Entrevista/ 5 questões a Francisco Caselli, Chief Operations Officer da PHC Software
“Não há melhor líder do que aquele que tem a ambição de ter uma equipa mais competente, autónoma e feliz”. A afirmação é de Francisco Caselli, Chief Operations Officer da PHC Software.
Estarem apaixonadas pela sua ideia e não ouvirem o mercado é um erro que as start-ups não devem cometer, aconselha Francisco Caselli, profissional há vários ligado ao universo empreendedor, concretamente à PHC Software empresa a que está ligado desde a sua fundação em 1989 e onde atualmente é Chief Operations Officer da PHC Software. As suas competências técnicas e a vasta experiência de analytics e inovação, tornam-no especialista em acelerar processos de decisão empresarial e otimizar ferramentas tecnológicas para uma gestão de excelência. Com o Link to Leaders partilhou a sua opinião sobre liderança, inovação e start-ups.
O que é para si inovação?
É abraçar a inquietude. Estar atento a tudo o que se passa à nossa volta. É ler, ouvir, investigar e, principalmente, experimentar de forma continuada. Inovar é perceber que as coisas podem ser melhores e diferentes. No fundo, rejeitar a ideia de que “sempre foi assim”. Esta é uma mentalidade que implementamos diariamente na PHC e que faz parte da nossa cultura, porque a inovação é um estado de espírito que, mesmo havendo uma equipa dedicada, deve ser estimulado em todos.
Qual a competência fundamental para exercer a liderança nos dias de hoje?
Diria que empatia e visão. É dar às pessoas as condições para fazerem o que gostam no seu melhor. E não há melhor líder do que aquele que tem a ambição de ter uma equipa mais competente, autónoma e feliz. Obviamente que, para isso, é necessário conhecer as pessoas, escutar ativamente e compreender os seus desafios. Diria que a liderança é o que de mais há de humano em cargos que exercem autoridade, quer formal quer informal, porque toca nos nossos valores mais fundamentais e no reconhecimento do outro: quer do líder quer do liderado.
“(…) também me fascina a inteligência artificial, que é algo que tenho vindo a estudar há alguns anos (…)”.
Uma ideia que gostava de implementar?
Estou focado na implementação de modelos ágeis de trabalho em escala para que todos tenham mais tempo para fazer o que gostam e criem maior impacto na sua função. Sou um apaixonado pela agilidade e os seus desafios, aliás, fascina-me o quanto trazem autonomia, rapidez e até felicidade no desempenho das funções. Mas, confesso, que também me fascina a inteligência artificial, que é algo que tenho vindo a estudar há alguns anos e a qual penso que poderá trazer ideias novas à forma como trabalhamos dentro de uma empresa, em particular com software de gestão.
Que argumentos não devem faltar numa start-up para atrair investimento?
Ter uma ideia muito concreta e viável. Com isto quero dizer, que devem ter uma ideia clara do que vão fazer que outros não façam e de que valor vão criar para o cliente. Isto é muito prático e onde a maioria das start-up falham. Ou porque têm ideias demasiado genéricas e pouco esculpidas do que pretendem fazer, ou porque até têm uma ideia mas não há mercado para ela. Um investidor vai sempre fazer três perguntas óbvias: o que é o produto? há mercado para ele? E quanto tempo demora a recuperar o meu investimento? Se uma start-up tiver estas questões bem resolvidas, reduz o risco do investimento e aumenta a capacidade de atrair interessados.
“(…) se estivermos cegos com a nossa ideia não estamos abertos a novos inputs e nem se memoriza, nem se aprende”.
Erros que as start-ups nunca devem cometer?
Estarem apaixonadas pela sua ideia. Isto leva-as muitas vezes a não ouvir o mercado e a não ajustar a sua atividade. Repare-se que as empresas são sistemas inteligentes que se baseiam em duas coisas: memória e aprendizagem. E é isto que se tem de replicar numa start-up, mas se estivermos cegos com a nossa ideia não estamos abertos a novos inputs e nem se memoriza, nem se aprende. Nesse caso, é o caminho para o insucesso.








