etapas da vida profissional.

“(…) queremos ser os maiores potencializadores de talento tecnológico em Portugal”.

O mercado da formação em programação, código, etc…, tem aumentado exponencialmente nos últimos anos com várias escolas a instalarem-se no mercado nacional. Sendo Portugal tão pequeno, há espaço para todos?

De facto, o mercado da formação em Programação tem crescido devido ao aumento da procura por parte de pessoas que desejam mudar de carreira e à necessidade das empresas de contratar novas competências tecnológicas. A formação tornou-se uma ligação essencial entre estas duas realidades. Embora Portugal seja um país pequeno, ainda há muito espaço para crescimento. Grande parte das escolas está concentrada nas grandes cidades, mas nós estamos a expandir a oferta para além destes centros urbanos através dos cursos online, permitindo que mais pessoas em todo o país tenham acesso à formação.

As necessidades das empresas continuam a evoluir, o que significa que a formação terá sempre um papel importante. Sentimos que, apesar da dimensão do país, a motivação dos portugueses para melhorar a sua qualidade de vida e transformar as suas carreiras é imensa. O nosso foco é claro: queremos ser os maiores potencializadores de talento tecnológico em Portugal, para quem deseja encontrar trabalho no nosso país. Embora tenhamos a ambição de expandir internacionalmente, estamos muito confiantes na nossa missão de transformar vidas aqui em Portugal.

Programação e código são o futuro da tecnologia?

Esta é uma questão muito atual e pertinente. A forma como ensinamos Programação e código nos bootcamps vai além de responder às necessidades tecnológicas atuais. O nosso foco é proporcionar uma base sólida em pensamento computacional, lógica e os fundamentos da Engenharia de Software. Este alicerce é essencial para preparar os alunos, não só para o mercado de trabalho de hoje, mas também para os desafios tecnológicos que surgirão no futuro.

Em conversas com empresas, observamos uma procura contínua por profissionais com estas competências essenciais, e sabemos que os stacks tecnológicos continuam a evoluir. No entanto, não ficamos de braços cruzados à espera da resposta sobre o futuro da tecnologia. Mantemos o nosso currículo atualizado, como demonstrado pela inclusão recente de um módulo de Inteligência Artificial no bootcamp. Estamos certos de que a formação de base que oferecemos será sempre um pilar fundamental para o futuro da tecnologia, permitindo aos alunos adaptarem-se a qualquer cenário.

E as empresas portuguesas já perceberam o valor da formação tecnológica?

Cada vez mais, as empresas estão a perceber o valor da formação tecnológica, e isso deve-se, em grande parte, ao contexto atual que exige essa adaptação. Um exemplo claro é a nossa parceria com a MC, empresa do grupo Sonae, onde houve uma clara vontade de apostar no reskilling dos colaboradores. Além disso, temos uma rede de empresas parceiras para as quais desenvolvemos formações específicas, aplicadas diretamente ao ambiente de trabalho delas.

Notamos que muitas destas oportunidades surgem de empresas que já contrataram os nossos alunos e que, reconhecendo o valor da nossa formação, desejam replicá-la internamente. Ao mesmo tempo, vemos uma procura orgânica de empresas que querem atualizar-se e estar na vanguarda da tecnologia, indo além da simples sobrevivência e preparando-se para serem ainda mais relevantes no futuro. Estas empresas variam em tamanho, desde grandes grupos até pequenos escritórios. Um exemplo disso são os diversos escritórios de advogados que entraram em contacto connosco para fazerem parte da formação de Inteligência Artificial para o setor jurídico. Sentimos que este interesse crescente reflete não só a necessidade de se manterem competitivas, mas também a ambição de liderar nos seus respetivos setores.

“Empresas que não apostam na formação, que não se preparam para o médio e longo prazo dos seus setores, acabam por perder competitividade e relevância no mercado”.

O que é que as empresas devem fazer para preparar as suas equipas e para competirem num mercado tão competitivo como o atual e cada vez mais tecnológico?

Existem muitos fatores que as empresas devem considerar para se tornarem mais competitivas, mas há uma resposta clara que se destaca: investir na formação dos colaboradores. Empresas que não apostam na formação, que não se preparam para o médio e longo prazo dos seus setores, acabam por perder competitividade e relevância no mercado.

Para competir num mercado cada vez mais tecnológico, as empresas precisam de focar-se em dois aspetos principais. Primeiro, é crucial que tenham uma estratégia de médio prazo bem definida, pois é essa estratégia que guiará as suas necessidades de formação. Em segundo lugar, é fundamental ouvir os colaboradores, entendendo as suas competências, necessidades e motivações.

Este processo deve ser contínuo, refletindo a natureza dinâmica do mercado tecnológico. Empresas que fazem este exercício de forma constante, reavaliando regularmente as suas estratégias e necessidades formativas, são aquelas que se mantêm à frente da concorrência. Temos observado, em muitos dos nossos parceiros de sucesso, que após comunicar bem a sua estratégia e necessidades, realizam consultas regulares com os colaboradores para identificar lacunas e oportunidades de formação.

Este processo contínuo de reavaliação e adaptação, embutido na cultura e na estratégia da empresa, não só prepara as equipas para os desafios imediatos, mas também cria uma vantagem competitiva sustentável a longo prazo. Em resumo, a formação é a ligação entre a motivação e a capacidade dos colaboradores e as necessidades estratégicas da empresa. Quando a estratégia está clara e as necessidades dos colaboradores são bem identificadas, a formação transforma-se numa ferramenta poderosa para garantir que as empresas não apenas acompanhem, mas liderem num mercado em constante evolução.

E para não deixarem “fugir” os talentos?

Já mencionei a importância da formação, mas gostaría  de partilhar algumas aprendizagens baseadas na experiência com as nossas empresas parceiras. No centro de tudo está a capacidade de ouvir os colaboradores. Empresas que não escutam as necessidades e prioridades dos seus colaboradores arriscam-se a perder talento. Hoje em dia, questões como o trabalho híbrido, remoto ou presencial são fundamentais. Há quem valorize muito o trabalho remoto, mas também quem sinta falta da interação no escritório. Ajustar estas preferências e criar uma cultura que responda a essas necessidades é crucial.

Além disso, o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional continua a ser um tema importante, e checkpoints regulares com os colaboradores são essenciais para garantir que se sintam valorizados e motivados. Em várias das nossas parcerias, temos observado que a monotonia é algo que muitos profissionais tecnológicos evitam. Mudanças de projetos, tech-stacks e paradigmas têm sido estratégias eficazes para manter a motivação, o espírito de equipa e a proximidade à empresa.

Para onde caminha o vosso modelo de negócio? Até onde ambiciona levar a Code for All_?

Chegando ao final desta entrevista, e tendo dado tantas recomendações a outras empresas sobre o que devem fazer, não seria coerente para nós se o nosso próprio caminho não fosse guiado por dois fatores principais: ouvir as necessidades das empresas parceiras e estar muito próximos dos nossos alunos. O nosso staff partilha o espaço e trabalha lado a lado com as nossas turmas, uma proximidade que consideramos essencial e que reforçamos continuamente.

2023 foi um ano transformacional para nós. Lançámos uma nova oferta de upskilling, especialmente na área da Inteligência Artificial, onde temos sentido um grande boom e uma enorme necessidade de formação. Estamos determinados a expandir este vertical de negócio para responder a essa procura crescente e que permite que qualquer profissional de qualquer setor possa aprender competências e ferramentas que lhe permitam manter-se atualizado e relevante no mercado de trabalho.

Nos nossos bootcamps e programas de requalificação, o foco está não só na constante atualização dos conteúdos, mas também em quebrar as barreiras financeiras que impedem muitos de aceder à formação. Estamos a desenvolver novas iniciativas que acreditamos irão fazer uma diferença significativa. E esperamos ter novidades importantes para partilhar, relativamente a estas barreiras financeiras, perto do final do ano. O nosso caminho é claro: continuar a crescer, a aprender com as empresas e alunos que nos rodeiam, e a criar oportunidades reais para que mais pessoas possam transformar as suas vidas através da tecnologia.

Então, quais as suas metas para este ano?

Este ano estamos a consolidar o nosso posicionamento como líderes de não só nos cursos de requalificação, em que temos muita tradição a transformar com sucesso talentos de outras áreas em profissionais de tecnologia, mas também nos cursos de upskilling nos quais damos novas competências a profissionais de outras áreas que podem atualizar-se e capacitar-se com conhecimentos em tecnologia, como é o caso da inteligência artificial.

É também um ano em que estamos a desenvolver novas soluções de financiamento para que todos tenham a possibilidade de frequentar os nossos cursos. Queremos ter cada vez mais impacto, queremos capacitar e dar as competências e o conhecimento para que todos possam ter as condições para terem sucesso e alcançarem todo o seu potencial num mundo cada vez mais digital e tecnológico.

Ao mesmo tempo, juntamente com as outras empresas do grupo ubbu e Bool, continuamos a construir o melhor e mais relevante ecossistema tecnológico em Portugal. Na ubbu estamos a transformar a educação e a dar às crianças as competências que lhes vão proporcionar um futuro sustentável num mundo cada vez mais digital, enquanto na Bool desenvolvemos software e temos soluções para empresas que enfrentam desafios tecnológicos, seja de transformação digital, de dificuldade de acesso a conhecimento e talento tecnológico ou de desenvolvimento de novos produtos digitais.

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