23% das mulheres executivas sofrem discriminação de género

As mulheres com funções executivas sofrem discriminação de género todos os anos, revela a Michael Page num estudo sobre os preconceitos que as mulheres enfrentam no local de trabalho.

A falta de equilíbrio entre a vida pessoal e profissional faz com que 25% das mulheres abandonem carreiras tecnológicas. Além disso, as tarefas de prestação de cuidados fazem com que 7% das mulheres europeias abandonem o mercado de trabalho. Estas são duas várias conclusões a que chegou o estudo “Insights sobre Sustentabilidade” da Michael Page. A pesquisa, refira-se, foi realizada entre maio e junho de 2023 e inquiriu 4.755 trabalhadores e candidatos a emprego em toda a Europa Continental.

Os resultados, que destacam a importância da promoção da diversidade de género para as empresas, mostra também que 23% das mulheres executivas sofrem discriminação de género todos os anos.

De acordo com os dados, 18% dos trabalhadores do género masculino afirmam não se preocupar com a igualdade de género, enquanto as mulheres estão expostas à discriminação de género no local de trabalho três vezes mais frequentemente do que os homens. O “Insights sobre Sustentabilidade” revela ainda que no segmento C-Level, 31% das mulheres sofrem atitudes e comportamentos discriminatórios relacionados com o género pelo menos uma vez por ano.

A Michael Page destaca ainda alguns dos preconceitos mais comuns que as mulheres enfrentam no local de trabalho e que devem ser ultrapassados. Vejamos:

Simpatia: Ao contrário dos homens, as mulheres costumam ser consideradas como mais “duras” porque são assertivas. Estas críticas tendenciosas são subjetivas e vagas, e devem ser reformuladas e desafiadas.

Desempenho: É muitas vezes subestimado, enquanto o dos homens é sobrestimado. As mulheres podem recusar oportunidades que lhes são favoráveis devido a preconceitos de desempenho, pelo que se deve contrariar esta tendência e incentivar e apoiar o desenvolvimento das carreiras.

Maternidade: Pressupõe que as mulheres são menos orientadas para a carreira do que os homens. Avaliações tendenciosas não são baseadas em evidências. A questão sobre o fundamento deste preconceito deve ser avaliada.

Atribuição: As mulheres recebem menos créditos e são mais culpabilizadas do que os homens pelas suas ações. Destacar as conquistas das mulheres e o seu contributo para o sucesso das equipas e utilizar as redes sociais para apoiar o seu desempenho é uma forma de reconhecimento.

Afinidade: Favorecer pessoas com as quais nos identificamos e excluir aquelas que são diferentes é um preconceito de proximidade. Desafiar esse preconceito destacando que a palavra “diferente” pode oferecer diversidade e uma nova perspetiva para a equipa, é uma abordagem positiva e inclusiva.

Intersecionalidade: As mulheres enfrentam diferentes tipos de discriminação baseados na raça, orientação sexual, deficiência e outros aspetos da sua identidade, que se sobrepõem à sua experiência. Não é aceitável afirmar que as mulheres com deficiência ou outras características de identidade recebem “tratamento especial”.

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