Opinião

5 tendências tecnológicas para o retalho em 2023

Sérgio Viana, Partner & Digital Xperience Lead na Xpand IT

A indústria do retalho teve um aumento muito significativo da adoção de plataformas digitais nos últimos anos.

Toda a situação vivida desde 2020 tornou obrigatória a presença das marcas em canais digitais, sendo que muitas delas não o faziam ainda apesar de todas as tecnologias disponíveis mesmo antes da situação pandémica que vivemos, a nível global.

Houve várias iniciativas realizadas em modo relâmpago para garantir que as marcas continuavam a poder chegar aos clientes, desde implementação de portais de e-commerce ou apps mobile, até à criação de lojas nas redes sociais – tudo com o objetivo de suprir a falta de pessoas nas lojas, que dantes eram o ponto principal de contacto de muitas marcas com os seus clientes.

Assistimos também agora a um regresso ao movimento Phygital, em que as marcas valorizam tanto as experiências digitais como as experiências em loja. Este movimento era algo que já se começava a afirmar sendo que a balança desequilibrou claramente para o lado do digital nos últimos anos. Torna-se agora imperativo tirar partido das tecnologias existentes para continuar a marcar presença na jornada online e offline dos clientes.

Existem um conjunto de tecnologias que estão claramente em destaque, por diferentes razões, neste ano de 2023. Indicamos abaixo algumas delas, que não perfazem uma lista exaustiva, mas que permitem perceber algumas das principais tendências do retalho para este ano:

  • Experiência de compra personalizada – o tema da personalização não é recente, e é abrangente a todas as indústrias. Continua a ter uma importância fundamental na proposta de valor das marcas para os clientes e na criação de uma relação de proximidade de confiança.
  • Gamificação – fica cada vez mais claro que uma estratégia de gamificação aliada à UX e aos objetivos de negócio pode ter um impacto muito relevante, como nos demonstra o caso do Starbucks. Iniciativas que fomentem a ligação entra a marca e os utilizadores têm um potencial muito interessante e pouco trabalhado pela maioria das marcas.
  • Inteligência Artificial – o caso recente do ChatGPT é um exemplo altamente mediático do que é hoje possível fazer com IA. Seja através de produtos específicos ou através da integração de serviços de IA nas suas soluções, há muitas possibilidades ao alcance dos retalhistas, que podem ser trabalhadas de forma incremental.
  • Realidade Extendida – as tecnologias de Realidade Virtual, Realidade Aumentada e Realidade Mista tornam hoje possíveis experiências que estão ao alcance por um investimento controlado. Há iniciativas que podem ser implementadas com impacto real no negócio por parte dos retalhistas que devem ser avaliadas.
  • Metaverso – sem dúvida um tema na ordem do dia, mas na minha opinião ainda com muito por descobrir, em particular no que respeita ao impacto real para as empresas. No entanto, os retalhistas devem estar atentos ao mercados e à tecnologia e avaliar iniciativas que possam fazer para testar este novo mundo.

Esta são apenas algumas das tendências atuais e com visibilidade para 2023. No entanto, importa deixar claro que há muito ainda a fazer por parte de muitos retalhistas tirando partido de tecnologias menos visíveis, mas altamente impactantes. É necessário garantir que se tem uma noção de onde se está, do ponto de vista de adoção digital, e de quais os próximos passos no sentido de construir uma estratégia digital que enderece a jornada do cliente em todos os seus pontos.

Criar uma cultura centrada no cliente vai permitir definir pontos de contacto específicos – que ao serem endereçados com qualidade irão contribuir para o aumento da satisfação, e logo da retenção. Preparados para esta viagem?

Comentários
Sérgio Viana

Sérgio Viana

Sérgio Viana é Partner & Digital Experience Lead na Xpand IT, onde é responsável pela definição da estratégia e oferta da unidade, focada na criação de experiências digitais com uma base tecnológica. É também Board Member da IAMCP Portugal, o capítulo português da associação de Parceiros Microsoft, e docente no MBA de SI na Universidade Lusófona. É um adepto fervoroso do desenvolvimento pessoal e da melhoria contínua e um ávido consumidor de conteúdos relacionados com gestão de equipas e cultura... Ler Mais..

Artigos Relacionados