5 start-ups de healthtech que aproveitaram as oportunidades de mercado

Vivemos momentos desafiantes em todos os setores de atividade, mas, apesar disso, para a área da saúde as oportunidades são inúmeras. A pandemia abriu espaço para as start-ups focadas na saúde prosperarem.
A crise de saúde pública mundial a que assistimos no último ano teve implicações a vários níveis e revelou a debilidade da capacidade de resposta aos problemas no domínio da saúde física e mental. A necessidade de novas soluções vai muito além da virologia, imunologia e epidemiologia, e muitas start-ups pelo mundo fora têm mostrado o seu valor e capacidade de inovação. O Entrepreneur identificou cinco projetos que se destacam pela diversidade de desafios que tentam ultrapassar e pela forma como aplicam tecnologias emergentes para os enfrentar.
Nos EUA, as futuras mães enfrentam o problema da falta de prestadores de cuidados obstétricos. Quando a crise de saúde global começou, em março de 2020, alguns cuidadores transferiram a totalidade da monitorização dos seus pacientes para ferramentas de controlo-remoto. Assim, esta start-up foi desenvolvida e posicionada exclusivamente para ajudar obstetras e ginecologistas (OBGYNs) a manterem cuidados de qualidade, mesmo fora das clínicas. Durante os primeiros meses de 2020, a BabyScripts assistiu a um aumento de 600% do uso das suas ferramentas e serviços.
Esta plataforma de monitorização remota permite que os profissionais rastreiem sinais vitais como a pressão arterial e intervenham quando for detetado um risco elevado. A aplicação móvel também transmite informações aos pacientes como, por exemplo, mudanças nas políticas e regras de visitas hospitalares, caso seja necessário.
À medida que a depressão e a ansiedade emergiam como crises de saúde pública, os médicos lutavam para responder à procura de serviços de apoio à saúde mental. Assim, a pensar em quem tem pouco ou nenhum acesso a medicamentos ou sessões de terapia, a Fisher Wallace Laboratories criou uma solução: um dispositivo único de eletroterapia craniana.
Em ensaios clínicos, este dispositivo demonstrou capacidades promissoras para tratar episódios depressivos, ansiedade e insónia. Realiza um tratamento de 20 minutos com neurotransmissores essenciais, incluindo dopamina, beta-endorfina e serotonina e poucos níveis de cortisol, de forma a reduzir o stress.
Mais de 10 mil médicos e outros profissionais de saúde mental já prescreveram o dispositivo aos pacientes. E em 2020, e de acordo com Chip Fisher, CEO da start-up, estima-se que tenha havido um aumento de 25% na procura. Este profissional acredita que diferentes terapêuticas, para além das intervenções farmacêuticas, só ganharão aceitação com o passar do tempo. Atualmente, a norte-americana FDA está a trabalhar para a aprovação de Classe II deste dispositivo, com base nos resultados de estudos realizados por vários investigadores.
A TailorMed já está em mais de 50 unidades de saúde e 200 clínicas dos Estados Unidos da América e consiste numa plataforma de software que ajuda os sistemas de saúde e práticas especializadas a identificar pacientes com alto risco de não podem pagarem as suas consultas e tratamentos. Com esta informação, é possível sujeitar o paciente a uma variedade de recursos, desde programas de assistência financeira, a recursos comunitários, planos de seguro, assistência premium, entre outros. O CEO, Srulik Dvorsky criou a star-up depois de ter sido cuidador de vários membros da sua família com cancro. Reconheceu os altos custos que os tratamentos implicam e o stress que isso reflete nos pacientes por não conseguirem pagar as suas contas. De acordo com uma pesquisa recente da Bankrate, quase 22% dos norte-americanos evitaram usar cuidados médicos durante a pandemia devido aos custos proibitivos.
A infertilidade masculina é responsável por cerca de 40 a 50% dos casos de infertilidade e, de acordo com um estudo partilhado pela VCU News, afeta aproximadamente 7% dos homens. Apesar destes números, ainda são poucas as inovações que permitam reverter esta situação e a pensar nisso a Dadi criou uma solução que pretende ajudar a contrariar a infertilidade masculina. Trata-se de um kit de teste de esperma que pode ser feito em casa e que, em 24 horas, depois de enviado para laboratório, dá uma avaliação médica completa. Se o utilizador estiver saudável, a Dadi pode armazenar a amostra de forma criogénica no seu laboratório. A partir daqui, é feita a divisão em três frascos separados, permitindo a cada paciente três oportunidades fertilizar um óvulo. Desta forma, os aspirantes a pais têm uma salvaguarda caso, no futuro, venham a ter problemas físicos que os impeçam de ter filhos. O CEO Tom Smith revela que os clientes incluem homens entre os 19 e os 70 anos de idade.
Lançado em 2019 como um projeto piloto e com o objetivo de tornar os cuidados de saúde mais acessíveis e baratos, a HealthBridge rapidamente se expandiu em 2020 devido à alta procura de assistência e apoio financeiro por parte dos pacientes com dificuldades em pagar despesas de saúde. O serviço prestado cobre, essencialmente, as despesas médicas dos seus funcionários como franquias e copagamentos, consolidando-os num único plano de parcelamento mensal – através de um cartão de crédito sem acréscimo de juros. O HealthBridge trabalha com um sistema de TI e que cobre todas as despesas médicas aos funcionários inscritos no plano de saúde da empresa.