Entrevista/ 5 questões a Diogo Sousa Rocha, Founding Partner da Mass Lab

“O vencedor é o que arrisca, que age com alguma fé e aceita as consequências”. A frase é de Diogo Sousa Rocha, Founding Partner da Mass Lab, arquiteto e empreendedor que ajudou a criar um gabinete de arquitetura e urbanismo no Porto, mas com ambições globais.

A Mass Lab é um gabinete de arquitetura e urbanismo criado no Porto por três amigos, todos formados em arquitetura. Tentaram a sorte e construíram de raiz uma empresa que se define como “um coletivo de arquitetos e pensadores que entende a arquitetura a partir da sua matéria”. Conceberam um sistema inovador de habitação por subscrição e hoje já somam no portefólio projetos nacionais e internacionais. Diogo Sousa Rocha, Founding Partner da Mass Lab, partilhou com o Link to Leaders a sua visão de empreendedor sobre inovação, liderança e investimento.

O que é inovação para si?
Inovação é a atitude que permite encarar projetos com a dedicação e o espírito de descoberta típicos da investigação, aliados à agilidade e ambição características de uma start-up. É uma abordagem que procura um impacto exponencial de 10x e não melhorias incrementais de 10%.

“(…) destaco a energia como uma qualidade diferenciadora capaz de motivar e instigar equipas em torno de um objetivo comum”.

Qual a competência chave para exercer a liderança hoje em dia?
A empatia é hoje reconhecidamente a competência mais valorizada. No entanto, para acrescentar uma nova dimensão a esta perceção quase unânime, destaco a energia como uma qualidade diferenciadora capaz de motivar e instigar equipas em torno de um objetivo comum.

Uma ideia que gostaria de implementar?
Estou entusiasmado com a ideia de desenvolver um novo modelo de acesso à habitação, uma abordagem “direct to consumer”. Este projeto propõe uma mudança radical na forma como os apartamentos são comercializados, introduzindo conceitos desde um programa de arrendamento até à compra progressiva e pacotes personalizáveis de design de interiores. Ao envolver diretamente os consumidores desde a fase inicial de promoção imobiliária, esta abordagem permitiria reduzir os intermediários, com o potencial de diminuir significativamente os custos, impactando o preço final em até 40%. Isto poderia resolver uma das maiores crises da nossa sociedade – a do acesso à habitação.

Que argumentos não devem faltar numa start-up para atrair investimento?
Energia e um plano estratégico ambicioso e sustentado. Ter um plano para os 6 meses seguintes e para os próximos 30 anos. Não faz sentido ter um plano de 5 anos quando o contexto em que nos movimentamos está constantemente em mudança. Portanto, é importante ter uma boa ideia de onde queremos estar daqui a 6 meses e de onde ambicionamos estar em 30 anos.

“Não acredito em erros definitivamente fatais no mundo das start-ups”.

Erros que as start-ups nunca devem cometer?
Não acredito em erros definitivamente fatais no mundo das start-ups. A premissa tem de ser que não vamos ganhar sempre, que não podemos ser perfeitos, que não podemos controlar tudo, mas que precisamos de uma vontade imparável de continuar. A verdadeira confiança é viver com incerteza e seguir em frente. O vencedor não é o que toma as melhores decisões ou o que é melhor. O vencedor é o que arrisca, que age com alguma fé e aceita as consequências.

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