Setor retalhista nacional perdeu 13 mil milhões devido a fraude

O Adyen Index: Retail Report 2024 revela também que 45% das empresas de retalho a nível mundial foram vítimas de um ciberataque ou de uma fuga de dados só no último ano.

Das 500 empresas retalhistas portuguesas inquiridas no Adyen Index: Retail Report 2024, em média, cada uma perdeu cerca de três milhões de euros devido a operações fraudulentas nos últimos 12 meses. No total, as empresas portuguesas perderam 13 mil milhões de euros para ataques fraudulentos, com destaque para os retalhistas do setor da moda de luxo com 4 mil milhões e os retalhistas de artigos de desporto e outdoors com perdas no valor de 2.7 mil milhões. As conclusões são do Adyen Index: Retail Report 2024, um trabalho desenvolvido pela Adyen, em colaboração com o Centre for Economic Business and Research (Cebr).

O Adyen Index: Retail Report 2024 concluiu que as empresas portuguesas que previam aumentar as suas receitas, em 100% ou mais em 2024, também perderam um montante mais elevado devido a fraude nos últimos 12 meses no valor de 3.477.800.000 de euros. A Adyen adverte que o crescimento rápido deve ser acompanhado das tecnologias corretas para proteger a empresa e os clientes.

De acordo com o relatório, o risco de fraude também afetou o comportamento dos consumidores nacionais, tanto nas compras em loja como no online. Hoje, 28% sentem-se mais inseguros quando fazem compras em comparação com há 10 anos. Isto acontece devido ao aumento do risco de fraude nos pagamentos. Desta forma, 28% dos consumidores optam ativamente por fazer compras em lojas com medidas de segurança mais rigorosas. Quando fazem compras online, 19% dos consumidores referem ficar mais tranquilos quando os retalhistas pedem para verificar a identidade, pelo menos, através de duas formas diferentes antes de efetuarem uma compra.

Globalmente, o setor do retalho mundial perdeu 398 mil milhões de euros devido a ações fraudulentas em 2023. Quase metade das empresas globais (45%) foram vítimas de atividades fraudulentas, ciberataques ou fugas de dados nos últimos 12 meses, o que aumentou 32% em comparação com os números de 2022.

A atividade fraudulenta está também a afetar a carteira dos compradores a nível mundial, com 35% a serem vítimas de fraude nos pagamentos no último ano, em comparação com 23% de vítimas em 2022. A fraude nos pagamentos acontece quando um burlão rouba o número do cartão de crédito ou de débito de alguém, ou os dados da conta corrente, e utiliza essa informação de pagamento para efetuar uma compra não autorizada.

Dos consumidores que foram vítimas de fraude em pagamentos em 2023, 428,18 euros foi o valor médio perdido por pessoa em Portugal – um aumento de 186% face à última pesquisa realizada pela Adyen em 2023. Todavia, e apesar do aumento significativo de fraude, 53% das empresas nacionais afirmaram ter sistemas eficazes de prevenção de fraude em vigor – uma diminuição de 6% comparativamente aos 59% verificados no ano passado.

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