Opinião

A pedra que derruba o gigante

Marta Gonçalves, managing partner da Say U Consulting

Apesar de Portugal ser um país onde falta cultura empreendedora, muitas vezes explicada por questões fiscais e de financiamento, mas, sobretudo, por uma aversão natural ao risco, verifica-se, com a proliferação de iniciativas de incentivo ao empreendedorismo, uma cada vez maior apetência para a criação de novos negócios. Tal levou à recente profusão de projetos de empreendedorismo no mercado, associada à banalização da discussão em torno deste tema.

Hoje, a questão da relevância neste contexto é incontornável, porque é muito fácil um projeto perder-se num ambiente “saturado” à volta deste tipo de conceitos e discurso. Se não somos empreendedores, queremos sê-lo. E este ideário é patente no modo como a generalidade das empresas se apresenta hoje ao seu público: dinâmicas, inovadoras e na vanguarda dos respetivos setores de atividade.

Mas como é que um negócio start-up pode criar buzz à volta do seu produto ou serviço sem gastar uma fortuna? Esta é a “milliondollar question”. Claro que o primeiro passo é, não raras vezes, o mais difícil de dar e é aqui que se torna crucial encontrar recursos que sejam capazes de apontar rumos no caminho de ser visto, nem sempre fácil de trilhar.

Repetimos vezes sem conta que uma estratégia de comunicação bem delineada é uma componente chave do marketing de qualquer start-up. As ações certas ajudam na descodificação do produto ou do serviço, a construir reputação, confiança e credibilidade, e sedimentam um interesse sustentável, contribuindo para a longevidade da marca.

Embora o ambiente seja dominado por empresas que querem ser vistas de determinada forma, existem outras que pecam por não se dar a conhecer, mesmo quando a sua oferta pode ter mais validade, ser mais original ou diferenciadora de outras respostas encontradas no mercado. Tal pode acontecer por mero desinteresse relativamente a esta preocupação ou por falta de tempo e recursos, o que é compreensível, particularmente se falarmos de projetos ainda recentes.

Se é verdade que a frase “build it and they will come” tem alguma verdade e a procura tende a surgir quando um produto ou serviço é realmente inovador e de qualidade, torná-lo mais presente na mente do consumidor é sempre um passo importante para agilizar o processo de reconhecimento e de consolidação da reputação. E é aqui que a Comunicação tem uma palavra a dizer. No momento em que uma organização entra em contacto com os clientes e parceiros, cria-se uma relação, com expectativas para cumprir e respostas esperadas. Isto é Comunicar. E já que o vai fazer, o empreendedor pode tentar consegui-lo de forma mais estruturada e que o ajude a cumprir os objetivos a que se propõe para o negócio.

O facto de estarmos próximos de Empreendedores e de projetos originais ajuda-nos a mantermo-nos contagiados pelo espírito “start-up” e valida aquilo em que acreditamos poder ser o papel da Comunicação junto destes profissionais e destas organizações: na ambição também cabe a Comunicação. Está pronto para encarnar o David e vencer o Golias?

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